segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SEM TER A QUEM RECORRER, VICENTE PIRES ENTRA NA ERA DAS MANIFESTAÇÕES. DESTA VEZ PARAMOS A VIA ESTRUTURAL



Com a falta de ação do GDF, que não atende nossa população nas demandas mais básicas, resta-nos protestar e usar bem o nosso voto em 2014

(*) Por Geraldo Oliveira: do Blog Vicente Pires Alerta.

Prezado morador, há muito tempo que participo de reuniões nos órgãos do GDF, com o intuito de cobrar ações efetivas que possam resultar em melhorias para Vicente Pires. Foi assim em 2010, no episódio da grande erosão que existia na Rua 10, a qual foi corrigida graças à intensa participação de moradores cobrando aquela demanda.
Naquela época, as reuniões que fazíamos com as autoridades surtiam efeito, diferentemente do que acontece hoje. Enquanto em 2010 foi necessário fazermos apenas uma reunião com a Secretaria de Obras, para mostrar os vídeos da erosão, entregar abaixo-assinados e obter a ação do Governo, hoje fazemos inúmeras delas sem qualquer resultado.
A certeza que se tem é que o GDF, apesar de ter recursos astronômicos à disposição – da ordem de 20 bilhões de reais anuais - não consegue geri-los de forma eficiente para traduzi-los em realizações. Na outra ponta do processo – a da sociedade – as expectativas são recorrentemente frustradas, a insatisfação e a indignação crescem e a própria população não vê saída que não seja a do protesto.
Esse processo de mobilização tende a crescer, pois a população de Vicente Pires tem amadurecido com a participação crescente nos movimentos sociais e a chegada da informação, que tem sido levada a todos com o intuito de despertar o espírito de cidadania. Nesse aspecto, os formadores de opinião da cidade, as lideranças comunitárias e as novas associações têm atuado intensamente, para conscientizar a todos de seu papel.
Conforme noticiado nas edições anteriores deste jornal e de meu blog, recentemente realizamos reuniões na CAESB – para tratar do esgoto a céu aberto; no DER – para cobrar mobilidade urbana; na SEDHAB – para cobrar transparência na regularização; na NOVACAP – para cobrar obras, além de ter sido entregue aos 24 deputados distritais uma Carta Aberta contendo nossas principais necessidades.
Mas, à proporção que o tempo passou e essas atividades políticas não foram traduzidas em ações de Governo, aumentaram a indignação e a impotência de todos nós, pelo simples fato de constatarmos que não há muito o que fazer, a não ser protestar. É triste mas também é fato que o nosso Setor Habitacional Vicente Pires, uma cidade com quase 80 mil moradores, não consegue se fazer enxergar.
No último dia 20 de setembro, uma nova manifestação foi promovida pela nossa associação AMOVIPE – desta vez na Avenida Estrutural - para a qual fizemos intensa divulgação dentro da cidade e nas redes sociais. Cerca de 5 mil e-mails e convites também foram enviados à população, à ARVIPS e a outras associações de bairros (ACCASA, da CA Samambaia e AMORJOCKEY, do Setor Jockey), a fim de que todos nós pudéssemos unir forças.
Infelizmente, mais uma vez a participação foi pequena – cerca de 70 moradores apenas, um ex-administrador, que foi o Alberto Meireles, um representante da AMORJOCKEY e ninguém da ARVIPS. Mesmo assim conseguimos muito mais que os 8 moradores e as duas crianças do mês de julho, quando aquelas determinadas pessoas pararam a EPTG por 10 minutos, para cobrar o não fechamento do Viaduto Israel Pinheiro nos horários de pico.
O mote da manifestação ocorrida na Via Estrutural foi cobrar mais uma vez a construção da ponte que ligaria Vicente Pires à Cidade Estrutural e ao Setor Jóckey. Neste caso específico, resta evidente que o Governo do Distrito Federal não fez essa obra até hoje por pura falta de visão, gestão e sensibilidade social. Tal obra, todos sabemos, reduziria significativamente o fluxo de veículos na EPTG, que é o único acesso para Vicente Pires, para pessoas provenientes do Plano Piloto e adjacências.
 Com tantos argumentos e justificativas claras, como a melhoria da mobilidade urbana e a integração econômica entre as regiões de Vicente Pires e Estrutural, todos hão de concordar que deveria haver pelo menos o interesse político eleitoral. Mas, nada acontece...
Enquanto isso, seguimos adiante, com o olhar voltado para o horizonte e sem perder a motivação, acreditando que um futuro melhor está por vir. Com nossas tentativas, sabemos que temos levado visibilidade dos problemas de Vicente Pires à sociedade do Distrito Federal. Junto com a questão da ponte, havia faixas pedindo ciclovias, organização do nosso trânsito interno, a reabertura do Viaduto Israel Pinheiro nos horários de pico, passarelas na Via Estrutural, mais linhas de ônibus em todas as vias da cidade, águas pluviais e por aí foi...
O mais bacana foi que a manifestação teve o êxito de envolver cidadãos comuns de nossa cidade, que perceberam somente naquele momento a importância de estar ali. Ao final, tudo transcorreu bem, não houve violência e foi nítida a satisfação de todos pelo resultado. Foram só 12 minutos, mas suficientes para atrair quatro redes de TV, dezenas de policiais, bombeiros, viaturas diversas e a chamada “P2”, que faz o serviço de inteligência do governo. O recado foi dado!
Até o próximo mês e um grande abraço!

 (*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e diretor da AMOVIPE.




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