A Colônia Agrícola vinte e seis de Setembro foi criada em 1996 pelo decreto 17.502, mas dois anos depois o assentamento que contava com 134 famílias produzindo seu sustento, foi repassado para a União.
Criaram
e assentaram as famílias em 1996 e em 1998 resolveram transformar em área de
conservação ambiental. Pasmem, mas é isso mesmo. Pela falta de planejamento covardia
e má administração do governo, o local passou de área produtiva legalmente
criada e começou a ser considerada ameaça ao Parque Nacional. Com isso os
assentados passaram a ser perseguidos pelo IBAMA e depois pela Fundação Chico
Mendes e atualmente por todos esses órgãos juntos, mais o GDF, Seops, Agefis,
Câmara Legislativa através de vários deputados, Promotoria da Ordem Urbanística
e Prodema através dos promotores Maria Elda e Cesar Nardelli. Todos querem
acabar com o assentamento, mas como não consegue no uso da força foi retirado o
pouco que havia para se viver com dignidade como por exemplo a coleta de lixo,
água potável, energia elétrica, saúde pública, segurança, transporte coletivo.
O transporte coletivo foi retirado há seis meses com a alegação de que seriam
processados se continuassem a circular no local. Também foi retirada uma
viatura da polícia que passava de vez em quando. Com esta atitude eles
desamparam as pessoas que ali habitam e os deixam a mercê dos bandidos que
fazem o que bem entendem no local.
Com
a visão distorcida de enxergar o assentamento como uma invasão, deixam milhares
de famílias privadas do que é básico. Quando a associação de moradores AMOVIPE
procura a administração para solicitar alguma benfeitoria, o administrador
deixa claro que não faz nada, pois os Promotores da Prourb e Prodema, não proíbe,
mas deixa claro que processará quem fizer benfeitoria no assentamento, fazendo
assim que todos os moradores vivam abaixo da linha de pobreza.
Com
a proibição velada e determinação dos promotores, nada é feito e os milhares de
crianças do local não têm como ir para as escolas regularmente, pois as ruas
não podem ser cascalhadas e patroladas e com isso os ônibus escolares não têm
como passar e os que se arriscam, quebram. Os moradores também têm que conviver
com águas de cisternas contaminadas pelas fossas ao lado.
Mesmo
com autorização do ICMBIO, com a alegação das determinações da Prourb, o
patrolamento das ruas foi proibido pela SEOPS e pela AGEFIS que apreende toda e
qualquer máquina que tenta dar um pouco de conforto aos moradores.
Enfim,
o local virou um caos.
O
governo e a promotoria devem desconhecer que o lugar é uma região consolidada,
um ASSENTAMENTO e não uma invasão como chamam a região. Eles desconhecem também
que a região antes do assentamento não era uma mata com plantas nativas da
região, mas uma plantação de Eucaliptos que não são árvores nativas do Brasil.
E parecem fazer de desentendidos quando esquecem que quando famílias são
assentadas, o fazem para produzir alimentos para o sustento e para o abastecimento
do DF. Para produzir é necessário desmatar e dois anos depois os assentados já
haviam desmatado nada menos do que 80% da área conforme a lei.
Eles
também desconhecem que mesmo se a área fosse uma Floresta Nacional, poderia
haver chacareiros assentados e com isso benfeitorias seriam feitas para os
moradores do local.
Com
todos os supostos desconhecimentos de quem deveria conhecer detalhadamente o
lugar a que se propõe defender, o povo sofre com a falta de tudo e vive abaixo
da linha da pobreza.
Fartura
mesmo na região são os cães sarnentos enviados pelo governo Agnelo com ações
arbitrárias e desumanas. Verdadeiros monstros travestidos de agentes públicos
transformaram a região em um lugar de medo, um lugar sem sossego em que as
pessoas vivem a beira do desespero total.
Sem
nenhum aviso ou ordem judicial, os monstros da SEOPS e AGEFIS, amparadas pela
Polícia Militar, CEB e CAESB, sem a presença de ninguém dos direitos humanos,
conselho tutelar e principalmente sem a presença da imprensa que é rechaçada;
eles se fazem presentes todos os dias na região e o fazem somente com órgãos de
repressão, com muita truculência e ameaças.
Os
monstros desumanos passam pelas ruas fazendo terrorismo antes das derrubadas,
passam pelas casas habitadas e sempre em tom de sarcasmo, anunciam: amanhã
derrubaremos sua casa. Não deixam nenhuma notificação, apenas suas ameaças,
levando os moradores ao desespero, chegando alguns a serem avisados por semanas
seguidas.
O
local tem sido alvo de vaidades políticas, onde apenas os políticos de plantão,
mentirosos e safados tiram proveito, sendo esses, os únicos beneficiados na
região.
Com
as proximidades das eleições, já começam a aparecer os políticos mentirosos
pregando lorotas de que estão do lado dos moradores.
Os
moradores querem muito saber o que o atual governador Agnelo Queiroz e
candidato a reeleição tem a dizer para eles com o objetivo de conseguir seus
votos. Eles estão atentos.
No
intuito de desqualificar a AMOVIPE, única associação que é política, mas não é
partidária e não tem objetivo de promover nenhum candidato, que trabalha de
verdade com voluntários e não cobra mensalidades de associados; pessoas
desonestas ligadas a outra associação estão aparecendo informando que foi o
deputado Roney que mandou parar as ações da Seops e Agefis e que ele está
fazendo muito pelo assentamento. Tudo não passa de mentiras, ouvimos o Deputado
Roney que se mostrou honrado e verdadeiro e disse que jamais mandou parar
qualquer ação. “Jamais disse a alguém que pedi a Agefis pra parar qualquer
ação. O que aconteceu foi que fui procurado por uma associação que me pediu que
marcasse uma reunião com a Agefis e a Seops o que eu fiz, mas nem participei da
reunião, mas sim meu chefe de gabinete”. “... não prometo, mas tento ajudar
abrindo portas e tentando acelerar obras de infraestrutura que as pessoas me
pedem”, Disse o Deputado. Outros deputados e candidatos se uniram com essa
associação conhecida na região como “sopromete”, que foi criada para promover
candidatos e estão mentindo descaradamente, enganando os moradores desavisados.
Não
se enganem, vocês moradores não são cegos ou ingênuos, ninguém faz nada pela 26
de Setembro há mais de seis anos! Olhem para as ruas, olhem para a situação em
que se encontra o assentamento e veja que tudo não passa de enganação e mentiras
para conseguir novamente seus votos.
Quem
realmente tem feito alguma coisa real contra as derrubadas são os moradores, a AMOVIPE
e a comissão de direitos Humanos da OAB coordenadas pelo Advogado Dr. Carlos
Souza; os demais são enganadores de plantão.
Se
esses políticos que estão no poder estão dizendo que vão fazer alguma coisa,
por que não fizeram antes? Por que não fazem agora? Por que deixam que milhares
de moradores VIVAM ABAIXO DA LINHA DA POBREZA? Por que deixaram que centenas de
famílias perdessem a moradia, mesmo estando morando há muito tempo no local?
Estão no poder e não fazem nada e agora querem seu voto para fazer?
Cadê
a promotoria que não aparece agora para proteger o povo desses enganadores de
plantão?
Hoje,
17 anos depois, os chacareiros assentados que conseguiram sobreviver à
perseguição e a especulação imobiliária ainda aguardam para ter o mínimo de
conforto e para ter a documentação oficial de suas chácaras. Porém, com essas
ações governamentais e com as ações arbitrárias da promotoria, dificilmente os
assentados terão paz.
Paz,
sorriso e alegria os moradores da Colônia Agrícola 26 de Setembro só tiveram na
época no governo anterior quando o administrador podia atender as
reivindicações dos moradores e levou ao local uma linha de ônibus gratuita,
ligando a região a Taguatinga e mantinha o serviço de terraplenagem e cascalhamento
das ruas. Quando havia projeto pronto para instalação de energia, água e
asfaltamento da DF97 que chegou a ser piquetada para isso.
É
dever de o Estado promover a inclusão social das populações carentes e fazer
com que ninguém viva abaixo da linha da pobreza, porém falta o apoio legal para
estes moradores.
Diante
de todo o exposto, os assentados clamam por justiça de verdade e espera ver
cumprido o direito do exercício da cidadania imposta pela Constituição Federal
vigente. Eles esperam que o MPDFT com a sapiência de seus membros permita pelo
menos o básico para a sobrevivência com dignidade como Segurança, Educação,
Transporte, mobilidade com ruas cascalhadas, energia elétrica, saúde e claro,
promova a regularização dos assentados na Colônia Agrícola 26 de Setembro,
mesmo que seja na área de Floresta Nacional conforme garante a lei. A fim de
que os mesmos promovam o fim social da terra, produzindo para a sociedade e
vivendo com a tranqüilidade a que todos têm direito.
Redação - Gilberto Camargos
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