quarta-feira, 27 de junho de 2012

Constrangimento a se evitar

O Buriti podia muito bem ter evitado o constrangimento de assistir à derrubada do veto imposto ao projeto que dava o nome de Mané Garrincha ao Estádio Nacional. Os mais fiéis dos deputados distritais acabaram por votar contra o ato do governo. Até a deputada Arlete Sampaio, que evita confrontos dentro do partido, declarou: “Não ao veto, sim a Mané Garrincha”. ...

FATURANDO EM DOBRO

Se o objetivo era evitar que a oposicionista Liliane Roriz ficasse com os louros da manutenção do nome, o veto foi um tiro no pé. Se mantido o projeto como aprovado na Câmara, Liliane seria cumprimentada após a sanção – o governador Agnelo Queiroz também, por ter aposto sua assinatura – e ficaria tudo por isso mesmo. Com a campanha ocorrida desde o veto, o nome de Liliane apareceu muito mais. E, ontem, ouviu ninguém menos do que o líder do Governo, Wasny de Roure, cumprimentá-la pelo êxito.

COMO O EMIRATES

Fortaleceu a posição dos deputados uma versão que correu pouco antes da sessão de ontem. Gente malvada afirmava que por trás do veto estaria a disposição de deixar o Estádio Nacional sem nome para que se pudesse adotar prática muito comum no Primeiro Mundo, que é ceder temporariamente a grandes empresas o direito a colocar seu nome na obra. Afinal, existe o Emirates Stadium, em Londres, na casa do tradicionalíssimo Arsenal. Na França, na Espanha funcionam sistemas semelhantes. Com isso se fatura alto. Mas não pode haver um nome fixo, muito menos definido em lei. A tese pode até ser pura intriga, mas explicaria os motivos da resistência mesmo quando o Buriti reafirmava sua disposição de preservar o nome de Mané.

APELO DE ELZA

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF, Adelmir Santana, recebeu ligação da cantora Elza Soares, que pedia apoio à campanha contra a mudança do nome do tradicional Estádio Mané Garrincha, que está em reforma para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014. “Estou envergonhada. O Brasil está me dando um susto com essa ação”, dizia a viúva do jogador. Santana não só se solidarizou com a viúva, como lamentou o posicionamento do governo em tentar reverter a homenagem prestada a Garrincha. Elza tentou contato com o governador Agnelo Queiroz, mas não obteve sucesso.

REPETINDO O MARACANÃ

Depois da derrubada do veto, novo telefonema. Elza Soares agradeceu a Liliane Roriz e disse que gostaria muito de cantar o Hino Nacional na inauguração do Estádio. Repetiria assim uma das experiências marcantes de sua vida, quando cantou o Hino em pleno Maracanã, na abertura dos Jogos Panamericanos de 2007.

Por Eduardo Brito
Fonte: Jornal de Brasília - Do Alto da Torre - 27/06/2012

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