segunda-feira, 14 de julho de 2014

A nossa Copa



Desculpem-me os ufanistas de plantão, mas essa não foi a Copa das Copas. A da África do Sul, em 2010, também não foi, e a da Rússia, em 2018, com certeza não será. Foi mais um Mundial, como os 20 já realizados. Todos marcados pelas características de cada povo que os organizou, com suas qualidades, seus defeitos e seus problemas. Mas é inegável que fizemos um bom campeonato. Entregamos com dignidade tudo o que nos foi pedido. 

E o campeonato teve o nosso toque, é claro. Lotamos os estádios, mostramos simpatia e alegria. Fizemos milhões de selfies e interagimos com todos os povos. Tudo parece ter dado certo. Mas daí a chamar de Copa das Copas é um provincianismo desnecessário. O Brasil tem muito a mostrar ao mundo e não precisa do marketing do governo para se orgulhar da sua capacidade de receber grandes eventos. ...

Esse torneio é fruto do trabalho e do sacrifício de cada um de nós. Pagamos caro por ele e o balanço final é positivo, podemos nos orgulhar. Não há responsáveis isolados nem políticos que mereçam levar o mérito. O povo brasileiro é o craque dessta Copa.

O país volta hoje ao normal, ainda de ressaca pelo desastre da participação da Seleção Brasileira. É hora de fazermos um balanço. A partir de agora, saberemos se o transporte e a segurança das cidades sedes serão realmente bons sem os feriados e os pontos facultativos. Se a telefonia e os aeroportos vão funcionar corretamente com o fim da mobilização e do plantão montados pelas empresas. Espero que sim. Hoje é dia também de nos lembrarmos de que houve improviso nas obras e muitas delas estão inacabadas. Há um legado a ser cobrado.

É importante saber que o mundo passou a nos ver com outros olhos. Rio de Janeiro, magistralmente lindo, e Salvador se consolidaram como roteiro para turistas de todo o mundo. Brasília e Fortaleza entraram no mapa. Precisamos aprender a explorar menos essas pessoas, cobrar o preço justo pelos produtos e serviços. Mas isso vem com o tempo, já temos a receita para seguir no caminho certo.

Por fim, aprendemos lições. Os japoneses nos ensinaram a limpar o estádio depois do jogos. Os alemães prometeram patrocinar uma escola de tempo integral na Bahia. Nos lembraram que a educação é prioridade. Também nos mostraram a importância da organização, do planejamento e da seriedade no trabalho. É por isso que a taça está nas melhores mãos. Parabéns a Alemanha!


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