quinta-feira, 30 de maio de 2013

PEDIDO DE AJUDA - GDF cancela fretamento que levaria equipe de golbol do DF para campeonato em MS

Sr. Agnelo, o que custa o fretamento de um ônibus para Campo Grande para um governo que pagou até agora 1,2 bilhão por um estádio de futebol?


O golbol, também conhecido por goalball, é um jogo praticado por atletas que possuem deficiência visual, cujo objetivo é arremessar uma bola sonora com as mãos no gol do adversário. Cada time joga com três jogadores e todos os atletas usam vendas nos olhos. Há também três reservas. Quando um jogador faz um pênalti, fica um no gol e o adversário arremessa. A percepção é pelo tato e pela audição. A bola possui guizos para o grande uso da audição e assim poder saber em que direção a bola esta indo. O campo é marcado por linhas em alto relevo e aí, prevalece o tato. É necessária muita concentração, por isso o silêncio da torcida e da equipe é importante.

Em junho de 2012, o GDF apoiou a realização do Festival Esportivo 2012, atividade que contou com alunos dos centros olímpicos de Ceilândia, Riacho Fundo, Samambaia e São Sebastião. A competição reuniu aproximadamente 7 mil crianças e adolescentes, de sete a 17 anos de idade, em oito modalidades na categoria convencional – futsal, basquete, vôlei, futebol society, handebol, tênis, futebol de areia e atletismo – e três na categoria adaptada – atletismo, bocha e golbol. ...

Um ano depois, a equipe de golbol do Distrito Federal prepara-se para competir no campeonato Regional Centro-Norte de Goalball, a ser realizado de 7 a 9 de junho de 2013 em Campo Grande (MS). Tudo pronto, o ônibus que seria fretado pelo GDF para levar os 38 atletas da delegação brasiliense foi cancelado. As famílias dos atletas estão desconsoladas e em busca de apoio. A viagem, de ônibus, dura 24 horas, segundo me relatou um dos pais.

A minha reflexão diante do fato é que o GDF, tendo que lidar com o “novo Elefante Branco”, apelido que acabo de dar ao arrojado Arena Mané Garrincha, busca pequenas economias para pagar a conta. Um estádio, inicialmente orçado em 696 milhões de reais, que atingirá a marca de 1,5 bilhão de reais (segundo o TCDF, citado no blog do José Cruz ), financiado exclusivamente com dinheiro do GDF (de terrenos da Terracap vendidos a toque de caixa, segundo consta), certamente deixa o governo local com dificuldades para arcar com contas básicas.

Também pudera, diferente de todos os outros estádios da Copa, que contaram com Parcerias Público Privadas (PPPs), o novo Garrinchão é fruto de uma administração pelo menos ousada. Falam num consórcio cuja transparência no detalhamento do projeto e das obras gera críticas. Verdade seja dita, o Elefante foi herdado dos administradores anteriores, que assumiram o compromisso para que a capital pudesse sediar a sonhada abertura da Copa. Agora, o jeito é vender a alma para correr atrás do prejuízo. Com sorte, a ideia de fazer dinheiro com um shopping Center e um restaurante no local vingará.

Podemos ver esse tipo de medida em diversas esferas, quando homens públicos buscam “parecer bem na fita” aos olhos da maioria fazendo os pequenos pagarem por isso. Infelizmente “a corda arrebenta do lado mais fraco” –, hoje receio e lamento não ter outras palavras para descrever esse tipo de situação exceto usando infames frases feitas.

Volto à definição do esporte para encerrar minha indignada manifestação em favor do bom senso: O goalball “precisa de muita concentração, por isso o silêncio da torcida e da equipe é importante”. Em resposta à atitude do GDF, todos estão em silêncio, chocados com a insensibilidade e a falta de compromisso com o cidadão que só espera, do governo, representatividade. Sr. Agnelo, o que custa o fretamento de um ônibus para Campo Grande para um governo que pagou até agora 1,2 bilhão por um estádio de futebol?

Fonte: Blog do Chico Santanna/ Por Marilia Serra - 29/05/2013

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