quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Sob pressão: GDF divulgará datas para pagamento

Servidores da saúde e da educação conseguiram que o Executivo marcasse para sexta-feira a definição do calendário que garante reajustes concedidos no governo Agnelo



Os grevistas ocuparam a parte externa da Câmara Legislativa antes de invadir o foyer e a presidência da Casa. ...(Carlos Moura/CB/D.A Press) 

Os grevistas ocuparam a parte externa da Câmara Legislativa antes de invadir o foyer e a presidência da Casa

O Executivo local deve apresentar, até as 12h de sexta-feira, um cronograma de pagamento dos reajustes e benefícios concedidos em 2013, na gestão de Agnelo Queiroz (PT). A decisão ocorreu após cerca de quatro horas de reunião entre representantes do primeiro escalão do GDF, deputados distritais e sindicalistas — com a demora, não houve sessão no plenário ontem. Apesar do acordo, a Justiça decretou a ilegalidade da greve dos professores e estabeleceu multa diária de R$ 400 mil por dia não trabalhado.

Pela manhã, servidores da saúde e da educação ocuparam, com o apoio de parlamentares da oposição, o foyer do plenário e a presidência da Câmara Legislativa, respectivamente, para pressionar o governo a apresentar o calendário. Ameaçaram dormir na Casa, e a água e o ar-condicionado acabaram cortados. Só deixaram o prédio no fim da tarde, após o Executivo local estabelecer uma data.


Pela manhã, cerca de 4 mil cruzaram o Eixo Monumental depois de deixarem o Palácio do Buriti ( Carlos Moura/CB/D.A Press) 

A intenção do Buriti era aprovar 11 projetos de aumento da receita antes de exibir o cronograma. Sete matérias — sendo as principais a venda de 32 imóveis do GDF e 13 da Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB) e nenhuma de aumento de impostos — serão votadas na próxima terça-feira, caso as entidades aceitem a proposta.

A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos em Saúde de Brasília (SindSaúde), Marli Rodrigues, disse que a greve continua até, pelo menos, o fim da semana. “O GDF usa a Câmara para aumentar impostos, e duvido que apresente o calendário dos reajustes, mas, pelo menos, disseram algo”, afirmou. O diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) Cleber Soares classificou a proposta como “insuficiente” para findar a paralisação. “O cronograma deve ser apresentado, e os pagamentos, iniciados o mais rápido possível”, ressaltou.

Pelo lado do GDF, o futuro secretário adjunto de Relações Institucionais, Igor Tokarski, que esteve na reunião, usou a falta de dinheiro para justificar a demora em resolver a questão dos aumentos salariais. “Ainda precisa de mais recursos para fechar a folha de pagamento neste ano. Vamos discutir e ver o que não impacta no bolso do contribuinte”, explicou.

Estudo

Segundo a presidente da Casa, Celina Leão (PDT), técnicos da Câmara e do Buriti estudarão, em conjunto, o impacto dos aumentos e o quanto será necessário para garanti-los. “O prazo não agradou aos sindicalistas, que queriam uma decisão até quinta, mas fizemos o apelo para levantar dados financeiros e, depois, votar projetos de venda de terrenos para garantir maior receita”, disse.

O presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof), Agaciel Maia (PTC), afirmou que as matérias não pesarão no bolso do contribuinte. “São projetos que não oneram a população e devem trazer R$ 900 milhões para o caixa do GDF”, adiantou.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE

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