terça-feira, 2 de junho de 2015

Brasília continua com trânsito caótico e transporte público precário.



No projeto de Lúcio Costa, não havia espaço para o caos nas ruas de Brasília. A cidade fora planejada para o motorista fluir tranqüilo, como num autorama, em pistas largas e bem sinalizadas.

Entretanto, os desenhos do urbanista vêm sendo borrados e Brasília com o crescimento exacerbado de veículos em circulação e um sistema de transporte público precário incapaz de atender a demanda. Somos vítimas de uma administração incompetente e incapaz que não sabe o que fazer para mudar o quadro atual.

No transporte coletivo o que continua mandando é o dinheiro dos empresários. As promessas de campanha do governador, que não sabe governar, não tem previsão para sair do papel. A exemplo disto, temos a proposta de criação e implantação do sistema de bilhete único para o transporte público que geraria eficiência, economia e transparência que não foi implantado e o povo duvida que isso concretizará um dia. O resultado são vias cada vez mais lentas, vagas escassas e motoristas com nervos à flor da pele devido aos crescentes índices de congestionamentos, antes comuns nos horários de pico, mas agora durante todo o dia, principalmente na Esplanada dos Ministérios e nos trajetos que ligam as cidades satélites ao Plano Piloto.

Mesmo com o caos no trânsito, o governo continua mantendo vias exclusivas para ônibus mesmo onde não tem ônibus circulando, como é o caso da faixa exclusiva da EPTG.

Para se ter uma idéia, de acordo com dados do (Departamento de Trânsito do Distrito Federal), o número de carros em circulação na capital ultrapassa a marca de 2,5 milhões.

O governo alardeia medidas vultosas no campo do transporte coletivo. São promessas de um novo sistema, novas infraestruturas, um controle maior sobre a operação, melhoria da qualidade do serviço e muitas outras modificações positivas. Porém, na prática o transporte público do Distrito Federal continua abaixo de todas as expectativas, sem perspectiva de melhoria em curto prazo. Um governo com visão de longo alcance, não investe em coisas ultrapassadas, mas em metrôs e trens.

Há de se reconhecer que no governo de [José Roberto] Arruda, por mais triste que tenha sido seu fim, ele fez mais do que os que vieram antes e depois dele, mas ainda longe do suficiente. O que precisa é de uma mudança de mentalidade, de uma estratégia articulada que mexa no transporte coletivo, no sistema viário, na gestão de trânsito e nos estacionamentos.

Umas das ações, que deveria ser tomada rapidamente pelo governo, é descentralização do Plano Piloto. Pesquisas têm apontado que o maior consumidor de automóveis tem sido o público C e D. Aqui em Brasília esta população se concentra nas cidades satélites. Se estas pessoas tivessem estrutura para valorizar sua região não precisariam sair de suas casas para vir trabalhar no Plano Piloto. Conseqüentemente, isto ajudaria a desafogar o trânsito. Enquanto nada acontece neste governo, vamos aguardar as promessas ou atuação de fato do próximo...

Gilberto Camargos

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