quinta-feira, 9 de agosto de 2012

PT se preocupa com situação de deputado

Único réu do mensalão que se dis-pôs a enfrentar as urnas este ano, candidatando-se a prefeito de Osasco, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) adotou, ontem à tarde, tática semelhante à de vários companheiros de processo. Após participar, pela manhã, dos trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, à tarde recolheu-se em casa para acompanhar a defesa feita por seu advogado no Supremo Tribunal Federal. Ainda de manhã, observou um petista que também estava na Câmara,“João Paulo parecia à vontade” ...

Preocupação.O mesmo parlamentar advertiu, porém,que o clima, no PT, é de “preocupação” com o desfecho do processo, pois a situação do ex-presidente da Câmara é a mais complicada dentre os petistas envolvidos no suposto mensalão. Escalado pelo PT para fazer a defesa pública dos réus do partido, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), lembrou que João Paulo tem trabalhado e votado normalmente e que o deputado “não deve se recolher; ao contrário,deve levar a rotina normal”.

Mas outro correligionário que prefere o anonimato lembra que o próprio João Paulo “já vinha disposto a não circular muito na Câmara e de ser discreto”,durante o julgamento.O petista diz que,como réu, João Paulo foi “imprudente” ao decidir disputar a prefeitura de Osasco, pois a candidatura lhe dá visibilidade, o que pode dificultar o trabalho da defesa. A oposição também critica a candidatura do deputado, que teve a condenação pedida na sexta-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por ter contratado de forma irregular a agência SMPB, de Marcos Valério,para prestar serviços de publicidade à Câmara em 2003, quando presidia a Casa. O presidente nacional do PSDB,deputado Sérgio Guerra (PE), disse que João Paulo não deveria ser candidato. “Essa candidatura é um equívoco.O que o País espera dele é que se defenda das acusações.”
Por Christiane Samarco
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 09/08/2012

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