terça-feira, 12 de novembro de 2013

Polícia do DF não sabe paradeiro de ex-administrador de Águas Claras

Justiça autorizou Carlos Sydney a cumprir prisão temporária em casa.
Ele é suspeito de integrar esquema que envolve ex-gestor de Taguatinga.


Do G1 DF 

A Polícia Civil do Distrito Federal informou nesta segunda-feira (11) que não sabe o paradeiro do ex-administrador de Águas Claras Carlos Sydney de Oliveira, preso temporariamente desde quinta-feira em operação da polícia e do Ministério Público.

O ex-administrador é suspeito de participar de um suposto esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás para empreendimentos imobiliários no DF.

Na noite de sexta-feira, Oliveira foi internado no Hospital de Base com crise de hipertensão e estava em observação, escoltado pela polícia. No sábado, Oliveira conseguiu uma autorização da Justiça para cumprir o período de prisão em casa.

Segundo a polícia, a corporação só recebeu cópia da decisão da Justiça que concedeu prisão domiciliar ao ex-administrador às 23h de sábado (9). A partir da informação, determinou que uma equipe da Divisão de Operações Especiais (DOE) fosse à residência do ex-administrador, mas ele não foi encontrado.
A Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco) informou que vai pedir a prorrogação das prisões temporárias e solicitou a revogação da prisão domiciliar de Carlos Sidney, por entender que a medida prejudica a investigação.

A Polícia Civil informou que vai notificar o Tribunal de Justiça para saber por que a prisão domiciliar do ex-administrador não especificou o endereço em que ele deveria cumprir pena.

O G1 procurou o TJ, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Carlos Alberto Jales, ex-administrador de Taguatinga, contra quem também foi expedido mandado de prisão temporária, está com policiais civis em um hospital particular de Taguatinga Sul. Ele foi internado na madrugada de sexta; o hospital não passa informações sobre o estado de saúde dele.

Os dois administradores foram exonerados pelo GDF. O mesmo aconteceu com a chefe da assessoria de planejamento e ordenamento territorial na Administração de Taguatinga, Larissa Queiroz Noleto, e o chefe da assessoria técnica da mesma administração, Laurindo Modesto Pereira Júnior.

Ação policial
A Operação Átrio foi realizada pela Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do DF.
Nossa empresa nunca foi procurada por nenhum administrador, pedindo qualquer tipo de ajuda. Há outras empresas também citadas. Acho importante ajudar a polícia nessa investigação”
Paulo Octavio, ex-governador do DF, sobre as suspeitas envolvendo empresa dele

Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram em 2011, a pedido do Ministério Público, após denúncia sobre irregularidades na concessão de alvarás emitidos pela administração de Taguatinga. Nos últimos quatro meses, os trabalhos da polícia foram intensificados.

Empresários do setor de construção civil e servidores também foram chamados a prestar esclarecimentos. Segundo a polícia, os administradores envolvidos solicitavam vantagens de vários tipos, inclusive financeira.

Entre os empresários está o ex-governador Paulo Octavio Alves Pereira. Segundo a polícia, empreendimentos da construtora dele foram beneficiados pelo suposto esquema, como o Shopping JK, localizado entre Ceilândia e Taguatinga.

Ele prestou esclarecimentos na delegacia na noite de quinta. Inicialmente, ele foi intimado a prestar esclarecimento como testemunha. Ao final do depoimento, o delegado Fábio Souza afirmou que Paulo Octavio era suspeito de envolvimento no suposto esquema de corrupção. “Suspeito de envolvimento nesses crimes que estão sendo apurados de concessão irregular de alvará junto às administrações de Taguatinga e Águas Claras.”

Paulo Octavio nega participação nas fraudes para obter licenças para construções e diz estar disposto a colaborar com as investigações. Durante o dia, a polícia apreendeu computadores e documentos em três imóveis do ex-governador. “Nossa empresa nunca foi procurada por nenhum administrador, pedindo qualquer tipo de ajuda. Há outras empresas também citadas. Acho importante ajudar a polícia nessa investigação.”
Carro da PM em frente ao Hospital Santa Marta, em Taguatinga, onde ex-administrador da região administrativa Carlos Alberto Jales está internado desde sexta-feira (Foto: Lucas Salomão/G1)

Os indiciados vão responder por vários crimes. “Até aqui há falsidade ideológica, corrupção passiva, que é recebimento de vantagem, e há crimes que vão desaguar na esfera contra a administração pública, por expedição de documentos sem observância da lei”, enumerou o diretor da Polícia Civil, Jorge Xavier.

A Justiça determinou que 12 pessoas prestassem depoimento. Além do ex-governador Paulo Octavio, funcionários das administrações e a mulher do administrador de Taguatinga, Marfisa Jales, também foram chamados para prestar esclarecimentos.

Segundo a Polícia Civil, a investigação começou a partir de ações de servidores do escalão mais baixo das administrações. “Num determinado momento, a gente começou a perceber que não eram fraudes ou manipulações feitas por servidores dos escalões mais baixos, mas eram feitos atendendo a comandos que vinham da cúpula da administração”, disse.

Fonte: Blog do Cafezinho

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