Cobrança ocorreu durante a sessão ordinária
do último dia 19 de agosto
(*) Por Geraldo
Oliveira - do blog Vicente Pires Alerta
O grave problema de esgoto
a céu aberto em Vicente Pires foi tema de cobrança no plenário da Câmara
Legislativa. As obras de urbanização recentemente anunciadas pelo Governo também
foram lembradas, além da triste situação dos chacareiros remanescentes, que
terão parte de suas áreas ocupadas pelos chamados “piscinões de água pluvial” e
por diversos outros equipamentos públicos.
Em discurso proferido na
sessão ordinária do dia 19 de agosto, o deputado distrital Joe Valle cobrou que
o Governo do Distrito Federal conclua ainda em 2014 a obra de esgotamento
sanitário de Vicente Pires, tendo em vista o iminente risco à saúde pública
provocado pelo uso indiscriminado e proibido das galerias inacabadas. As
imagens dos focos escorrendo pelas vias chocaram o parlamentar.
“Especialmente na
entrada da Rua 3, ao lado do Big-Box, assim como em algumas vias internas e nos
bairros Colônia Agrícola Samambaia e Vila São José, há esgoto a céu aberto escorrendo
sobre o asfalto, propagando odor forte e contaminando pedestres e veículos. Através
do contato com os focos, bactérias são levadas para as próprias casas dos
usuários das vias, aumentando o risco de doenças. Até em frente a
supermercados, padarias e lanchonetes há focos graves de contaminação”, observou.
Em relação às obras de urbanização,
o parlamentar parabenizou o Governo pela iniciativa, mas fez várias
observações. “É importante que o Estado organize a região e promova a ordem
urbanística e ambiental, sem esquecer o aspecto ainda rural, mas é preciso cautela
em relação aos impactos que serão acarretados. A melhoria da qualidade de vida da
população certamente é o objetivo das obras, porém os transtornos e os
conflitos precisam ser muito bem conduzidos”.
Joe lembrou ainda que é imperioso
olhar com senso de justiça a situação dos chacareiros remanescentes, que serão
obrigados a ceder até trinta por cento das áreas que ocupam para a instalação
das lagoas de águas pluviais e outros equipamentos públicos. “Não é justo que
eles sejam penalizados, tendo sido corretos ao não parcelar e resistido
bravamente ao ataque da especulação imobiliária e da grilagem. É preciso garantir-lhes
segurança jurídica em relação à posse das terras, assim como a justa reparação
pelas perdas que terão”, observou.
As lagoas de dissipação
de energia de águas pluviais também preocupam o parlamentar. “Temos imagens de
lagoas de águas pluviais na internet contendo animais mortos, lama podre e toda
sorte de lixo que se depositam em seu interior. Se não forem devidamente mantidos,
esses “piscinões” podem disseminar odor forte pela vizinhança, além de doenças
como dengue, febre amarela e leptospirose, sem deixar de mencionar o impacto negativo
que será acarretado ao valor dos imóveis”, alertou.
O distrital ainda
observou que existem outras técnicas mais sustentáveis de se fazer a dissipação
de energia das águas pluviais, que são mais onerosas em um primeiro momento,
mas que possuem o custo-benefício de promover a equilibrada percolação de água
nos lençóis freáticos, proteger a saúde pública e evitar o acúmulo de lixo nos leitos
dos córregos e lagos. São elas:
1. Vala de Infiltração;
2.
Vala de Detenção;
3.
Pavimentação Permeável;
4.
Plano de Detenção em áreas de estacionamento;
5.
Trincheira de Infiltração;
6.
Dispositivo de coleta de águas;
7.
Microrreservatório individual de retenção;
8.
Poço de infiltração e
9.
Reservatório individual com evacuação para a rede pluvial.
“Essas técnicas foram
pesquisadas junto à Universidade de Brasília, tendo sido apontadas como
alternativas altamente viáveis à construção das bacias”, acrescentou.
Joe Valle ainda cobrou
que o Governo faça audiências públicas em Vicente Pires para esclarecer aos
moradores sobre todos os projetos que estão publicados no site da NOVACAP, cujo
endereço é https://sistemas.novacap.df.gov.br/licitacao/licitacao/detail/231. Lembrou que, além das águas pluviais
e bacias, estão previstas pontes, viadutos, novas vias, duplicação das vias
atuais e pavimentação, que certamente são obras importantes e necessárias, mas
que acarretarão transtornos diversos, como a entrada em condomínios
residenciais e chácaras.
Por fim o parlamentar citou
que são fundamentais as audiências porque é impossível ao cidadão comum
compreender por completo os projetos sem a ajuda de um arquiteto ou engenheiro.
“Não é possível visualizar as vias que serão duplicadas, a disposição de
calçadas e estacionamentos e se estão previstas ciclovias, ciclofaixas e outras
obras de mobilidade e acessibilidade que, aliás, são itens defendidos de forma
intransigente pelo nosso mandato”, finalizou.
(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado
da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e Diretor de Comunicação da Associação
de Moradores de Vicente Pires e Região - AMOVIPE.
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