terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Orla do Lago Paranoá: Se fosse invasão de pobre...tratores e PM já tinham feito o 'trabalho'

Ocupações irregulares já eliminaram mais de 10% da área de preservação da orla do Lago Paranoá

Mesmo com ordem judicial, desocupação de 430 invasões no Lago Paranoá continua parada.


Edificações à beira do lago desrespeitam a lei e ultrapassam faixa de proteção ambiental.

Grupo de discussão sobre o assunto foi extinto e não há previsão de retirada dos invasores.

Não é permitido que se construa a menos de 30 metros da margem do lago..

Segue sem solução a ocupação irregular da APP (Área de Proteção Ambiental) da orla do Lago Paranoá, em Brasília (DF). De acordo com o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), um total de 430 casas possuem construções consideradas invasões. ...

Não é permitido que se construa a menos de 30 metros da margem do lago, mas muitos proprietários construíram muros, decks, quintais, piscinas e píeres em área indevida.

Uma reunião foi realizada no último dia 29 entre a Secretaria de Territórios e Habitação do DF, Ministério Público e Ibram (Instituto Brasília Ambiental). Segundo o GDF, o encontro serviu para dar início a discussões sobre as ocupações, mas ainda não há um plano de ações. A Procuradoria do GDF informa que não há uma previsão a respeito de uma ação de desocupação das áreas.

Em 2014, um grupo para discussões sobre o assunto chegou a ser formado pelo GDF. Devido à mudança de governo, o grupo não existe mais.

De acordo com o titular da promotoria de Meio ambiente e Patrimônio Cultural do MPDFT, Roberto Carlos Batista, existe uma execução na Vara de Meio Ambiente do Ministério Público, mas o processo foi encaminhado para a reconciliação, que previa que o GDF apresentasse planos para a remoção das construções irregulares, o que não foi feito.

— O problema é que o GDF não tomou atitude sobre o caso e o processo está suspenso por causa de uma reconciliação.

A sentença foi definida em agosto de 2011, quando foi dado prazo de 30 dias para o DF apresentar dois planos: o de Fiscalização e Remoção de Construções e o de Recuperação de Áreas Degradadas do local.

Segundo o titular da Vara de Meio Ambiente, não se trata de uma ação criminal e sim de omissão por parte do GDF.

10% da área perdida

As obras irregulares à beira do Lago Paranoá devastaram 10,76% da APP do principal corpo hídrico do DF. A retirada aguda da vegetação teve início em 1987, com a criação de setores habitacionais. 

Um relatório produzido pela Divisão de Perícias externas do MPDFT mostra que mais de 175 mil m² da área que deveria ser preservada está ocupada por edificações e pavimentações particulares. Churrasqueiras, quadras esportivas, piscinas e calçamentos estão onde, antes, era destinado à APP.




Fonte: Fred Leão, do R7. Foto: Agência Brasil/blog Gama Livre -

Nenhum comentário:

Postar um comentário