Indignado de tanto ouvir as asneiras que os candidatos tem dito em seus
programas de TV, começo a achar que eles têm a certeza que estão lá para nos
fazer favores.
Eles mostram o pouco que fez com o nosso dinheiro como se fosse feito com seus
próprios recursos. As obras feitas por eles nada mais são do que a obrigação
imposta por seu emprego. Eles têm a obrigação de fazer o serviço e bem feito.
É mais ou menos assim: Eu contratei uma doméstica que tinha maravilhosas
referências de vários lugares. Em seu currículo ela se colocava como a melhor
para trabalhar em minha casa e cuidar do meu lar. De tanto ouvir que ela era boa, acabei por
contratar por um período de quatro anos. Acontece que após contratá-la, a mesma
demonstrou não ser o que dizia, não fazia direito seu trabalho, comprava tudo
mais caro gastando mal o dinheiro das compras e ainda deixava a casa suja.
Além de tudo isso, ela passou a usar meu dinheiro para fazer propaganda
enganosa. Usando meu nome como referência dizia a todos que era boa, que fazia
e acontecia. As propagandas que ela fazia de si com meu dinheiro dizia que fez
muita coisa. O pior é que ela queria com essas propagandas conseguir me
convencer a contratá-la por mais quatro anos.
Ora, ela era contratada para fazer o serviço de casa, ganhava para isso, porém
não fazia nada direito e quando anunciava, o fazia como se tudo estivesse bem
feito e como se fosse apenas um favor para mim? Isto é um absurdo!
Aqui no DF os candidatos estão fazendo a mesma coisa. O atual governador, por exemplo, entrou e
governou mal, é suspeito de vários crimes, suas obras aparecem como
superfaturadas e mal feitas, não fez o que prometeu, e se tivesse feito não teria
feito mais que a obrigação. Durante todo o governo usou milhões em propaganda
enganosa dizendo que fez e agora na campanha, aparece como o salvador da
pátria, aquele que mudou o Distrito Federal para um paraíso.
Ele coloca a saúde do DF como se fosse uma maravilha, onde todos são atendidos
prontamente e ninguém fica sem atendimento. Mentira! A saúde nunca esteve pior
e esse candidato não cumpriu nem a promessa de fazer e inaugurar as UPAS em 90
dias. E olha que elas já estavam prontas.
Ele também anuncia que mudou o transporte do DF, mudou sim,
mas para pior! Ouço todo dia que colocaram ônibus novos quando na verdade
somente trocaram parte da frota antiga no terceiro ano de governo. Isso poderia
ter sido feito no primeiro dia, pois a lei Federal e Distrital garante que
todos os ônibus devem ser trocados a casa sete anos, isso é automático. Bastava
o governo fazer cumprir a lei.
A certeza é que temos empregados com status de patrão. Não podemos permitir que
tenhamos representantes que usam e abusam das brechas das leis para usurpar o
que é nosso.
Os políticos e funcionários públicos sejam do executivo, legislativo ou do
judiciário, dos mais altos aos mais simples cargos, são empregados que recebem
salários para cumprir com a obrigação a que se propuseram.
Não importa se a conquista do cargo foi por concurso público ou por
simples favor de quem detém o poder, estando no exercício da função tem que dar
conta de seu expediente de forma digna e respeitosa. E se não estiver contente
com o salário que peça a conta.
O Povo é o patrão!
Os Políticos e Funcionários Públicos são os empregados.
Acontece que como está a empresa o patrão paga todas as contas, é
submetido a todos os tipos de vexames na hora de estudar, tratar da saúde, se
locomover para o trabalho, para obter uma simples licença para se estabelecer,
quando precisa de segurança para poder viver em paz ou que necessita de Justiça
e assim por diante. E mais, o patrão ainda ganha menos, muito menos, que seus
empregados.
Temos que entender e cobrar dois princípios básicos: PRINCÍPIO DA
PUBLICIDADE E PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. Tais princípios que norteiam o
direito administrativo vem sendo deixados de lado com o intuito de deixar o
povo ignorante quanto aos atos praticados pelos gestores que elegemos.
Ocorre que em todas as esferas do poder temos empregados do povo que não
representam o povo. Eles representam na verdade
os ideais obscuros dos partidos, que hoje mais são patrocinadores do que
representantes dos ideais comuns dos cidadãos.
A mobilização só virá a partir do momento em que os meios de comunicação
passarem a instruir esse povo decadente que sofre por achar que o Governo é
alguém diferente dele mesmo, sem nem saber que o governo é formado por todos os
cidadãos dessa sociedade hipócrita e preguiçosa.
Até quando iremos nos permitir ser regidos por leis que não nos atingem em
nosso dia-a-dia? Até quando iremos nos deixar ser influenciados por pessoas que
não deveriam ter a prerrogativa do cargo para obter privilégio na forma de ser
tratado?
Temos hoje funcionários que deveriam nos prestar todo tipo de informação
dessa grande empresa chamada Brasil. Eles destroem qualquer sonho, a partir do
momento que criam mais e mais regras para punir de alguma forma o verdadeiro
patrão que somos nós cidadãos pensando que regulam o modo de vida em sociedade.
Mas a lei maior é e sempre será a lei consuetudinária.
Portanto, temas polêmicos como drogas, aborto e outros, há muito tempo
já fazem parte do dia-a-dia dos cidadãos independente do que alguns órgãos ou
instituições pensam a respeito. Em sua maioria tais regulamentações não trazem
nenhum benefício e ainda afastam o cidadão-patrão da legalidade, pois a lei não
consegue regular o cotidiano do nosso povo brasileiro, por ser formulada por
aqueles que não se comprometem e ou desconhecem a realidade de nosso país.
Temos que exigir mudanças nas leis. Precisamos ser realmente os patrões
e agir como tal. A lei precisa proibir que nossos empregados usem nosso
dinheiro para fazer propaganda e principalmente propaganda enganosa. Não podemos
mais ter reeleição para os cargos executivo e legislativo, pois assim, não
precisarão ficar gastando nosso dinheiro com mentiras no decorrer de seu
contrato de quatro anos e todos teremos a certeza que a após cada contrato, o
empregado será trocado... por um melhor... ou pior.
Caro candidato à reeleição, se você tivesse feito seu
serviço bem feito, não teria nada do que se vangloriar, pois para isso você foi
eleito e não teria feito mais que sua obrigação. Então não se gabe do que fez,
mas apresente propostas do que irá fazer que analisaremos se vamos renovar seu
contrato de trabalho por mais quatro anos.
Gilberto Camargos
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