terça-feira, 8 de julho de 2025

JORNAL CONVERSA INFORMAL DE JULHO DE 2025

 











segunda-feira, 7 de julho de 2025

DF EM COLAPSO: A CAPITAL DAS FILAS, DOS CONES E DAS PROMESSAS QUE SUMIRAM

 


Desde que o atual governo assumiu o comando do Distrito Federal, em 2019, a sensação é simples: tudo que já funcionava mal conseguiu piorar. O caos, que antes era motivo de preocupação, agora virou paisagem. A gente já nem estranha. Virou parte do cenário — junto com os buracos, os cones e as intermináveis filas.


Saúde? Só no outdoor.


A saúde pública no DF, que já era deficiente, virou um pesadelo institucionalizado. As filas são quilométricas. Quem não morre esperando atendimento, corre o risco de morrer no corredor. As macas, quando existem, são improvisadas. Estrutura? Zero. Solução? Também não. Mas o marketing está impecável.


Educação: gincana ou teste de resistência?


Conseguir vaga na escola pública virou uma espécie de reality show: só os pais mais persistentes chegam até o fim. Quando conseguem, precisam aceitar que seus filhos estudem longe de casa. Só em Vicente Pires, mais de 3 mil crianças cruzam a cidade todos os dias, sacolejando em ônibus sucateados para estudar em Ceilândia ou Taguatinga.


O curioso? O governo poderia ter resolvido isso faz tempo. Bastava contratar vagas em escolas particulares da região, economizaria cerca de 30% e garantiria qualidade no ensino. Mas parece que preferem investir em diesel para ônibus velhos.


Brasília, a capital dos cones


Brasília virou a capital dos cones. São tantos, que se fossem enfileirados, provavelmente já teriam dado uma volta na Terra ou quem sabe chegado à Lua. Eles estão por toda parte, sinalizando as famosas “inversões de via”: de manhã, caminho livre para o Plano Piloto; à tarde, liberam o retorno para as cidades-satélites.


Isso acontece porque o transporte público nunca deu conta. E em vez de investir ou firmar boas parcerias, o governo continua despejando bilhões por ano no sistema de transporte coletivo que nunca funcionou. Parece que o plano é deixar como está, afinal, sempre cabe mais um cone.


A verdadeira marca: a fila


A fila virou o símbolo oficial do governo. Fila no CRAS. Fila no “Na Hora”. Fila nos hospitais. Fila na UPA. Fila para cirurgia com espera de até 12 anos. Fila para agendar carteira de identidade ou renovar a CNH. Fila no restaurante popular (que acaba quando acaba a comida). Fila para entrar nos ônibus lotados.


E o governo inovou: criou até fila de quem perdeu a casa, esperando agora um viaduto vazio ou quem sabe um bom ponto para morar na rua. Esse governo conseguiu derrubar mais casas de pobres do que todos os governos anteriores juntos. Um triste recorde.


Ah, e tem mais: fila de cones. Porque cone virou símbolo. Cone é sinal de alerta. Cone em fila é praticamente um outdoor ambulante mostrando que você está no governo Ibaneis & Celina Leão.


E se você ousar reclamar, pode ouvir: “Quem é você na fila do pão?”


A fila que nunca para: cargos comissionados


Enquanto a população enfrenta filas para tudo, há uma fila que anda rapidinho: a fila dos cargos comissionados. Para isso, o espaço é ilimitado. Cabe sempre mais um.


O pior pode estar por vir


Se um governo que não funciona já é ruim, imagine um terceiro turno: Celina no comando, Ibaneis no Senado por mais oito anos, e você — distraído — entrando na fila para reelegê-los.


Aí sim, Brasília estará oficialmente entregue. Sem reeleição, sem medo, sem freio. E sem fila? Só se for para tirar foto na propaganda.


Não vos enganeis: Brasília virou a terra das filas, dos cones e das promessas vazias. E quem continua pagando essa conta é você.


segunda-feira, 30 de junho de 2025

Vicente Pires em Pânico: Regularização Sem Transparência Ameaça Despejar Moradores


A notícia da chegada da tão aguardada regularização das terras de Vicente Pires — especificamente no trecho 2 da terceira gleba da Fazenda Brejo ou Torto — prevista para outubro, novembro ou ainda este ano trouxe muito mais pânico do que alívio à população local.


O que poderia ser um momento de conquista para os moradores tem se transformado em um verdadeiro pesadelo. Sem qualquer transparência, sem a divulgação prévia dos valores e, principalmente, sem possibilidade de negociação, a Terracap, empresa responsável pela regularização, já demonstrou, em experiências anteriores, o modus operandi: imposição, cobrança abusiva e total desconsideração pela realidade social dos moradores.


Um Processo Sem Voz e Sem Alternativas


Os moradores de Vicente Pires já conhecem bem a postura da Terracap. Muitos acompanharam os processos de regularização nas regiões vizinhas e viram como a empresa age: unilateralmente, com pouca ou nenhuma abertura ao diálogo. Dessa vez não está sendo diferente. Circulam vídeos institucionais com mensagens ameaçadoras: “ou você entra no processo ou perderá seu lote e até sua casa já edificada”. O medo se espalhou.


A realidade de Vicente Pires é dramática. Aproximadamente 40% das famílias da região sobrevivem com renda inferior a cinco salários mínimos. São trabalhadores humildes, muitos já idosos, que construíram suas casas tijolo por tijolo ao longo de décadas — desde os tempos em que a região era matagal, área de desova e até abrigo de lixões do Distrito Federal.


Essas pessoas não possuem qualquer condição financeira para pagar os altos preços que estão sendo cogitados — seja à vista ou mesmo por financiamento. Estão literalmente sendo encurraladas.


Uma Bolha Imobiliária: A Armadilha Perfeita


Para piorar, Vicente Pires vive hoje uma bolha de valorização imobiliária. A Terracap irá cobrar pelos terrenos de acordo com os preços atuais de mercado, oferecendo apenas “descontos simbólicos de benfeitorias”. O que isso significa na prática? Mesmo que um morador se esforce, venda bens, contraia dívidas e consiga pagar pela regularização, ele verá seu imóvel, que hoje vale cerca de R$ 1 milhão, manter o mesmo valor após a escritura. Em outras palavras: a valorização será absorvida no custo de regularização, e o morador sairá no prejuízo.


O resultado? Centenas de imóveis já estão sendo colocados à venda, num desespero coletivo para tentar salvar o pouco que ainda lhes resta.


Governo Ausente e Representação Frágil


O Governador Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão parecem ter esquecido Vicente Pires. Desde a eleição, não retornaram à cidade para ouvir os moradores. Quando o fazem, é apenas para dialogar com empresários — muitos deles, os mesmos que há décadas lucram e prejudicam a região.


O deputado que afirma representar Vicente Pires, por sua vez, tornou-se apenas mais um elo do governo. Com cargos distribuídos para seus aliados em várias administrações regionais e órgãos do GDF, sua postura é de total alinhamento com o Palácio do Buriti. Não moveu e dificilmente moverá qualquer ação efetiva em defesa dos moradores.


Para completar o cenário, a Administração Regional está hoje sob o comando de um aliado histórico da Terracap, um administrador que sempre defendeu os interesses da empresa. A associação que ele representa tem, inclusive, contratos com a própria Terracap. Na prática, são alguns empresários que ditam as regras na cidade.


Reuniões Controladas e Informação Manipulada


Para criar a sensação de que o governo está “ouvindo” a população, o administrador passou a organizar reuniões seletivas, convidando apenas moradores que aceitam as regras impostas pela Terracap. Nessas reuniões, não se oferece qualquer espaço para questionamento real ou negociação. O que se apresenta são informações genéricas, facilmente encontradas no site da empresa, e as propostas levadas por esses grupos já são velhas conhecidas: foram protocoladas há anos pela Arvips — associação historicamente ligada à Terracap.


A população, mais uma vez, está sendo conduzida sem alternativas, sem voz e sem proteção.


A Última Linha de Defesa


Diante desse cenário desolador, resta à AMOVIPE — Associação de Moradores de Vicente Pires — resistir. A entidade busca o diálogo direto com o Ministério Público e ingressa com ações judiciais para tentar proteger os direitos dos moradores e impedir mais um capítulo de injustiça social promovido sob o manto da regularização.

Enquanto isso, o desespero segue tomando conta de Vicente Pires.

A REGULARIZAÇÃO SAI ESSE ANO MESMO OU É SÓ CONVERSA PARA MOBILIZAR A POPULAÇÃO COM OS ASSECLAS DA TERRACAP? A AMOVIPE ACREDITA QUE É QUASE IMPOSSÍVEL SAIR ESTE ANO, MAS COM ESSE GOVERNO...


Gilberto Camargos


Mais informações no 61 99217.1719