quarta-feira, 31 de agosto de 2016

CONDOMÍNIOS DO DF PRECISAM SE UNIR EM BUSCA DA PAZ SOCIAL

O terror das demolições avança e a incapacidade das pessoas em reagir é temerária


(*) Por Geraldo Oliveira, do blog Vicente Pires Alerta

A palavra UNIÃO tem três definições alcançáveis nos dicionários: a) ente federativo ou Estado; b) ligação, associação, acordo ou pacto entre dois ou mais elementos, visando uma convivência estável entre eles e c) junção de duas ou mais coisas, que proporciona uma força sobrenatural. Esta última definição é a que iremos aproveitar aqui, porque traduz a mensagem que quero transmitir ao leitor.

Somos mais de um milhão de indivíduos morando em condomínios e temos força para eleger um novo governador no Distrito Federal, afinal o atual - Rodrigo Rollemberg – que fora eleito com apenas 812.036 votos, demonstra estar perdido. Em total contraponto ao que prometera em campanha e de forma estranhíssima, ele prefere abster-se do diálogo conosco e de discutir propostas para nosso segmento.

A população dos condomínios irregulares do DF parece desconhecer a força que possui e não consegue se UNIR para defender seu território, preferindo acreditar que apenas o vizinho está ameaçado. Mal sabe ela que, se conseguisse conjugar esse verbo, mudaria o rumo da história e forçaria o governador a repensar seus atos, mostrando-lhe que há outros caminhos a se trilhar, sobretudo o do entendimento.

O que se presencia no Distrito Federal, com imagens terríveis de máquinas transformando sonhos em escombros, é uma completa e inacreditável acomodação de pessoas, morando nas mesmas condições, mas que parecem achar natural que se pratique o terror contra seus iguais. Ao optar por não reagir, esta mesma população desiste da sua capacidade de mudar uma situação que é injusta, surreal e abominável, a qual também pode atingi-la.

Contra a incompetência do Estado e a insensibilidade dos gestores, precisa restar a união de todos nós. Infelizmente, não se nota uma reação uníssona dos cerca de um milhão de pessoas para garantir a paz futura em seus lares. Apenas as próprias vítimas de imóveis destruídos, alguns vizinhos solidários e outros tantos líderes solitários, os chamados “gatos pingados” é que se jogam contra essa convulsão social instalada.

As demolições são, inexoravelmente, o pior caminho que o Estado poderia adotar e os resultados dessas operações são pífios, sob o ponto de vista do controle de ocupações. Ao invés de infligir tantos impactos negativos à vidas das pessoas, ele poderia estar promovendo, por exemplo, adequações na Lei de Uso e Ocupação do Solo – LUOS e no próprio PDOT, para construir soluções consistentes, que lhes tragam esperança.

Aditivamente, poderia ele de fato estar cuidando do território com a fiscalização preventiva das áreas e haveria, assim, a perspectiva de preservação dos espaços disponíveis, sem a necessidade de haver intervenções traumáticas. Mas para se chegar a essa mudança em sua diretriz, a população precisa estar unida e influenciar, mostrando sua força.

Está tudo errado e é preciso estabelecer um novo paradigma para a paz social prevalecer. O Estado aposta em uma política pública equivocada e devemos convencê-lo de que vidas e sonhos também se desmoronam junto com os imóveis destruídos. A UNIÃO organizada de pessoas, focada no bem coletivo, é a única opção que resta para se vencer esta luta desigual.



(*) Geraldo Oliveira é blogueiro em Vicente Pires, Vice-Presidente da AMOVIPE e servidor de carreira da Câmara Legislativa.

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