sexta-feira, 26 de abril de 2013

Liberdade de expressão - Sinpro defende diretora e repudia censura dos muros

Sindicato oferece proteção jurídica à Heloísa Regina Lago, que está respondendo a uma sindicância por ter autorizado pinturas críticas no Caic Unesco


O Sindicato dos Professores do DF considera que a Secretaria de Educação está oferecendo uma lição contra a liberdade de expressão e a democracia aos estudantes ao combater as pinturas feitas nos muros do Caic Unesco, de São Sebastião. ...

“Estamos em tempos de gestão democrática. Não é aceitável que a secretaria determine o que pode ou não ser pintado no muro de uma escola”, afirma a professora Cláudia Bullos, diretora do Sinpro. O sindicato ofereceu assistência jurídica à diretora do Caic, Heloísa Regina Lago de Moraes, e agora pretende analisar se a conduta dos gestores justifica um processo por assédio moral. “A diretora foi, no mínimo, constrangida. Não podemos concordar com a prática”, afirmou Cláudia Bullos.

A polêmica sobre os muros do Caic começou ainda em outubro, quando funcionários da Regional de Ensino e da administração da cidade foram até a escola reclamar de um desenho crítico ao Congresso Nacional.

Em dezembro, quando os 102 painéis foram entregues, a pressão para que seis deles fossem apagados aumentou. “Cheguei até a receber ligação do secretário, e não apaguei porque a pintura foi autorizada pelo Conselho Escolar”, explica Heloísa Regina.

Os painéis que provocaram a discórdia retratam um pedinte em frente ao STF, um aluno reclamando da educação pública, um político falando (literalmente) abobrinhas e duas versões estilizadas do Congresso Nacional.

Em 23 de março, a Secretaria de Educação abriu sindicância para que a diretora explique o “contexto e a legalidade” das pinturas.

De acordo com a pasta, a investigação é justificada pelo parágrafo 2o do artigo 65 da Lei no 12.408/2011. O dispositivo diz que a pintura de um muro só não é crime quando autorizada pelo proprietário que, no entendimento da pasta, seria a Secretaria de Educação, e não a escola.

Por Érica Montenegro

Fonte: Jornal Metro Brasília - 26/04/2013


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