segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

VICENTE PIRES MAIS UMA VEZ ABANDONADA. MAS HÁ ESPERANÇA!


Saiba o que temos feito para a obra de drenagem começar até março de 2015.
E ainda: o que nossa cidade quer de Rodrigo Rollemberg e do futuro administrador?

 (*) Por Geraldo Oliveira - do blog Vicente Pires Alerta
Você deve estar querendo se mudar de Vicente Pires, não é? Não tiro sua razão! O abandono irresponsável pelo qual passamos os últimos meses, com ruas destruídas, sem manutenção e esgoto a céu aberto, realmente nos leva a querer desistir. Aí, caro amigo e amiga, não podemos nos esquecer de que, se hoje passamos por isso, o motivo pode decorrer de escolhas erradas que fizemos há quatro anos. Nesse sentido, podemos também ter falhado em tomar atitudes, não nos manifestando, cobrando direitos, ou cumprindo deveres cidadãos.
Em 2010, elegemos Agnelo Queiroz e, a partir dessa escolha, deixamos que maus “gestores” de seu governo ditassem nosso destino. Na medida em que o tempo passou, Agnelo deu claras demonstrações de que suas prioridades não incluíam o povo de Vicente Pires. A não priorização de políticas públicas como por exemplo o término da obra de esgoto, gerou consequências graves, como o esgoto a céu aberto que passou a jorrar das próprias galerias inacabadas. Outro exemplo de que precisamos rever nossa função cidadã é não aceitarmos que nossa mobilidade seja podada, como ocorreu nos últimos tempos.
Através de nossas associações e lideranças, fizemos reuniões nos órgãos do GDF para pedir ajuda na área de mobilidade urbana, transporte, manutenção de vias e controle das construções (prédios), entre outras. Nada progrediu no “ex-governo”, a não ser a captação dos recursos para a obra de drenagem junto ao PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, que ocorreu através de projetos falhos e desatualizados. Hoje, estamos correndo contra o tempo para tentar salvar a obra, que necessita urgentemente de licenças ambientais e ajustes nos projetos. O prazo para usar o recurso também termina em março de 2015.
Relembrando um pouco de nossas tentativas de fazer a cidade reagir contra o descaso, também tentamos mobilizar os moradores em 2013 e 2014, fechando a Via Estrutural e a EPTG, mas apenas uns “gatos pingados” apareceram. Paramos a EPTG com oito pessoas e a Estrutural, com cerca de trinta. Tais manifestações foram divulgadas previamente por nosso jornal Conversa Informal, nossos blogs, fizemos panfletagens, mas de nada adiantou. Com a pouca participação, ficou parecendo que tudo sempre esteve muito bem em Vicente Pires.
Também devo lembrar sobre a mobilização de entidades representativas para escolhermos o futuro administrador regional. Aproveitando o “gancho” da promessa de campanha do governador eleito, as associações locais elegeram quatro candidatos para Rodrigo Rollemberg escolher um, como forma de evitar que pessoas descomprometidas tomassem o destino da cidade. É importante justificar que tal eleição não envolveu toda a população porque seria impossível realizá-la nesse formato geral, sem a logística e os recursos financeiros adequados.
Recentemente, nosso bravo jornalista Gilberto Camargos, presidente da AMOVIPE - Associação de Moradores de Vicente Pires e Região, também teve a ideia de reunir as pessoas mais engajadas pelas questões da cidade, para enumerar as prioridades a serem cobradas dos futuros governador e administrador. Antes, Wilon Vander Lopes, do Rotary Clube de Vicente Pires, também fez essa tentativa, mas, no final, acabou frustrado. Mesmo assim, itens importantes foram lembrados nos dois eventos, os quais farão parte de uma “CARTA ABERTA DA CIDADE DE VICENTE PIRES CONTRA O ABANDONO”, a ser divulgada a partir de janeiro.
 A AMOVIPE e outras associações parceiras não pararam por aí. Fomos ao Tribunal de Contas do Distrito Federal - TCDF e conseguimos liberar a Concorrência Pública nº 19/2014, da NOVACAP (drenagem pluvial), que estava suspensa devido a problemas no edital. Essa ação teve um bom desfecho no último dia 29 de dezembro, quando foi marcada nova data para abertura de envelopes com propostas das empresas. Cabe aqui destacar a atuação proativa do Conselheiro Renato Rainha nesse episódio, que deu toda atenção ao nosso grupo e reuniu técnicos do TCDF e da NOVACAP para acharem uma solução. No final da análise, não só as pendências foram resolvidas, como também foi possível economizar 9 milhões de reais.
Ainda em referência à obra de drenagem (Concorrência 19/2014), existe outro problema que estamos tentando resolver urgentemente, que é a falta de Licença de Instalação (LI) para as glebas que formam a região de Vicente Pires. Tal licença existe apenas para a área do Jóquei (Gleba III) e não existe para Vicente Pires (Gleba II), Colônia Samambaia (Gleba I) e Vila São José (Gleba IV). Cabe observar que a licença de Instalação do Jóquei permite que as obras possam começar por lá, porém, a falta dela para os outros bairros inviabilizará sua continuidade.
Sabendo disso, nossas associações foram ao GRUPAR – Grupo de Análise e Parcelamento do Solo do DF no dia 11/12/2014, para levantar a situação das LI(s). O Coordenador do órgão, Altamiro Pavanelli, nos disse que, para a emissão de tais licenças, há necessidade de um novo estudo das APPs (Áreas de Preservação Permanentes) e de um Termo de Referência (TR) sobre as condições geológicas do antigo “lixão” que existia na parte de cima de Vicente Pires (parte da Vila São José e do bairro Vicente Pires). A depender do que constar desse TR do antigo lixão, segundo Pavanelli, pode ser que os imóveis lá instalados tenham de ser removidos, ou não possam ser regularizados.
Por fim, apesar da melancólica introdução que faço neste texto, que denota tristeza e desânimo, quero pedir a cada morador que não desista de seu sonho de ver esta região organizada e com qualidade de vida. Acredite que é possível e faça também sua parte, use sua força cidadã, crie outros grupos de pressão e articulação em prol da cidade, que é de todos nós. Temos boas perspectivas de que a situação mudará. Especialmente em relação às obras de drenagem, existem encaminhamentos publicados, projetos em andamento e recursos realmente captados junto ao PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Acesse o site da NOVACAP e comprovará.
Em relação ao futuro administrador, quem quer que seja escolhido (a) terá uma grande missão pela frente, pois cuidará de uma cidade com problemas ínfimos e desafiadores. É fundamental que seja mesmo morador, conhecedor de nossa realidade e que tenha grande capacidade de gestão, trabalho e articulação política. Necessita ainda saber compartilhar ideias e projetos com a população. Acredito que Rodrigo Rollemberg será sábio e escolherá alguém com esse perfil, pois foi o que mais ele pregou que haveria em seu governo: participação popular, controle social e efetividade da máquina pública.
Quanto ao que se espera da postura do governador eleito, será ótimo ele perceber em Vicente Pires uma oportunidade ímpar de fazer história, quando poderá dar continuidade a ações já encaminhadas e facilitadas. Espera-se que ele compreenda que, na medida em que nada se resolve, há agravamento dos problemas, os quais repercutem inexoravelmente para o contexto geoeconômico, ambiental e social de todo o DF. Por outro lado, em meio a tantas medidas duras que será obrigado a tomar em seu governo, Rodrigo Rollemberg precisará de um alento positivo, para mudar o foco.
Até o próximo mês e um Feliz 2015 para todos!

(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e Diretor da AMOVIPE – Associação de Moradores de Vicente Pires e Região.

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