Foto da operação tapa buracos feita pelos moradores em 2015
Há muito tempo que esta coluna pede ATITUDE da população de Vicente Pires, para sermos BAIRRISTAS e ATIVISTAS em prol de nossa cidade. Afinal, está em jogo o futuro do lugar que escolhemos para viver, criar nossos filhos e onde sonhamos um dia ter qualidade de vida.
Vicente
Pires passa por problemas difíceis de ser solucionados, com ausência contumaz
do Estado e hoje está sofrendo com a chamada “grilagem vertical”. Saímos do modelo
de construções horizontais e estamos vivenciando um “boom” de grandes edifícios, sobretudo em locais mais valorizados,
como nas imediações da Feira do Produtor e nas principais entradas/saídas dos
bairros.
É
preocupante esse dado porque jamais imaginamos morar numa cidade de
arranha-céus. Quando viemos para esta região, há cerca de 20 anos, tínhamos
disponíveis o verde, os amplos espaços nos lotes e a possibilidade de ter uma cidade
diferente de Águas Claras, onde predominam o concreto, a impermeabilização, a
alta densidade demográfica e os problemas de mobilidade, entre outros.
Nosso
futuro é inquietante porque temos um levantamento recente feito pela AMOVIPE –
Associação de moradores de Vicente Pires e Região, na Rua 4A, que nos serve de
exemplo e alerta. Na faixa compreendida entre a Administração Regional e a
EPTG, existem 102 vagas de superfície para veículos, contudo, há 440 imóveis
entre apartamentos, salas comerciais e lojas, provenientes de novos edifícios,
que não possuem vaga privativa.
Fazendo uma conta simples,
temos, só neste local, um déficit de no mínimo 300 vagas para os veículos vinculados
a estes imóveis, fora os de visitantes e de clientes, que serão estacionados onde
bem entenderem os seus donos, ou seja, em frente à sua casa, à minha ou em
frente ao seu condomínio. Muitos terão de procurar vagas ainda mais distantes, por
pura falta de opção.
E como será no
resto da cidade se este problema não for controlado?
Existem,
desde 2013, normas que ditam O QUE construir,
COMO construir e ONDE construir em Vicente Pires,
especialmente edifícios. Trata-se das Diretrizes Urbanísticas (DIUR) 01/2013 e 02/2015,
da Secretaria de Gestão do Território e Habitação (SEGETH), que especificam, entre
outros requisitos, a distribuição de edifícios ao longo das vias e logradouros,
com limite de andares, subsolos, recuos, quantitativo de garagens e quais
atividades podem existir.
Segundo
as referidas DIURs, toda esta região da Feira do Produtor foi planejada para
ser predominantemente comercial, ou de “Centralidade”, porém tal ocupação não ocorre
de acordo com o previsto. Ninguém fiscaliza e os construtores projetam o que
lhes é conveniente. O resultado é que, com tal proliferação desregulada, os
transtornos já estão acontecendo e acarretando prejuízos extremos à mobilidade.
Contudo, o que
podemos fazer para ajudar a cidade a sair dessa realidade?
Naturalmente,
devemos praticar intransigentemente o BAIRRISMO
e o ATIVISMO em prol da região, como
instrumentos de luta e de transformação. A receita é participarmos mais dos
destinos da cidade, cobrar as autoridades, nos reunir e nos manifestar ou,
sendo práticos, utilizarmos melhor nosso voto, para termos um representante com
força política para brigar por nós nas
diversas esferas de poder.
Precisamos EMPODERAR líderes oriundos daqui, elegendo-os, sobretudo quem tenha história comprovada de luta pela região, seja ético e esteja distante de escândalos e processos de corrupção. Como diria o nosso Gilberto Camargos, um dos pré-candidatos que decidiu concorrer pela primeira vez, após insistência de moradores, MUDAR É PRECISO, VOCÊ TEM OPÇÃO!
E quanto aos
candidatos majoritários (governador, por exemplo), o que podemos fazer para que
olhem por esta região? Minha sugestão é
que avaliemos criteriosamente sua história, se é ético, ficha limpa, conciliador
e se faz política aliando boa capacidade de gestão, sensibilidade social e
preocupação com o ser humano.
Você percebe que a
solução está em nós? Pense nisso!
Até o próximo mês e um grande abraço!
(*) Geraldo Oliveira é
blogueiro em Vicente Pires, Vice-Presidente da AMOVIPE e servidor de carreira
da Câmara Legislativa.
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