Eleitor de Vicente Pires quer
resultados para definir seu voto. Se não sentir melhorias em sua qualidade de
vida, continuará a votar sem direção
Você
sabe o que é voto corporativo? Tentarei explicar esse fenômeno que ocorre em
Vicente Pires, uma cidade profundamente indefinida sob o ponto de vista eleitoral
e que não possui foco para usar seu voto em benefício próprio. Faço essa abordagem porque é inconteste o fato
de que nossa região não tem essa percepção, prova disso é que jamais elegeu um
representante.
Para a
eleição proporcional (deputado distrital e federal), o eleitor Vicentepirense
vota em candidatos de corporações, ou seja, em representantes de classes à qual
pertença: sindicatos, bombeiros, servidores públicos, policiais militares e civis,
professores ee m alguns da cidade, de forma desordenada. Não existe por aqui a
consciência política de se utilizar o voto para a própria região. Talvez por
desconfiança em relação aos candidatos que se apresentam, ou por não sentirem seu
trabalho em prol da cidade.
O
eleitorado de Vicente Pires, salvo pequenas exceções, possui perfil de classe
média e média alta, portanto constituído por pessoas esclarecidas, em sua
maioria com nível superior e renda que lhe permite ter uma vida tranquila. Por
razões óbvias, ele não sofre com a falta do ônibus, com a falta de escola e
hospital e outros serviços públicos reclamados pelas classes D e E. Então,as obras
de infra estrutura, certamente, é o maior anseio desse nicho eleitoral.
Ter uma
casa confortável em um condomínio de Vicente Pires é um privilégio para esses
eleitores, mas é frustrante saber que logo em frente à sua guarita existe uma
via pública abandonada, toda esburacada. Que logo mais abaixo, no cruzamento de
uma via, existe um caos no trânsito “controlado” por rotatórias. Que logo mais
abaixo, não há escoamento de águas pluviais e de esgoto. Ao olhar ao redor, ele
vê lixo espalhado por todo lado e mato alto que enfeia a cidade, trazendo
insegurança.
Um
plano de mobilidade na Via Estrutural seria ótimo, não é mesmo?Na EPTG, o
viaduto Israel Pinheiro, para ser exagerado ao extremo, poderia ser implodido e
não faria falta, pois os eleitores locais são extremamente prejudicados por ele.
Aquele “paquiderme” foi um projeto burro e feito sem estudo de impacto de
vizinhança, que não levou em conta a existência de 70 mil pessoas ao seu lado. Se
a cidade tivesse um representante político com voz e poder, talvez o projeto
desse viaduto pudesse ter sido favorável a ela.
Quem quer
que consiga ajudar a transformar esse e outros anseios da população em
realidade, certamente poderá ser agraciado com os votos locais. Mas, nos
últimos anos, nada que possa ser medido em termos de benefícios se tornaram
realidade, tendo todas as promessas ficado no campo do imaginário. Então, chego
à conclusão que é perdoável que os votos da cidade sejam corporativos e não direcionados
a candidatos que falharam na sua defesa.
Para a
eleição majoritária (governador e senador), normalmente Vicente Pires segue o
que ocorre com as demais cidades do DF. Nossos votos também são direcionados ao
candidato que tiver um trabalho sério, realizador e voltado para atender os
principais anseios da região, sendo as principais as de infraestrutura. Aqueles
que no passado atenderam o mínimo dessas demandas terão melhor chance por aqui.
Se avaliarmos o atual governo, será que dá para medir alguma coisa? Fica a
reflexão...
Na
verdade, a demora pelo cumprimento de promessas como a regularização, obras de
águas pluviais e esgoto, prometidas a cada eleição, sempre irá nos deixar frustrados
e desconfiados. Por isso que não há uma direção no voto, que retrate o reconhecimento
dos eleitores ao trabalho de candidatos. Se houvesse resultados práticos e não
promessas, é claro que isso já poderia estar sendo reconhecido pela população,
pois ela teria algo palpável para apostar.
Então,
o jogo está aberto senhores candidatos! Existe uma cidade com 55 mil votos
precisando e querendo ser representada. Mas, por favor, respeitem a
inteligência do eleitor local, que está profundamente decepcionado com o
desenrolar dos fatos a cada pleito eleitoral.
Até o
próximo mês, um abraço e até breve.
(*)
Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da Câmara Legislativa, morador
de Vicente Pires e diretor de comunicação da Associação de Moradores de Vicente
Pires e Região - AMOVIPE.
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