terça-feira, 8 de agosto de 2017

VICENTE PIRES TERÁ UM CANDIDATO DE CONSENSO A DEPUTADO DISTRITAL EM 2018



Lideranças, moradores e ex-candidatos locais vão adotar a experiência de Brazlândia, que conseguiu eleger seu representante em 2014








 (*) Por Geraldo Oliveira, do blog Vicente Pires Alerta

É sabido pelas normas eleitorais que, uma vez eleito, um deputado distrital é representante de toda a população do Distrito Federal e não só de uma região administrativa ou segmento. Mas, no caso do Distrito Federal, os deputados distritais possuem uma singularidade especial, que é o de atuarem como se fossem vereadores e deputados estaduais, ao mesmo tempo. Isso porque o DF não é dividido em municípios, mas em regiões administrativas.


Nessa perspectiva e pelo histórico das várias legislaturas, ocorridas desde o ano de 1991 (sete legislaturas), temos acompanhado deputados distritais serem eleitos com votos de todo o DF, mas majoritariamente por entidades de classes, como professores, polícia civil, polícia militar, bombeiros, entre outras. Algumas dessas entidades têm um nível de politização e de organização bastante alto, o que explica essa tendência.


Vicente Pires possui cerca de 85 mil habitantes e cerca de 55 mil eleitores, o que dá e sobra para eleger até 2 deputados distritais. Mas, por que será que a cidade não têm até hoje seu representante? É simples a resposta: não temos ainda um nível ideal de organização das entidades representativas e da população. Existem infindáveis associações, mas totalmente desarticuladas politicamente, quais sejam 6 associações de moradores (Setor Jóquei, Vicente Pires (2), Colônia Samambaia, Vila São José e 26 de Setembro, Associação dos Chacareiros, Conselho de Pastores com 60 igrejas, Associação Comercial e Industrial, representações de escolas particulares, entre outras, e ainda existem os condomínios residenciais, que totalizam aproximadamente 300 associações ao todo.


É notório que, se tais entidades conseguissem se organizar em PROL DA CIDADE, para que ela pudesse ter um ou mais representantes distritais nativos, certamente Vicente Pires e Região poderiam estar num patamar de assistência e desenvolvimento muito maior. Digo isso porque, historicamente, é isso que acontece: mesmo que a lei eleitoral preveja que o deputado após eleito é representante de todo o DF, o que ocorre é que o deputado puxa SIM a sardinha para o segmento ou cidade que majoritariamente lhe deu mais votos. Isso é questão de sobrevivência política.


Seguindo a experiência de Brazlândia, que elegeu o Deputado Juarezão desta forma em 2014, em Vicente Pires está ocorrendo atualmente um amadurecimento político por parte de ex-candidatos locais, líderes comunitários, representantes de associações e alguns síndicos, para que em 2018 a região não fique mais uma vez sem um representante. Já ocorreram duas reuniões na residência do empresário Paulo de Tarso (ex-candidato e não candidato em 2018) e outras mais estão previstas, para definir quem será o tal candidato de consenso. Os organizadores solicitam que, quem tenha interesse de se candidatar, apresente-se para apresentar propostas de trabalho e que estas tenham como foco principal a CIDADE DE VICENTE PIRES. Maiores informações pelos telefones 99217-1719 (AMOVIPE).


Em minha opinião a ideia é interessante e pode dar certo, mas, para que se torne realidade, as palavras chave daqui para 2018 devem ser: união, organização, foco, inteligência e SENTIMENTO DE BAIRRISMO. Fundamentalmente, os egos pessoais e disputas políticas internas devem ser deixados de lado e toda a população local precisará entender que é chegada a hora de fazer a diferença em prol do lugar onde mora. Para se ter ideia do quanto isso faz diferença, um deputado distrital pode colocar emendas da ordem de 20 milhões de reais por ano em uma região, o que totaliza 80 milhões nos quatro anos de mandato. Hoje, Vicente Pires nada tem, a não ser o “pires na mão”...


Então, o movimento pela escolha do candidato de consenso é bem vindo, tomara que funcione e que os votos dos cerca de 55 mil eleitores de Vicente Pires (ou a sua maioria) finalmente sejam dados com esse ideal, que na verdade devem ser entendidos como dados EM PROL DA CIDADE, e não em favor de UM INDIVÍDUO. É difícil conseguir convencer a todos, pois cada pessoa tem sua forma de análise, mas é chegada a hora de praticar o chamado voto inteligente, pois só assim Vicente Pires poderá ter um lugar ao sol, longe do abandono.


Mesmo que saibamos que as regras eleitorais levam em conta a soma de votos de coligações de partidos e não tenhamos ainda o chamado voto distrital instituído no Brasil, que elege de fato quem tem mais votos, certamente, se um candidato de Vicente Pires tiver entre 20 a 25 mil votos, dependendo da coligação que ele participar (isso também será cuidadosamente pensado), podemos ter certeza de que ele será eleito.


Entendamos todos, portanto, que elegermos alguém realmente NATIVO, com propostas claras para ajudar a cidade é questão de sobrevivência DA REGIÃO, SEMPRE ESQUECIDA PELAS POLÍTICAS PÚBLICAS DISTRITAIS. Certamente, pulverizar 55 mil votos para candidatos de fora, que não voltam para ajudar a cidade, não faz sentido algum.
Até o próximo mês e um grande abraço!


(*) Geraldo Oliveira é blogueiro em Vicente Pires, Vice-Presidente da AMOVIPE e servidor de carreira da Câmara Legislativa.

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