No entanto, a
realidade é outra. O sistema não consegue dar resposta satisfatória nem a essas
reclamações mínimas, que se repetem, monotonamente, em torno de três pontos:
condutores que ignoram passageiros nos pontos, motoristas e trocadores que não
se destacam pelo usuário do sistema e carros que não cumprem os
horários.
Os usuários reclamam pouco. Não reclamam porque estão
conformados com a má qualidade do serviço ou porque sabem que reclamar não vai
adiantar nada. Os órgãos encarregados de receber as reclamações, tanto do poder
público como o próprio DFTrans, não dão retorno nem protocolar.
Quanto mais
na melhoria do serviço. Esta só se dá a longo prazo, mediante acertos que são
feitos no varejo. Depois da intervenção que foi feita, anos atrás, pelo poder
público, para dar mais organicidade ao sistema de transporte pirata, muito pouco
foi acrescentado à estrutura de transporte que mudasse fundamentalmente a
situação.
O pior é que
a situação vem se agravando. Os congestionamentos tornam impossível observar os
horários. Há superlotação. Os trabalhadores, obrigados a fazer X viagens por
dia, têm de se desdobrar, abusando da velocidade. Seu estresse, potencializado
por assaltos e outros eventos, se reflete sobre o público.
O poder
público, as empresas e os sindicatos não têm uma proposta para a melhoria do
serviço. O primeiro deposita no BRT o meio de desafogar o sistema. As empresas
só pensam no lucro imediato. Os trabalhadores estão ocupados demais com a
sobrevivência para pensarem no seu futuro profissional.
O automóvel
particular já foi a solução. Hoje, é problema. O impasse está
formado.
Artur
Benevides – Conselho Comunitário da Asa Sul
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