Com a falta de ação do
GDF, que não atende nossa população nas demandas mais básicas, resta-nos
protestar e usar bem o nosso voto em 2014
(*) Por
Geraldo Oliveira: do Blog Vicente Pires
Alerta.
Prezado morador, há
muito tempo que participo de reuniões nos órgãos do GDF, com o intuito de
cobrar ações efetivas que possam resultar em melhorias para Vicente Pires. Foi
assim em 2010, no episódio da grande erosão que existia na Rua 10, a qual foi corrigida
graças à intensa participação de moradores cobrando aquela demanda.
Naquela época, as
reuniões que fazíamos com as autoridades surtiam efeito, diferentemente do que
acontece hoje. Enquanto em 2010 foi necessário fazermos apenas uma reunião com
a Secretaria de Obras, para mostrar os vídeos da erosão, entregar
abaixo-assinados e obter a ação do Governo, hoje fazemos inúmeras delas sem
qualquer resultado.
A certeza que se tem é
que o GDF, apesar de ter recursos astronômicos à disposição – da ordem de 20
bilhões de reais anuais - não consegue geri-los de forma eficiente para
traduzi-los em realizações. Na outra ponta do processo – a da sociedade – as
expectativas são recorrentemente frustradas, a insatisfação e a indignação
crescem e a própria população não vê saída que não seja a do protesto.
Esse processo de
mobilização tende a crescer, pois a população de Vicente Pires tem amadurecido
com a participação crescente nos movimentos sociais e a chegada da informação,
que tem sido levada a todos com o intuito de despertar o espírito de cidadania.
Nesse aspecto, os formadores de opinião da cidade, as lideranças comunitárias e
as novas associações têm atuado intensamente, para conscientizar a todos de seu
papel.
Conforme noticiado nas
edições anteriores deste jornal e de meu blog, recentemente realizamos reuniões
na CAESB – para tratar do esgoto a céu aberto; no DER – para cobrar mobilidade
urbana; na SEDHAB – para cobrar transparência na regularização; na NOVACAP –
para cobrar obras, além de ter sido entregue aos 24 deputados distritais uma
Carta Aberta contendo nossas principais necessidades.
Mas, à proporção que o
tempo passou e essas atividades políticas não foram traduzidas em ações de
Governo, aumentaram a indignação e a impotência de todos nós, pelo simples fato
de constatarmos que não há muito o que fazer, a não ser protestar. É triste mas
também é fato que o nosso Setor Habitacional Vicente Pires, uma cidade com quase
80 mil moradores, não consegue se fazer enxergar.
No último dia 20 de
setembro, uma nova manifestação foi promovida pela nossa associação AMOVIPE –
desta vez na Avenida Estrutural - para a qual fizemos intensa divulgação dentro
da cidade e nas redes sociais. Cerca de 5 mil e-mails e convites também foram enviados
à população, à ARVIPS e a outras associações de bairros (ACCASA, da CA
Samambaia e AMORJOCKEY, do Setor Jockey), a fim de que todos nós pudéssemos
unir forças.
Infelizmente, mais uma
vez a participação foi pequena – cerca de 70 moradores apenas, um ex-administrador,
que foi o Alberto Meireles, um representante da AMORJOCKEY e ninguém da ARVIPS.
Mesmo assim conseguimos muito mais que os 8 moradores e as duas crianças do mês
de julho, quando aquelas determinadas pessoas pararam a EPTG por 10 minutos,
para cobrar o não fechamento do Viaduto Israel Pinheiro nos horários de pico.
O mote da manifestação
ocorrida na Via Estrutural foi cobrar mais uma vez a construção da ponte que
ligaria Vicente Pires à Cidade Estrutural e ao Setor Jóckey. Neste caso
específico, resta evidente que o Governo do Distrito Federal não fez essa obra
até hoje por pura falta de visão, gestão e sensibilidade social. Tal obra,
todos sabemos, reduziria significativamente o fluxo de veículos na EPTG, que é
o único acesso para Vicente Pires, para pessoas provenientes do Plano Piloto e
adjacências.
Com tantos argumentos e justificativas claras,
como a melhoria da mobilidade urbana e a integração econômica entre as regiões
de Vicente Pires e Estrutural, todos hão de concordar que deveria haver pelo
menos o interesse político eleitoral. Mas, nada acontece...
Enquanto isso, seguimos
adiante, com o olhar voltado para o horizonte e sem perder a motivação,
acreditando que um futuro melhor está por vir. Com nossas tentativas, sabemos
que temos levado visibilidade dos problemas de Vicente Pires à sociedade do
Distrito Federal. Junto com a questão da ponte, havia faixas pedindo ciclovias,
organização do nosso trânsito interno, a reabertura do Viaduto Israel Pinheiro
nos horários de pico, passarelas na Via Estrutural, mais linhas de ônibus em
todas as vias da cidade, águas pluviais e por aí foi...
O mais bacana foi que a
manifestação teve o êxito de envolver cidadãos comuns de nossa cidade, que
perceberam somente naquele momento a importância de estar ali. Ao final, tudo
transcorreu bem, não houve violência e foi nítida a satisfação de todos pelo
resultado. Foram só 12 minutos, mas suficientes para atrair quatro redes de TV,
dezenas de policiais, bombeiros, viaturas diversas e a chamada “P2”, que faz o
serviço de inteligência do governo. O recado foi dado!
Até o próximo mês e um
grande abraço!
(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado
da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e diretor da AMOVIPE.
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