quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

brasil maravilha dos FARSANTES : Inflação dispara e assusta governo


Prévia do indicador oficial de preços, o IPCA-15 tem elevação de 0,69% em dezembro e de 5,78% em 2012, longe da meta oficial de 4,5%

O governo recebeu com preocupação o resultado do IPCA-15 de dezembro, de 0,69%, que confirmou reajustes disseminados de preços por toda a economia. A taxa, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou acima tanto do 0,54% de novembro, quanto do 0,56% do mesmo período do ano passado.

No acumulado do ano, a prévia do índice oficial de inflação ficou em 5,78%, abaixo dos 6,56% de 2011, mas muito longe dos 4,5% definidos como meta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Foi o terceiro ano seguido em que o indicador ficou distante do objetivo perseguido pelo Banco Central (BC).

Alimentos, com alta de 0,97% e serviços pessoais, que tiveram elevação de 1,10%, foram os dois grupos de produtos que mais contribuíram para o índice. No entanto, Luiz Otávio de Souza Leal, do Banco ABC Brasil chamou a atenção para o fato de que itens importantes como habitação (0,74% de alta) e transportes (0,71%) também deram forte contribuição para acelerar a carestia.

Ou seja, a inflação está presente em todos os elementos que compõem o IPCA-15 e já não há mais a desculpa para o BC dizer que o país está tendo que acomodar choques de preços dos alimentos, movimento que começou com a forte seca deste ano nos Estados Unidos.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, procurou minimizar a importância da aceleração do indicador em dezembro. “Todo fim de ano a inflação sobe. Mas a de 2012 será menor que a de 2011”, afirmou. Já os consumidores se assustam com o preço dos alimentos expostos nas gôndolas dos supermercados.

A aposentada Ivete Santana, 67 anos, disse que os gastos semanais com a alimentação da família dobraram, passando de R$ 80 para R$ 160 nos últimos meses. “Apesar das promoções, tudo continua muito caro”, afirmou.

Acostumada a pagar R$ 2,80 pelo quilo do maracujá, Ivete conta que hoje a mesma quantidade não sei por menos de R$ 6,70. “As frutas só tem preço. A qualidade passa longe”, lamentou. O preço das frutas foi um dos destaques de alta em dezembro, com reajuste médio de 1,27%, ao lado da carne de frango (4,16%) e do leite (2,03%). A aposentada se queixou também da alta do preço do arroz. “Antes eu pagava R$ 7, às vezes R$ 8, pelo saco de cinco quilos. Agora, custa R$ 12”, disse.

Tendência

No caso das despesas pessoais, as maiores elevações foram a dos cigarros (2,66%) e de empregados domésticos (0,82%). Do lado dos transportes, o item passagens aéreas foi o destaque, com variação de 17,08%. No entender de Leal, a trajetória da inflação parece ser de alta, seja qual for o ângulo utilizado para análise.

“O resultado de dezembro está contaminado pelo impacto das passagens aéreas, mas, considerando que o IPCA-15 fechou o ano em 5,78%, não dá para ficar aliviado com o fato desse número ser menor do que os 6,56% de 2011”, disse.

Já o economista Rafael Leão, da Austin Rating, é mais otimista. “Teremos uma inflação mais baixa no ano que vem, mesmo com atividade econômica maior. A alta no setor de alimentos não deve se repetir, já que o salário mínimo não terá reajuste tão forte”, disse.

» Vilões do ano

Veja os maiores reajustes

(Em %)

Feijão mulatinho 66,18

Batata inglesa 50,78

Alho 49,67

Feijão preto 44,38

Mandioca 43,72

Arroz 37,00

Passagem aérea 25,92

Óleo de soja 23,47

Ovo de galinha 19,08

Cerveja 13,78

Café moído 12,88

Empregado doméstico 12,75

Pão francês 12,00

Médico 10,49

Plano de saúde 7,99

Fonte: IBGE
Correio Braziliense

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