Saiba o que temos feito para a obra de
drenagem começar até março de 2015.
E ainda: o que nossa cidade quer de Rodrigo
Rollemberg e do futuro administrador?
Você
deve estar querendo se mudar de Vicente Pires, não é? Não tiro sua razão! O
abandono irresponsável pelo qual passamos os últimos meses, com ruas destruídas,
sem manutenção e esgoto a céu aberto, realmente nos leva a querer desistir. Aí,
caro amigo e amiga, não podemos nos esquecer de que, se hoje passamos por isso,
o motivo pode decorrer de escolhas erradas que fizemos há quatro anos. Nesse sentido,
podemos também ter falhado em tomar atitudes, não nos manifestando, cobrando
direitos, ou cumprindo deveres cidadãos.
Em
2010, elegemos Agnelo Queiroz e, a partir dessa escolha, deixamos que maus “gestores”
de seu governo ditassem nosso destino. Na medida em que o tempo passou, Agnelo deu
claras demonstrações de que suas prioridades não incluíam o povo de Vicente
Pires. A não priorização de políticas públicas como por exemplo o término da
obra de esgoto, gerou consequências graves, como o esgoto a céu aberto que
passou a jorrar das próprias galerias inacabadas. Outro exemplo de que
precisamos rever nossa função cidadã é não aceitarmos que nossa mobilidade seja
podada, como ocorreu nos últimos tempos.
Através
de nossas associações e lideranças, fizemos reuniões nos órgãos do GDF para
pedir ajuda na área de mobilidade urbana, transporte, manutenção de vias e
controle das construções (prédios), entre outras. Nada progrediu no “ex-governo”,
a não ser a captação dos recursos para a obra de drenagem junto ao PAC –
Programa de Aceleração do Crescimento, que ocorreu através de projetos falhos e
desatualizados. Hoje, estamos correndo contra o tempo para tentar salvar a
obra, que necessita urgentemente de licenças ambientais e ajustes nos projetos.
O prazo para usar o recurso também termina em março de 2015.
Relembrando
um pouco de nossas tentativas de fazer a cidade reagir contra o descaso, também
tentamos mobilizar os moradores em 2013 e 2014, fechando a Via Estrutural e a
EPTG, mas apenas uns “gatos pingados” apareceram. Paramos a EPTG com oito
pessoas e a Estrutural, com cerca de trinta. Tais manifestações foram
divulgadas previamente por nosso jornal Conversa Informal, nossos blogs, fizemos
panfletagens, mas de nada adiantou. Com a pouca participação, ficou parecendo
que tudo sempre esteve muito bem em Vicente Pires.
Também
devo lembrar sobre a mobilização de entidades representativas para escolhermos
o futuro administrador regional. Aproveitando o “gancho” da promessa de
campanha do governador eleito, as associações locais elegeram quatro candidatos
para Rodrigo Rollemberg escolher um, como forma de evitar que pessoas
descomprometidas tomassem o destino da cidade. É importante justificar que tal eleição
não envolveu toda a população porque seria impossível realizá-la nesse formato
geral, sem a logística e os recursos financeiros adequados.
Recentemente,
nosso bravo jornalista Gilberto Camargos, presidente da AMOVIPE - Associação de
Moradores de Vicente Pires e Região, também teve a ideia de reunir as pessoas
mais engajadas pelas questões da cidade, para enumerar as prioridades a serem
cobradas dos futuros governador e administrador. Antes, Wilon Vander Lopes, do
Rotary Clube de Vicente Pires, também fez essa tentativa, mas, no final, acabou
frustrado. Mesmo assim, itens importantes foram lembrados nos dois eventos, os
quais farão parte de uma “CARTA ABERTA
DA CIDADE DE VICENTE PIRES CONTRA O ABANDONO”, a ser divulgada a partir de
janeiro.
A AMOVIPE e outras associações parceiras não
pararam por aí. Fomos ao Tribunal de Contas do Distrito Federal - TCDF e
conseguimos liberar a Concorrência Pública nº 19/2014, da NOVACAP (drenagem
pluvial), que estava suspensa devido a problemas no edital. Essa ação teve um
bom desfecho no último dia 29 de dezembro, quando foi marcada nova data para
abertura de envelopes com propostas das empresas. Cabe aqui destacar a atuação
proativa do Conselheiro Renato Rainha nesse episódio, que deu toda atenção ao
nosso grupo e reuniu técnicos do TCDF e da NOVACAP para acharem uma solução. No
final da análise, não só as pendências foram resolvidas, como também foi
possível economizar 9 milhões de reais.
Ainda
em referência à obra de drenagem (Concorrência 19/2014), existe outro problema
que estamos tentando resolver urgentemente, que é a falta de Licença de Instalação
(LI) para as glebas que formam a região de Vicente Pires. Tal licença existe apenas
para a área do Jóquei (Gleba III) e não existe para Vicente Pires (Gleba II),
Colônia Samambaia (Gleba I) e Vila São José (Gleba IV). Cabe observar que a
licença de Instalação do Jóquei permite que as obras possam começar por lá,
porém, a falta dela para os outros bairros inviabilizará sua continuidade.
Sabendo
disso, nossas associações foram ao GRUPAR – Grupo de Análise e Parcelamento do
Solo do DF no dia 11/12/2014, para levantar a situação das LI(s). O Coordenador
do órgão, Altamiro Pavanelli, nos disse que, para a emissão de tais licenças, há
necessidade de um novo estudo das APPs (Áreas de Preservação Permanentes) e de um
Termo de Referência (TR) sobre as condições geológicas do antigo “lixão” que
existia na parte de cima de Vicente Pires (parte da Vila São José e do bairro
Vicente Pires). A depender do que constar desse TR do antigo lixão, segundo
Pavanelli, pode ser que os imóveis lá instalados tenham de ser removidos, ou
não possam ser regularizados.
Por
fim, apesar da melancólica introdução que faço neste texto, que denota tristeza
e desânimo, quero pedir a cada morador que não desista de seu sonho de ver esta
região organizada e com qualidade de vida. Acredite que é possível e faça
também sua parte, use sua força cidadã, crie outros grupos de pressão e
articulação em prol da cidade, que é de todos nós. Temos boas perspectivas de
que a situação mudará. Especialmente em relação às obras de drenagem, existem
encaminhamentos publicados, projetos em andamento e recursos realmente captados
junto ao PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Acesse o site da NOVACAP
e comprovará.
Em
relação ao futuro administrador, quem quer que seja escolhido (a) terá uma grande
missão pela frente, pois cuidará de uma cidade com problemas ínfimos e
desafiadores. É fundamental que seja mesmo morador, conhecedor de nossa
realidade e que tenha grande capacidade de gestão, trabalho e articulação
política. Necessita ainda saber compartilhar ideias e projetos com a população.
Acredito que Rodrigo Rollemberg será sábio e escolherá alguém com esse perfil,
pois foi o que mais ele pregou que haveria em seu governo: participação
popular, controle social e efetividade da máquina pública.
Quanto
ao que se espera da postura do governador eleito, será ótimo ele perceber em
Vicente Pires uma oportunidade ímpar de fazer história, quando poderá dar
continuidade a ações já encaminhadas e facilitadas. Espera-se que ele
compreenda que, na medida em que nada se resolve, há agravamento dos problemas,
os quais repercutem inexoravelmente para o contexto geoeconômico, ambiental e
social de todo o DF. Por outro lado, em meio a tantas medidas duras que será
obrigado a tomar em seu governo, Rodrigo Rollemberg precisará de um alento
positivo, para mudar o foco.
Até
o próximo mês e um Feliz 2015 para todos!
(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da
Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e Diretor da AMOVIPE – Associação
de Moradores de Vicente Pires e Região.
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