Nos últimos meses, a ação de bandidos tem tirado nosso sono. Por que será que a insegurança tem crescido tanto por aqui?
(*) Por
Geraldo Oliveira: do Blog Vicente Pires
Alerta
A região de Vicente
Pires, antes pacata e tranquila, está seguindo o mesmo rumo de outras cidades
violentas do Distrito Federal. Câmeras de segurança de alguns condomínios
registraram nos últimos dois meses a audácia de criminosos, que têm alcançado
sucesso incrível em suas ações e trazendo medo à nossa região que, até há pouco
tempo, não frequentava os noticiários policiais.
Recentemente, um
cidadão que conheço teve seu veículo furtado em plena luz do dia, em local onde
havia grande movimentação de pessoas na Rua 3. Um pequeno descuido, fácil de
ser evitado, foi o motivo da perda de seu carro: ele parou em frente a um
comércio e permaneceu dentro do veículo, enquanto esperava sua esposa fazer
compras. Em questão de segundos, um bandido o abordou, obrigou-o a sair e, em
seguida, sumiu com o veículo. Toda a ação foi registrada por câmeras.
Outra filmagem
demonstrou o quanto temos dado “mole” para as quadrilhas: uma mulher entra sem
ser notada em um condomínio, olha casa por casa em atitude suspeita e
identifica quais delas estariam aptas a serem surrupiadas. Após essa “inspeção”, ela telefona para seus
comparsas e, em seguida, aparece um carro com vários homens, que arrombam um
portão, estacionam tranquilamente o carro na garagem e saem algum tempo depois,
com o veículo cheio.
Esse tipo de ocorrência
como sabemos, não ocorre por acaso. Na maioria das vezes, nós é que vacilamos e
pagamos caro por nosso próprio descuido. As autoridades em segurança são categóricas
em dizer que segurança é sim dever do Estado, mas também é responsabilidade de
todos nós. Sua principal recomendação é clara: jamais devemos facilitar a ação
do bandido.
Mas, e os gestores da
segurança pública no Distrito Federal, o que têm feito para diminuir os riscos
para Vicente Pires? Aqui só tem dois postos da Polícia Militar e uma delegacia,
com pouco efetivo e minguados recursos materiais. Colocar postos policiais
móveis no interior da cidade e nos acessos e saídas (que não são tantos), não
seria uma medida necessária? E as rondas ostensivas? Alguém tem visto policiais
ou viaturas fazerem ronda nas nossas vias? Estariam seguros os estudantes
noturnos e trabalhadores que voltam tarde da noite para casa, a pé?
E a nossa delegacia, a
38ª DP? Não estaria necessitando ser reequipada, com aumento do efetivo de
agentes e de recursos? Estaria ela em condições de investigar todas as
ocorrências, para capturar quem está agindo por aqui e ainda mapear o mapa da
bandidagem? Ou seria o caso de se instalar outra delegacia no outro extremo da
cidade? Fica a reflexão e a cobrança ao Secretário de Segurança, Sandro Avelar.
Vicente Pires deixou de
ser há muito tempo uma área meramente rural e tranquila, para abrigar hoje mais
de 80 mil moradores. Com esse crescimento, é natural que os índices de
violência aumentem, demandando que haja a ação proativa do Estado para
controlá-los. Ao que parece, a Secretaria de Segurança Pública do DF não se
atentou que é preciso tomar providências enérgicas urgentes, para tranquilizar
os moradores.
Se há aumento da
violência em nossa cidade, temos de cobrar atitudes do GDF para reverter esse
quadro. Não devemos cochilar com nossa própria segurança, mas também não
podemos aceitar que ela seja negligenciada pelo Estado. O velho chavão de que
“Segurança é dever do Estado” definitivamente não está valendo para Vicente
Pires, a julgar pelos recentes e graves acontecimentos.
Finalizo, informando que
em Vicente Pires existe o Conselho de Segurança de Moradores - CONSEG, que
recentemente foi assumido pelo companheiro Jailton Souza Rodrigues, eleito
presidente em 10 de outubro último. Os Consegs são regulamentados por lei e o
nosso conselho sempre foi um dos mais atuantes do Distrito Federal, antes
presidido pela moradora Valdênis Alves. Ela diz que, por falta de apoio,
preferiu sair. “A administração de Vicente Pires, na gestão do governo Agnelo e
Dirsomar, não ajudou em nada”, relata.
O novo presidente também
afirma que o que mais dificulta a atuação do CONSEG é realmente a falta de
apoio. Segundo Jailton, o Decreto do Governador Agnelo Queiroz nº 37.747, de 17
de outubro de 2013, manda as administrações regionais disponibilizarem
instalações e um servidor para a sede dos Consegs. “O Administrador Glênio disse
que não tem local nem o servidor para disponibilizar, por isso a nossa
segurança fica tão vulnerável. Eles não cumprem nem um decreto publicado no
Diário Oficial”, reclama.
Mas, mesmo sem o apoio previsto
no decreto, os encontros do CONSEG não deixam de acontecer pelos bairros da
cidade, a cada final de mês. As reuniões ocorrem, preferencialmente, em locais
onde há ocorrências indicadas pelos moradores e quando a ordem pública é
ameaçada, com a presença obrigatória de representantes de todos os órgãos de
segurança pública do DF, além do administrador regional. O telefone para
contato do CONSEG é 8116.2455.
Até o próximo mês e um
grande abraço!
(.*)
Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da Câmara Legislativa, morador
de Vicente Pires e diretor de comunicação da Associação de Moradores de Vicente
Pires e Região - AMOVIPE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário