quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

E o transporte público no DF?



Artur Benevides
No entanto, a realidade é outra. O sistema não consegue dar resposta satisfatória nem a essas reclamações mínimas, que se repetem, monotonamente, em torno de três pontos: condutores que ignoram passageiros nos pontos, motoristas e trocadores que não se destacam pelo usuário do sistema e carros que não cumprem os horários.

Os usuários reclamam pouco. Não reclamam porque estão conformados com a má qualidade do serviço ou porque sabem que reclamar não vai adiantar nada. Os órgãos encarregados de receber as reclamações, tanto do poder público como o próprio DFTrans, não dão retorno nem protocolar.

Quanto mais na melhoria do serviço. Esta só se dá a longo prazo, mediante acertos que são feitos no varejo. Depois da intervenção que foi feita, anos atrás, pelo poder público, para dar mais organicidade ao sistema de transporte pirata, muito pouco foi acrescentado à estrutura de transporte que mudasse fundamentalmente a situação.

O pior é que a situação vem se agravando. Os congestionamentos tornam impossível observar os horários. Há superlotação. Os trabalhadores, obrigados a fazer X viagens por dia, têm de se desdobrar, abusando da velocidade. Seu estresse, potencializado por assaltos e outros eventos, se reflete sobre o público.

O poder público, as empresas e os sindicatos não têm uma proposta para a melhoria do serviço. O primeiro deposita no BRT o meio de desafogar o sistema. As empresas só pensam no lucro imediato. Os trabalhadores estão ocupados demais com a sobrevivência para pensarem no seu futuro profissional.

O automóvel particular já foi a solução. Hoje, é problema. O impasse está formado.

Artur Benevides – Conselho Comunitário da Asa Sul

Nenhum comentário:

Postar um comentário