domingo, 4 de dezembro de 2016

APÓS MAIS DE 17 ANOS DE ESPERA, IBRAM CONCLUI LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE VICENTE PIRES

NÃO FOI UM PRESENTE DE NATAL, FOI POR TEREM SIDO RESPONSABILIZADOS NA JUSTIÇA POR CRIME AMBIENTAL...

Instituto emitiu documento para glebas 2 e 4, que eram da União. Rollemberg fez anúncio e prometeu estender obras de infraestrutura.


O Instituto Brasília Ambiental - IBRAM, órgão responsável pela política de meio ambiente do Distrito Federal, emitiu o licenciamento das glebas 2 e 4 de Vicente Pires. Para se chegar à emissão dessa licença, foi preciso muita luta por parte dos moradores, mais de 17 anos de espera e danos ambientais irreversíveis, caracterizando crimes contra o meio ambiente e acarretando desvalorização de imóveis, mortes de pessoas e gastos exorbitantes e repetitivos do dinheiro público, pela simples falta de emissão dessa licença ambiental, tão necessária.

Por pura incompetência dos governantes e, principalmente do IBRAM, durante esses anos de espera, toneladas de entulho, restos de asfalto, animais mortos e lixo foram carreados para os leitos dos aquíferos, causando seu assoreamento e dos próprios cursos d’água, provocando doenças e contribuindo, inexoravelmente, para a crise hídrica atual.

Quando se iniciou o processo de emissão das licenças, Vicente Pires já era uma cidade consolidada e, de lá para cá, a cidade não parou de crescer, portanto, não tinha porque esperar tanto tempo para a emissão dessa licença. Há que se observar que o poder público deveria ter sido proativo nesse caso, para evitar maiores danos, sobretudo ao meio-ambiente.

A não emissão tinha objetivos claros, gastar milhões todos os anos com obras paliativas, beneficiando muitos aproveitadores que se utilizam das desgraças para lucrar fácil. Com a falta de ação do Estado para controlar o problema, os danos se multiplicaram em progressão geométrica, enquanto milhões dos cofres públicos foram destinados a obras paliativas para, logo em seguida, serem levados pela enxurrada.

Não bastasse o sofrimento, a população também passou por maus momentos, assustada e com receio de sofrer mais consequências negativas com a perda do dinheiro liberado pelo Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, (Licitação 019/2014), pela falta das licenças ambientais, consequência da falta de interesse em agir do Governo e do IBRAM. O povo de Vicente Pires ficou, assim, sem acesso aos serviços públicos necessários e esperados.

Se o IBRAM, órgão responsável pela emissão das licenças há anos, não o fez, fato que dificulta a compreensão, seria normal que os gestores responsáveis por esse trabalho fossem substituídos por técnicos mais competentes e preocupados com o futuro, já que houve má gestão e os tecnocratas de plantão não se atinaram para o ditado de que “é melhor cuidar da doença antes, do que remediá-la depois”.

Mas, saibam todos que o governo e o IBRAM não liberaram a licença por acaso e por estarem bonzinhos com a população. Foi preciso a Associação de Moradores AMOVIPE, da qual sou presidente, fazer interpelações para a presidente do IBRAM, Jane Vilas Boas, Governador Rodrigo Rollemberg e Vice-Governador Renato Santana, para que agissem. Porém, mesmo com as interpelações e nada prático ter sido feito, fomos obrigados a levar o caso ao Ministério Público, onde também responsabilizamos a promotoria ambiental pela inércia em agir e em tomar uma posição.
 Sabendo que apenas isso não seria suficiente, então resolvemos entrar na justiça com pedido de liminar, para que fosse cumprida a Lei, com a justificativa de que, onde não há licença, nada pode ser feito; então, que fosse proibida também qualquer obra em Vicente Pires, mesmo que fosse de forma paliativa, como o tapa-buracos. E só assim, com muita briga e cobrança, a tão esperada Licença de Instalação saiu ontem, dia 01 de dezembro de 2016, para as glebas II e IV de Vicente Pires. Com isso, toda a região administrativa poderá receber obras de infraestrutura urbana. 

Com a autorização ambiental, as pontes previstas sobre o córrego Vicente Pires e Córrego Samambaia devem começar a ser construídas ainda neste ano e, após o término das chuvas e com a boa vontade do governo, poderemos ter o início das obras de drenagem pluvial e pavimentação.

A Expectativa é de que nossa qualidade de vida vai melhorar muito, vai reduzir muito as enchentes e, sobretudo, vão se controlar os danos ambientais e melhorar a qualidade da água que chega ao Lago Paranoá.

Esse trabalho árduo ainda tem muito a ser feito pelas lideranças e população de Vicente Pires, mas os parabéns vão para o Dirsomar Chaves e sua equipe, que iniciaram esse processo e muitos trabalharam para o atual resultado. A AMOVIPE entrou depois, do meio do processo para o final, com diversas reuniões na Secretaria de Obras e NOVACAP, tendo cobrado também o andamento do processo licitatório no Tribunal de Contas do DF, no Ministério Público e no âmbito judicial.

Já para os representantes do governo, fica apenas o alerta, para que aprendam e não esperem passar por tudo para se fazer algo simples e preponderante sobre determinadas pautas, que poderia ter evitado tantos gastos e transtornos. Por enquanto, ficamos na expectativa e na torcida para que as obras realmente comecem e, enfim, podermos também dar os parabéns à turma do governo, em oportunidades futuras.

Gilberto Camargos



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