terça-feira, 2 de setembro de 2014

ESGOTO A CÉU ABERTO, ÁGUAS PLUVIAIS E OBRAS DE URBANIZAÇÃO SÃO COBRADOS NO PLENÁRIO DA CÂMARA LEGISLATIVA


Cobrança ocorreu durante a sessão ordinária do último dia 19 de agosto

(*) Por Geraldo Oliveira - do blog Vicente Pires Alerta

O grave problema de esgoto a céu aberto em Vicente Pires foi tema de cobrança no plenário da Câmara Legislativa. As obras de urbanização recentemente anunciadas pelo Governo também foram lembradas, além da triste situação dos chacareiros remanescentes, que terão parte de suas áreas ocupadas pelos chamados “piscinões de água pluvial” e por diversos outros equipamentos públicos.
Em discurso proferido na sessão ordinária do dia 19 de agosto, o deputado distrital Joe Valle cobrou que o Governo do Distrito Federal conclua ainda em 2014 a obra de esgotamento sanitário de Vicente Pires, tendo em vista o iminente risco à saúde pública provocado pelo uso indiscriminado e proibido das galerias inacabadas. As imagens dos focos escorrendo pelas vias chocaram o parlamentar.
“Especialmente na entrada da Rua 3, ao lado do Big-Box, assim como em algumas vias internas e nos bairros Colônia Agrícola Samambaia e Vila São José, há esgoto a céu aberto escorrendo sobre o asfalto, propagando odor forte e contaminando pedestres e veículos. Através do contato com os focos, bactérias são levadas para as próprias casas dos usuários das vias, aumentando o risco de doenças. Até em frente a supermercados, padarias e lanchonetes há focos graves de contaminação”, observou.
Em relação às obras de urbanização, o parlamentar parabenizou o Governo pela iniciativa, mas fez várias observações. “É importante que o Estado organize a região e promova a ordem urbanística e ambiental, sem esquecer o aspecto ainda rural, mas é preciso cautela em relação aos impactos que serão acarretados. A melhoria da qualidade de vida da população certamente é o objetivo das obras, porém os transtornos e os conflitos precisam ser muito bem conduzidos”.
Joe lembrou ainda que é imperioso olhar com senso de justiça a situação dos chacareiros remanescentes, que serão obrigados a ceder até trinta por cento das áreas que ocupam para a instalação das lagoas de águas pluviais e outros equipamentos públicos. “Não é justo que eles sejam penalizados, tendo sido corretos ao não parcelar e resistido bravamente ao ataque da especulação imobiliária e da grilagem. É preciso garantir-lhes segurança jurídica em relação à posse das terras, assim como a justa reparação pelas perdas que terão”, observou.
As lagoas de dissipação de energia de águas pluviais também preocupam o parlamentar. “Temos imagens de lagoas de águas pluviais na internet contendo animais mortos, lama podre e toda sorte de lixo que se depositam em seu interior. Se não forem devidamente mantidos, esses “piscinões” podem disseminar odor forte pela vizinhança, além de doenças como dengue, febre amarela e leptospirose, sem deixar de mencionar o impacto negativo que será acarretado ao valor dos imóveis”, alertou.
O distrital ainda observou que existem outras técnicas mais sustentáveis de se fazer a dissipação de energia das águas pluviais, que são mais onerosas em um primeiro momento, mas que possuem o custo-benefício de promover a equilibrada percolação de água nos lençóis freáticos, proteger a saúde pública e evitar o acúmulo de lixo nos leitos dos córregos e lagos. São elas:
1. Vala de Infiltração;
2. Vala de Detenção;
3. Pavimentação Permeável;
4. Plano de Detenção em áreas de estacionamento;
5. Trincheira de Infiltração;
6. Dispositivo de coleta de águas;
7. Microrreservatório individual de retenção;
8. Poço de infiltração e
9. Reservatório individual com evacuação para a rede pluvial.

“Essas técnicas foram pesquisadas junto à Universidade de Brasília, tendo sido apontadas como alternativas altamente viáveis à construção das bacias”, acrescentou.
Joe Valle ainda cobrou que o Governo faça audiências públicas em Vicente Pires para esclarecer aos moradores sobre todos os projetos que estão publicados no site da NOVACAP, cujo endereço é https://sistemas.novacap.df.gov.br/licitacao/licitacao/detail/231. Lembrou que, além das águas pluviais e bacias, estão previstas pontes, viadutos, novas vias, duplicação das vias atuais e pavimentação, que certamente são obras importantes e necessárias, mas que acarretarão transtornos diversos, como a entrada em condomínios residenciais e chácaras.
Por fim o parlamentar citou que são fundamentais as audiências porque é impossível ao cidadão comum compreender por completo os projetos sem a ajuda de um arquiteto ou engenheiro. “Não é possível visualizar as vias que serão duplicadas, a disposição de calçadas e estacionamentos e se estão previstas ciclovias, ciclofaixas e outras obras de mobilidade e acessibilidade que, aliás, são itens defendidos de forma intransigente pelo nosso mandato”, finalizou.

(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e Diretor de Comunicação da Associação de Moradores de Vicente Pires e Região - AMOVIPE.


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