terça-feira, 18 de junho de 2013

UM ATO, MUITAS BANDEIRAS

Um ato, muitas bandeiras

Reivindicações no atacado perdem força em Brasília com jovens mais preocupados com a atitude de protestar


Na convocação feita pelo facebook, a pauta de reivindicações da manifestação de ontem, na Esplanada dos Ministérios, tinha nove pontos; passando por temas como a obra parada do VLT e a falta de investimentos em saúde e educação. Na prática, os gritos de guerra se multiplicaram ainda mais e, no decorrer da marcha até o Congresso, as reclamações dos 10 mil manifestantes, nas contas da Polícia Militar, acabaram completamente diluídas.

Entre gritos como ‘da Copa eu abro mão’ e ‘fora Agnelo’, uma constante foi o esforço de parte da multidão para evitar depredações e provocações contra a polícia. Ao mesmo tempo, porém, outros grupos provocavam abertamente os policiais. ...


“Escutei que só tinha vagabundo protestando. Então liberei meus funcionários e vim mostrar que não é verdade.” - BRUNO CANDOTTI, 29, EMPRESÁRIO

O primeiro momento de tensão ocorreu às 17h, após a saída da marcha da área externa do Museu Nacional. Ao invés de ocuparem apenas duas faixas do Eixo Monumental, conforme o combinado com a PM, alguns manifestantes romperam o cordão de isolamento e impediram a passagem dos carros na via toda. Houve empurra-empurra e cassetetes em punho, mas ficou claro que os policiais haviam sido instruídos a evitar o confronto diante das dezenas de câmeras da imprensa e centenas de celulares dos integrantes do protesto.

Tão jovens
O horário da manifestação e a mobilização via redes sociais fizeram com que a expressiva maioria dos participantes fossem jovens; secundaristas e universitários. “O país está em ebulição e a capital não poderia ficar de fora”, disparou Ana Elisa Hernandes, 15, ainda com o uniforme escolar. “Estou aqui para exigir investigações sobre o superfaturamento nas obras da Copa.”

“A violência policial em frente ao Mané Garrincha, no sábado, foi o que deu força a este ato”, opinou o universitário Andrés Oliveira, 22. “Ninguém veio aqui porque foi pago”, complementou a professora desempregada Amélia Lima, 30, em resposta à provocação do governador Agnelo Queiroz sobre outro ato, a queima de pneus no Eixo Monumental na última sexta.

Apesar da quantidade de propostas, um tipo de bandeira foi proibida pela massa, a partidária. Quando uma flámula do PSTU foi levantada, a vaia foi intensa.


Fonte: Jornal Metro Brasília - 18/06/2013

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