sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Exclusivo em vídeo: Rollemberg plantou um verdadeiro terrorismo no servidor público

"Governador, cumpra as leis. Fica bom para você, fica bom para nós", diz Marli Rodrigues



Uma das principais líderes do movimento que paralisou Brasília nesta quinta-feira (24), a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, concedeu entrevista exclusiva ao Blog do Sombra enquanto aguardava para integrar a mesa de negociações com o governo do DF. “É muito diálogo e pouca ação”, enfatizou. ...

Para ela, Rollemberg precisa entender melhor o que realmente servidor público está passando, seja na família ou mesmo no ambiente de trabalho. “É muito fácil ficar dentro de um gabinete, onde ele tem absolutamente tudo”, alfineta. A presidente do SindSaúde também não poupou o comodismo dos deputados distritais: “Eles também são responsáveis por isso”, sentenciou.

Confira a conversa em texto e em vídeo:



Qual é a situação hoje vivida pela saúde?

A situação da saúde é dramática, tanto no ponto de vista das condições de trabalho quanto no ponto de vista administrativo, pois não temos certeza sobre o nosso pagamento, muito menos sobre as leis que devem continuar sendo aplicadas.

A paralisação é realmente necessária?

É a única linguagem que o governo do Distrito Federal entende. Se você não parar, para ele entender o impacto e a sua importância, simplesmente ele não senta e não negocia.

Qual é a reivindicação dos servidores da saúde?

A única reivindicação que os servidores da saúde têm é essa: o cumprimento das leis vigentes. Somente isso. Se o governo fizer isso, ficará bom para ele e bom para nós.

O que o governo Rollemberg fez para evitar essa crise?

Para evitar essa crise, o governo Rollemberg fez mais crise. Plantou um verdadeiro terrorismo no servidor público, causando uma instabilidade emocional em todos nós.

Não existe a possibilidade de sanar a crise sem o corte dos reajustes, já que são previstos em lei?

O corte dos reajustes não pode existir. Por que? Porque quando você reajusta o salário, ele volta para o mercado e aquece a economia. Existem outras possibilidades, como por exemplo combater a sonegação. Isso o governador tem que fazer. E rápido.

O governo do DF sustenta que paralisação e greve não fazem brotar dinheiro. Qual é a sua opinião sobre essa afirmação?

Eu acho que ele (o governador) têm que ir ao mercado e tentar comprar sem dinheiro. Aí ele vai entender o que é isso. É muito fácil ficar dentro de um gabinete, onde ele tem absolutamente tudo, ganhando um salário milionário, muito diferente de nós. O que ele quer? Que a gente entenda e que paguemos a conta que não é nossa? Não é nossa essa conta e nós não vamos pagar por ela. 

O SindSaúde não está sendo intolerante com o governo?

De forma alguma. O sindicato discute com o governo, ajuda a encontrar formas, agora milagre a gente não pode fazer. Trabalhar de graça a gente não vai. Ele não trabalha, então por que nós teríamos que trabalhar?

Mas houve diálogo entre o sindicato e o governador?

O grande problema é esse: o diálogo. É muito diálogo e pouca ação. Diálogo não coloca comida na panela. Diálogo não paga as contas, governador. Nós precisamos é resolver essa situação.

Qual o recado a senhora daria ao governador?

Governador, cumpra as leis. Fica bom para você, fica bom para nós. Assim, você não sofre muito e a gente também não.

Qual mensagem, então, os servidores da saúde deixariam para a população?

A categoria diria para a população que o único responsável por qualquer caos em Brasília chama-se governo do Distrito Federal. Se é esse, se é o anterior, esse problema não é nosso. Todos foram eleitos para resolver problemas, não para ficar reclamando e jogando a culpa, um no outro. A população quer resultado. E o resultado tem que ser bom para todos.

Marli Rodrigues deixou a mesa de negociações irritada. Ao encontrar nossa equipe, afirmou que o governo está “brincando” com a vida de pessoas de bem. “Ele pede apenas para pensarmos na população, que é a que mais sofre com o movimento. Ora, imagine nós, servidores públicos então, vamos sofrer duas vezes mais: pela falta de atendimento e ainda pela falta de salários. Olhar a situação sob uma única luneta, uma ótica, é cômodo demais para quem fez campanha prometendo tirar Brasília do caos. O caos se agravou e muito”, atacou.


Marli não poupou também a ociosidade dos deputados distritais. Segundo ela, é dever dos parlamentares não apenas criar e aprovar leis. Uma das principais prerrogativas dos deputados é a fiscalização para a população saber se as leis estão sendo cumpridas. “Os deputados reeleitos que se virem para fazer com que todas as leis sejam cumpridas. Afinal, não foram eles que aprovaram ou fizeram isso apenas para ganhar votos? Agora aguentem”, disparou.

Fonte: Blog do Edson Sombra

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