segunda-feira, 4 de agosto de 2014

VICENTE PIRES TEM 55 MIL VOTOS QUE PODEM DECIDIR A ELEIÇÃO DE 2014



Eleitor de Vicente Pires quer resultados para definir seu voto. Se não sentir melhorias em sua qualidade de vida, continuará a votar sem direção

Você sabe o que é voto corporativo? Tentarei explicar esse fenômeno que ocorre em Vicente Pires, uma cidade profundamente indefinida sob o ponto de vista eleitoral e que não possui foco para usar seu voto em benefício próprio.  Faço essa abordagem porque é inconteste o fato de que nossa região não tem essa percepção, prova disso é que jamais elegeu um representante.
Para a eleição proporcional (deputado distrital e federal), o eleitor Vicentepirense vota em candidatos de corporações, ou seja, em representantes de classes à qual pertença: sindicatos, bombeiros, servidores públicos, policiais militares e civis, professores ee m alguns da cidade, de forma desordenada. Não existe por aqui a consciência política de se utilizar o voto para a própria região. Talvez por desconfiança em relação aos candidatos que se apresentam, ou por não sentirem seu trabalho em prol da cidade.
O eleitorado de Vicente Pires, salvo pequenas exceções, possui perfil de classe média e média alta, portanto constituído por pessoas esclarecidas, em sua maioria com nível superior e renda que lhe permite ter uma vida tranquila. Por razões óbvias, ele não sofre com a falta do ônibus, com a falta de escola e hospital e outros serviços públicos reclamados pelas classes D e E. Então,as obras de infra estrutura, certamente, é o maior anseio desse nicho eleitoral.
Ter uma casa confortável em um condomínio de Vicente Pires é um privilégio para esses eleitores, mas é frustrante saber que logo em frente à sua guarita existe uma via pública abandonada, toda esburacada. Que logo mais abaixo, no cruzamento de uma via, existe um caos no trânsito “controlado” por rotatórias. Que logo mais abaixo, não há escoamento de águas pluviais e de esgoto. Ao olhar ao redor, ele vê lixo espalhado por todo lado e mato alto que enfeia a cidade, trazendo insegurança.
Um plano de mobilidade na Via Estrutural seria ótimo, não é mesmo?Na EPTG, o viaduto Israel Pinheiro, para ser exagerado ao extremo, poderia ser implodido e não faria falta, pois os eleitores locais são extremamente prejudicados por ele. Aquele “paquiderme” foi um projeto burro e feito sem estudo de impacto de vizinhança, que não levou em conta a existência de 70 mil pessoas ao seu lado. Se a cidade tivesse um representante político com voz e poder, talvez o projeto desse viaduto pudesse ter sido favorável a ela.
Quem quer que consiga ajudar a transformar esse e outros anseios da população em realidade, certamente poderá ser agraciado com os votos locais. Mas, nos últimos anos, nada que possa ser medido em termos de benefícios se tornaram realidade, tendo todas as promessas ficado no campo do imaginário. Então, chego à conclusão que é perdoável que os votos da cidade sejam corporativos e não direcionados a candidatos que falharam na sua defesa.
Para a eleição majoritária (governador e senador), normalmente Vicente Pires segue o que ocorre com as demais cidades do DF. Nossos votos também são direcionados ao candidato que tiver um trabalho sério, realizador e voltado para atender os principais anseios da região, sendo as principais as de infraestrutura. Aqueles que no passado atenderam o mínimo dessas demandas terão melhor chance por aqui. Se avaliarmos o atual governo, será que dá para medir alguma coisa? Fica a reflexão...
Na verdade, a demora pelo cumprimento de promessas como a regularização, obras de águas pluviais e esgoto, prometidas a cada eleição, sempre irá nos deixar frustrados e desconfiados. Por isso que não há uma direção no voto, que retrate o reconhecimento dos eleitores ao trabalho de candidatos. Se houvesse resultados práticos e não promessas, é claro que isso já poderia estar sendo reconhecido pela população, pois ela teria algo palpável para apostar.
Então, o jogo está aberto senhores candidatos! Existe uma cidade com 55 mil votos precisando e querendo ser representada. Mas, por favor, respeitem a inteligência do eleitor local, que está profundamente decepcionado com o desenrolar dos fatos a cada pleito eleitoral.
Até o próximo mês, um abraço e até breve.


(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e diretor de comunicação da Associação de Moradores de Vicente Pires e Região - AMOVIPE.

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