quarta-feira, 8 de maio de 2013

Eleições 2014 - Roriz cuida da sua retaguarda


Não é à toa que o ex-governador Joaquim Roriz (sem partido) é conhecido como a velha raposa do DF. Prova recente foi esses dias. Estrategicamente, o político confirmou para a filha mais velha, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), que compareceria a uma sessão proposta por ela no Congresso Nacional para homenagear os líderes comunitários. A notícia se propagou durante dias na mídia local.

Na hora “H”, no entanto, Roriz não apareceu. Sem fazer alarde, enviou apenas uma carta para justificar a ausência. Alegou que sua presença poderia dar munição para adversários complicarem ainda mais a sua turbulenta vida política. Roriz tenta na Justiça garantir sua candidatura a algum cargo em 2014. No entanto, juristas acham difícil a conquista. ...

Na avaliação do ex-governador, sua presença na Câmara dos Deputados poderia dar uma conotação estranha, já que seria a primeira visita de Roriz no Congresso Nacional, de onde ele saiu pela porta dos fundos quando, em 2007, renunciou ao mandato de senador. Além disso, poderia ser mal interpretado por compor a Mesa apenas como um ex-governador, um ex-senador.

Rapidamente, então, no dia do evento, Roriz tomou uma decisão. Deixou de prestigiar a filha, com risco até de constrangê-la, mas sem desmotivar as centenas de admiradores que esperavam pelo político no plenário da Câmara Federal. Deu a entender que não queria outros problemas jurídicos, mas na verdade pareceu uma grande estratégia para que ele fosse ovacionado no evento em cada citação de seu nome por aliados e políticos do Congresso Nacional.

Um momento que marcou a sessão foi no discurso de sua outra filha, a deputada distrital Liliane Roriz (PSD), que, emocionada, reforçou a justificativa do pai não ter participado do momento especial. “É muito difícil testemunhar um homem do povo ser impedido de visitar a Casa do Povo para encontrar o seu povo”, esbravejou a parlamentar. Foi o suficiente para que o plenário e a galeria, lotados, entoassem em coro em repetidas vezes o nome do ex-governador: “Roriz, Roriz, Roriz...”.

A avaliação final foi que nem mesmo a presença do líder maior da oposição no DF seria tão positiva como foi sua ausência. Coincidência ou não, estratégia ou não, a falta de Roriz foi, sem dúvida, mais um acerto e valeu mais que sua possível ida que não daria o resultado que deu: deixou o povo com ainda mais vontade de reencontrar a “velha raposa”.


Fonte: Edson Sombra / Redação - 07/05/2013

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