Estamos vivendo em tempo de crise. Não me refiro às crises financeiras
ou às dificuldades por que passa o mundo, com crises européias, ditaduras
resistentes, ameaça de bombas nucleares, Primavera Árabe etc.
Nossa
sociedade está vivendo uma crise profunda. Pode-se dizer - sem margem de erro –
que se trata de uma crise ética, crise moral, crise de caráter. Há uma grande
mudança nos valores da convivência humana, com reflexos, evidentemente, no
problema ético. Assim, a solidariedade em sua mais variada forma e a comunhão
de interesses dá lugar, hoje em dia, ao individualismo, que cada vez se impõe
mais no comportamento das pessoas na sociedade.
Depois que
dentre os milhares de bandidos que ocupam cargos políticos, colocaram alguns
atrás das grades, pudemos ver de forma escancarada a crise moral, ética e de
caráter que estamos vivendo.
O fato é mais
ou menos assim: Em uma parada militar, um pelotão com 120 soldados marchavam
pela avenida, um deles estava com o passo diferente dos outros 119. Milhares de
pessoas assistiam das arquibancadas, entre eles a mãe do soldado que marchava
diferente. Após o fim do desfile essa senhora muito chateada se dirigiu ao
comandante e solicitou que da próxima vez o comandante prestasse mais atenção
na tropa, pois o filho estava marchando certo e os demais com o passo errado,
atrapalhando seu filho.
Os bandidos
presos do PT e outros partidos roubaram o dinheiro do contribuinte, foram
processados e tiveram os melhores advogados que o dinheiro pode comprar,
tiveram julgamentos além do que qualquer pessoa normal teria e mesmo assim
foram condenados e presos.
Mesmo assim,
os “cumpanheiros” petistas sem caráter estão pelas ruas se manifestando contra
o resto dos brasileiros honestos. Estão querendo fazer acreditar que errado é o
povo, o erro está com quem julgou e não com os bandidos presos.
Essa turma
petista sem escrúpulos, sem ética e que busca somente seus interesses
individuais, difunde ainda mais o pensamento de que o homem deve satisfazer
seus inúmeros interesses e impulsos, na procura incessante da satisfação das
necessidades individuais. Perde-se, então, em nível de valores, a dimensão
comunitária do ser humano, o que dá lugar à preocupação da auto-realização do
indivíduo. Busca-se acima de tudo o interesse do singular, numa mentalidade
calculista. Assim, nesse enfoque, tudo é justificável, desde que o indivíduo
realize seu eu a qualquer custo.
Esses
petistas estão mostrando que o individualismo imperante torna as pessoas
insensíveis ao fosso escandaloso que existe entre os níveis de ética, caráter e
moral.
Vemos a ética
do individualismo, defender aqueles que de alguma forma contribui para o eu,
quer com um empreguinho indicado, dinheiro sujo ou a realização de algum desejo
a qualquer preço e a qualquer custo, mesmo com a substituição do direito pela
força, com o mais forte ditando regras e assim defendendo os bandidos, para
continuar defendendo seus interesses.
A crise que vem assolando nossa sociedade é uma terrível crise de
valores, sim falo de valores morais. Não, não olhem para mim como se eu fosse
mais um desses pequeno-burgueses que vivem apregoando conceitos e acobertando
preconceitos. Estou longe disso, mesmo com meus inúmeros defeitos. Falo de
valores como a dignidade, o respeito, a tolerância, a honradez, a honestidade,
a generosidade, a caridade. Esses e outros tantos estão perdendo força no nosso
dia a dia.
Nós precisamos dar um basta nisso, precisamos defender nossos valores,
mostrar para esses “cumpanheiros” que no Brasil ainda tem muita gente honesta e
com caráter. E tem mais. Não é só dos nossos que devemos cuidar, mas da
sociedade em que vivemos. Estar atento com a educação e saúde dos menos
favorecidos, daqueles que não dispõem dos recursos necessários para lhes dar
condições dignas de vida, fiscalizar, cobrar das autoridades atitudes
resolutivas dos seus problemas e principalmente, apoiar esses que como nós têm
caráter, são honrados e por isso fizeram o certo, colocando esses bandidos na
cadeia.
Sabe por que todos devem participar para
mudar essa crise?
Um dia, um rato que morava em uma fazenda viu o
dono montando uma ratoeira na cozinha. Ele ficou muito assustado e, sentindo a
grave ameaça a sua vida, foi correndo contar a novidade para a galinha, o porco
e a vaca. Eles não lhe deram atenção, explicando que aquele era um problema
dele e que isso não os afetava. Pois bem, uma cobra foi pega na ratoeira e
quando a mulher do fazendeiro ouviu o barulho, foi olhar de perto, pensando ser
o rato. A cobra picou-a e ela ficou acamada. O fazendeiro mandou matar a
galinha para fazer uma canja para a mulher doente. Porém a mulher piorou e ele
precisou chamar alguns parentes para ajudá-lo, então matou o porco para
servi-lo a essas pessoas. Em pouco tempo a mulher veio a falecer, o que trouxe
à fazenda muitos parentes e amigos para o velório e sepultamento, levando o
fazendeiro a matar, enfim, a vaca para alimentar a todos. Só o rato sobreviveu.
Algumas vezes nossas atitudes se assemelham a
destes animais. Acreditamos que o problema do outro está muito distante de nós
e que não poderá nos atingir. Então viramos o rosto e continuamos a cuidar da
nossa vida, como se ela, a vida, não fosse cíclica e não nos levasse, em algum
momento, a sentir a conseqüência direta ou indireta de nossas ações e omissões.
“A maior necessidade do mundo é a de homens -
homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam
verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome
exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao
pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus”. Livro:
EDUCAÇÃO. Autora: ELLEN G. WHITE, pág. 57.
Chega de aplaudir discursos, cobremos ação, mas
ajamos também. Não percamos nossa capacidade de indignação e reação ante o que
aflige a nós e aos outros, afinal, os outros somos nós sob outro ângulo.
Utilize de todas as formas para combater esses que estão transformando o
Brasil de mal a pior.
Acima de tudo, comecemos por nossa casa, ensinando aos nossos filhos, através
de nosso exemplo, o que é ser honrado, honesto, ético. Afinal, a célula mãe da
sociedade ainda é a família.
Gilberto Camargos
Redação
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