domingo, 3 de março de 2013

NOSSAS POLÍTICAS


A política brasileira pode ser dividida em três políticas distintas:
- A política teórica;
- A política prática;
- A política ideal;

Na política teórica, os cidadãos eleitores escolhem seus candidatos que os representarão nas Câmaras Municipais, estaduais, na Câmara Federal, Nas Assembléias Legislativas e no Senado Federal. Ao todo são 59.401 representantes e mais o presidente e vice-presidente para os quase 190 milhões de brasileiros.
É uma média de um representante para cada 3200 habitantes.
Esses representantes podem ou não ser formados em faculdades, na verdade, não há obrigatoriedade sequer em se ter o ensino médio concluído. As exigências são ínfimas. Idade mínima de dezoito ou trinta e cinco anos, dependendo do cargo, ser brasileiro, pertencer a algum partido e mais uma meia dúzia de coisas que fazem com que a maioria dos brasileiros esteja apta a representar seu povo.
A teoria continua nos dizendo que esses milhares de representantes devem realizar seus trabalhos voltados na melhoria da vida dos cidadãos brasileiros, independente de raça, cor, posição social ou preferência sexual. Além disso, devem manter o estado brasileiro soberano e ainda competitivo no cenário mundial.
Os ministros de estado devem ser escolhidos pelo presidente da república atendendo sempre aos anseios da sociedade e a necessidade de cada setor.
Nesta mesma política teórica, o poder executivo tem como sua figura maior o presidente da república que, por sua vez, tem o dever conduzir o país nas áreas econômicas e administrativas, de representar o país no exterior, de nomear diplomatas, ministros e mais algumas dezenas de tarefas, sempre com o auxílio de secretários e ministros.
Eles viveriam apenas do trabalho, com bons salários e algumas regalias normais.
Estas são, pelo menos, as principais características da Política na Teoria.

Vamos agora para a política na prática que é a política praticada por 95% dos nossos adoráveis políticos.
Os ditos “representantes do povo” são eleitos pelo povo através do voto direto, da mesma maneira que ocorre na política teórica. Muitos votos são comprados com dinheiro, cestas básicas, dentaduras ou outras coisinhas mais que enfeitiçam o brasileiro ignorante ou pilantra.
Uma vez eleito, o elemento trata de se aliar a outros políticos para juntos formarem uma panelinha onde o mais importante é o engrandecimento financeiro e a conquista de poder dessa mesma panelinha.
Esta panelinha se junta a outras panelinhas dentro da mesma casa e assim formam uma grande panela, um verdadeiro caldeirão de estrume que por sua vez se junta a outros caldeirões de merda em outras casas, chegando até o poder máximo das esferas.
A essas panelinhas dou o nome de coligação partidária.
Os cargos políticos são preenchidos por pessoas quase sempre incapacitadas para exercerem o cargo, mas que estão lá porque ajudaram financeiramente na campanha eleitoral ou é amigo do indicador, ou ainda porque é amante de alguém do caldeirão de estrume.
Eles se elegem presidentes de comissões ou algo do gênero para juntos decidirem maneiras mais práticas e rápidas de usurparem o dinheiro de setores vitais da sociedade.
Esta é a Política Real que infelizmente impera em nosso país desde 15 de novembro de 1889.

Já na política ideal, algo que nem os mais otimistas sonhadores jamais ousariam imaginar, seria uma política onde o poder fosse controlado por grupos de cidadãos comuns e livres de qualquer outro objetivo senão o de buscar sempre o melhor para a sociedade. 
Uma política praticada por pessoas formadas no ensino superior e com um passado absolutamente limpo. 
Seria uma política praticada por “não políticos”, ou seja, não haveria as velhas raposas que dominam a nossa política atual.
Os partidos políticos não poderiam receber dinheiro que não fosse do fundo partidário e todos os passos seriam absolutamente transparentes à sociedade.
Mas, não é só isso. Haveria um concurso para peneirar aquelas pessoas que realmente teriam condições de se candidatarem a cargos públicos. Nada de indicados ou pertencentes das famílias A ou B. 
A pessoa teria que demonstrar sua capacidade para ser um representante do povo.
Para cada setor da sociedade, profissionais altamente treinados ocupariam todo o conjunto de cargos. Não existiria, por exemplo, um ministro da cultura que fosse formado em ciências contábeis apenas ou formado em coisa alguma. Ele teria que ter um bom conhecimento na área da cultura para ser ministro.
Estas e outras citações de total devaneio comporiam a política ideal.
Mas isto é a mais pura e cristalina utopia.

Vivemos hoje uma realidade tão macabra em relação a política que se alguém se levanta para protestar contra todo o falido sistema eleitoral, ele é chamado de sonhador, de louco ou de alguém que quer se aproveitar por estar em evidência para pegar o seu pedaço no bolo fecal da corrupção.

As pessoas mais determinadas vão às ruas para exigirem atitudes mais cristalinas dos governos ou a punição de políticos que já deveriam estar apodrecendo nas cadeias. E sabe como a sociedade vê essas pessoas?
- Olha lá um bando de desocupados fazendo baderna na rua.
- Olha lá os coitados que acham que vão mudar alguma coisa só andando nas ruas com faixas na mão.
É engraçado como a sociedade inteira está indignada em ver a política imunda que nós temos neste país, mas ao invés de ajudarem essas pessoas determinadas a tentarem fazer algo para mudar a nossa realidade, preferem zombar dos ativistas e se acomodar no sofá para assistir a novelas, programetes que falam da vida alheia ou jogos de futebol.
A grande verdade é que a nossa sociedade merece ver cada centavo do dinheiro público ir parar nas mãos, ou melhor, para os bolsos dos senhores corruptos, pois uma população que enxerga tudo isso e não faz nada não é vítima, é cúmplice.

Lucio Big - www.luciobig.com

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