Nos
últimos anos venho analisando o perfil dos candidatos que tentam se eleger a
todo custo a uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Alguns
usam suas tradicionais famílias que dominam a política no DF por anos, mesmo
que durantes esses anos essas famílias tenham sido alvo de escândalos, tenham
sido processadas e perdido cargos públicos por supostos crimes cometidos contra
o patrimônio público.
Alguns
outros usaram e usam seus cargos dentro de corporações para aparecer e se
eleger, mas ao serem eleitos esquecem sua categoria de classe e passa a
defender o governo contra seus pares. Muitos querem chegar lá, se fazem de
palhaços, fazem campanhas públicas para motoristas, enfim, fazem de tudo para
chamar a atenção e ficarem conhecidos dos eleitores e, assim, tentar atrair
votos para tentarem se eleger, mas no cotidiano, estão mesmo é em busca de
cargo público indicado.
Muitos
também usam o corporativismo das igrejas para chegar lá, mas ao serem eleitos,
no exercício do mandato, mancham essas entidades que tem feito diferença na
vida das pessoas que buscam um refúgio. São pessoas que se passam por ovelhas
para conquistar os votos dos irmãos, mas são lobos. Esses mancharão e querem
continuar manchando o nome dos cristãos e consequentemente, de Jesus Cristo. No
final das contas, as igrejas acabam sendo usadas para o propósito político
indevido e não recomendável sob o ponto de vista da ética religiosa.
Não importa o caminho utilizado para se perseguir a tão sonhada
cadeira de deputado distrital, o fato é que, dentre todos, a maioria tem algo
em comum, que é chamar a atenção dos eleitores desavisados, que nunca souberam
para que serve o voto. Essas pessoas acabam sendo fisgadas pelas propagandas
enganosas de políticos profissionais, que se aproveitam da alienação de quem
vota sem pesquisar as propostas, os propósitos ou a ética dos políticos que se
apresentam.
O interessante e mais comum entre os candidatos é a divulgação da
“honestidade”, uma matéria prima bem escassa na vida pública, que acaba
seduzindo os desavisados e desinformados. Não faltam candidatos alardeando tão
nobre virtude, prometendo praticá-la quando acenderem à vida pública, sendo que
tal qualidade, inexoravelmente, deve ser prática irretocável da vida civil. Quem
não desconfia de um sujeito que precisa de um outdoor para proclamar
uma qualidade que deveria nascer junto com o ser humano?
Muitos postam de tudo nas redes sociais e demais veículos de
mídia, tais como vídeos ajudando na cozinha, lavando louças, levando crianças
para escola e outros artifícios de autopromoção, e tais cidadãos ainda têm a
cara de pau de insinuar que estão fazendo tarefas que deveriam ser das
mulheres... Outro subterfúgio é mostrar intimidade com os humildes: O sujeito
entra no ônibus junto com os mais humildes, todo intimo. Mas, em casa, um reluzente
carrão do ano repousa na garagem...
Na corrida para o voto vale de tudo, até se fazer passar por
um “Mané” genuíno, desses de "pescá" com puçá e "botá"
tarrafa “pra mode ganhá o peixe”. O candidato presepeiro, espertalhão
e hipócrita gosta de se passar por um Mané. Entra na casa do povo humilde,
aperta a bochecha dos bebês, come corvina com pirão d’água, toma
cafezinho com rosquinha de fubá e se declara um "matuto" esclarecido,
só pra catequizar o anfitrião.
Assim, as tradicionais figuras da política brasileira e
brasiliense travestem-se de bons moços em troca do tão cobiçado voto. Almejando
a todo custo a boquinha e a vaguinha no parlamento, passam-se por ferrenhos defensores
de todos os que se encontram em dificuldades, sobretudo no caso dos apresentadores
de programas de rádio e/ou TV. Aliás, a justiça eleitoral deveria ficar de olho
nos outdoors com tais figurinhas por todos os lados...
Quem compraria um carro usado de um sujeito que contrata um espaço
na rua para proclamar sua lisura e correção? Uma qualidade que o próprio
candidato duvida? E se não duvida, por que anunciar honestidade como um
atributo seu? A frase abaixo ilustra o apelo que os espertinhos usam em busca
do voto:
“- Zé do Jeitinho! Vote num candidato 100% honesto! Esse
trabalha!"
Ora, para se dizer "honesto" é preciso que sua
honestidade seja afirmada? E "esse trabalha" é o apanágio de
todo mandrião. Ser honesto e trabalhar são pressupostos de todo homem
decente. Não deveriam ser atributos especiais, a não ser num país onde os
espertalhões de colarinho branco se acostumaram a usar pijama de presidiário
com a menor sem-cerimônia.
Já imaginaram? Votar no aspirante a distrital só porque o sujeitinho
garante que trabalha? Façam me o favor...
No fundo, salvo raríssimas exceções, os candidatos de toda eleição
são ou serão iguais aos que estão usando o pijama penitenciário, os quais começam
suas enganações usando dinheiro público através de acertos nada republicanos
com outros candidatos que detém um mandato. Estes, por sua vez, querem se
reeleger a todo custo para manter suas profissões de políticos, mesmo tendo
contribuído pouco ou quase nada durante suas vidas públicas.
Os detentores de mandatos nomeiam esses ex e pré-candidatos para
seus assessores e eles deveriam servir para ajudar a comunidade. Mas, na
verdade, tais nomeados são cabos eleitorais de quem os nomeia e de si próprios.
Os cargos públicos, que deveriam ser ocupados para promover o bem estar das
pessoas, acabam sendo usados para interesses políticos, que sobrepujam o
interesse da sociedade, a qual fica desassistida devido a estes desvios de
políticos mal escolhidos.
Será que os políticos que aí estão a prometer tudo em troca do
voto, serão mesmo honestos e trabalharão para o bem comum se eleitos, ou serão
apenas mais alguns que se juntarão aos que já estão lá, repetindo assim, o
ciclo vicioso da enganação e trabalho em prol do eu?
A
honestidade dos candidatos deve ser levada em conta sim, mas não aquela
divulgada e fabricada nos veículos de mídia. A verdadeira honestidade advém da
ética, da moral e do berço familiar, o que acaba por direcionar o ser humano
para praticar ações dentro desses preceitos, sem que com isso, deseje auferir
algo em troca. Então, a capacidade e honestidade do bom candidato devem ser
avaliadas pelo conjunto de sua obra, não por subterfúgios fabricados.
Para
se proteger dos políticos espertalhões, os eleitores devem guardar em sua
memória as práticas e as obras de quem se apresenta como candidato. Pesquisar
sua vida, sua ética e suas propostas é ingrediente certo para se fazer uma boa
escolha através do voto. Veja alguns conselhos:
ü
acompanhe a vida do cidadão, se ele surgiu
apenas como candidato ou se sua comunidade o escolheu através de bons serviços
prestados...
ü
Ele presta serviços comunitários durante toda
sua vida, ou somente nas eleições? Ele trabalha ou sempre foi cabo
eleitoral-balança-bandeira e leva sua vida mamando nos cofres públicos?
ü
Pergunte-se: em quem devo votar nas próximas eleições?
Entre as qualidades determinantes para o candidato ser votado, a honestidade deve
liderar, mas a resposta final deve ser: “Eu voto em deputado que é honesto,
trabalhador, defende a região, não depende de indicação para trabalhar, não
contratará parentes e não é assistencialista (troca voto por dinheiro, cadeira
de roda, etc) e não faz de tudo para chegar ao poder”.
ü
Faça também a seguinte afirmação: “Eu NÃO voto
em deputado que é desonesto, preguiçoso, não defende a região, contrata parentes
e troca voto por dinheiro, contrata a todos que se passam por liderança, ou é
contratado por quem contrata a todos.”
Pense
bem, caro eleitor. 2018 está logo ali e você já deve começar sua pesquisa.
Avalie quem está no poder e também quem quer entrar a todo custo. Aquele que usa o dinheiro público através de
contratação de assessor de PN, se faz de defensor jurídico e protetor, usa a
Igreja e Deus, já está mostrando a que virá.
Gilberto
Camargos.
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