terça-feira, 3 de junho de 2014

Chefe de obras da Administração de Vicente Pires flagrado em desvio de conduta







O servidor da Administração Regional de Vicente Pires, chefe de obras e diretor da Arvips, Francisco de Assis Severo dos Santos, vulgo Chicão e mais quatro funcionários da administração foram flagrados no dia 30/05/2014 as 9:00hs da manhã usando o carro oficial, uma pick-up Fiat, para fazer serviços particulares com carro de uso exclusivo em serviço público. 

O Veículo oficial saiu da Administração carregado de cimento e contrariando as normas de trânsito, pois carregava os funcionários viajando na carroceria do veiculo. O material foi descarregado em uma borracharia localizada na Rua 10B, que é alvo de várias investigações. A borracharia surgiu em dezembro de 2011, quando a ARVIPS, seu presidente Dirsomar Chaves e diretores, juntamente com Lúcia Helena de Carvalho e supostamente o deputado Geraldo Magela, usando a Secretaria de Patrimônio da União e a Administração de Vicente Pires usou um borracheiro COMO LARANJA. Ele ocupava um espaço invadido na entrada da Rua 03, esquina com a EPTG. Com o objetivo de criar um novo lote em um dos locais mais privilegiados e valorizados de Vicente Pires em benefício próprio colocaram o borracheiro lá. O lote não existia, porém através de um documento feito por Lucia Carvalho, Dirsomar chaves mandou através da administração demarcar um lote de esquina na Rua 10B, com Via Estrutural medindo 800 metros quadrados.
Além da criação ilegal do lote, usaram todos os recursos da Administração Regional para a construção do imóvel e quem recebeu para fazer essa construção foi o próprio diretor da ARVIPS e hoje funcionário da Administração, Chicão. Na época as informações da administração era que o imóvel havia sido criado para retirar da rua um trabalhador que precisava de local para trabalhar.
A Informação da Administração era mentirosa, pois o borracheiro tinha vários imóveis na Vila Estrutural e não precisava de local de trabalho. Igual a esse borracheiro existia vários outros pequenos empreendedores que ocupam área pública em Vicente Pires e eles nunca foram ajudados. Além disso, o local foi escolhido a dedo, um dos melhores locais da cidade.
Enquanto estava construindo a suposta sede da borracharia, levaram o borracheiro laranja para um imóvel de propriedade de Dirsomar Chaves que fica em frente à Administração Regional e o aluguel até que se prove o contrário passou a ser pago pela Administração.
Ao que parece, o objetivo não era tirar o borracheiro da rua, mas grilar área pública. O imóvel ficou vazio por mais de dois anos, chegou a ser vendido para uma floricultura que depois da denuncia deste jornal desistiu do negócio e somente foi ocupado pelo borracheiro há alguns dias e isso foi feito porque os verdadeiros “proprietários” temem perder a área.
Agora novamente com outro abuso com o que é público o escândalo volta à tona, com o flagrante do carro oficial fazendo serviços particulares. Vários moradores da rua 10B, incluindo os funcionários da oficina em frente ao local assistiram o veículo chegando e descarregando o cimento. As câmeras instaladas nas escolas e residências próximas, também filmaram o deslocamento do veículo até a borracharia.
Se um flagrante como esse foi feito em plena luz do dia, sem se preocupar com a opinião pública, imagine o que estará acontecendo as escondidas?
Esse mesmo veículo, com o mesmo motorista já foi visto em uso particular por várias vezes na Chácara do Chicão na C.A Cana do Reino, em uma delas ele levava um cortador de grama.
O Administrador Glênio José, que também é vice presidente da Arvips, já havia sido avisado meses antes, do uso do carro oficial. Porém, ele não tomou nenhuma providência e disse apenas que só faria alguma coisa se alguém denunciasse por escrito. Dessa vez, procurado pelo jornal ele voltou a dizer a mesma coisa.


Carros do governo

No local onde as imagens foram feitas, os vizinhos comentaram sobre o assunto. Uma comerciante, que também optou pelo anonimato, aponta que no local é comum o intenso tráfego de veículos do governo.
“Há vários dias que veículos caracterizados com adesivos do GDF vêm aqui. É um entra e sai direto e por isso a gente nem fica prestando muita atenção no que eles estão fazendo. Essa vinda aqui na borracharia já é normal”, disse.
A moradora Maura da Penha vizinha da borracharia que foi prejudicada pela invasão de seu lote que antes era esquina da Rua 10 com a Via Estrutural assistiu a tudo, gravou imagens e voz com o Borracheiro, João, que disse que quem o levou para a Borracharia foi o próprio Administrador Glênio José. Maura chegou a fazer um abaixo assinado com centenas de assinaturas. Segundo ela o desvio de atividades do terreno e de carros oficiais configura um desrespeito à comunidade. “Sem falar que houve uma desvalorização muito grande do lote que era propriedade de seu sogro que veio a falecer de desgosto depois da invasão”. Declara
Maura fez a denúncia para os fiscais da Agefis e para alguém da Administração, mas foi ameaçada de ter seu imóvel derrubado caso ela continuasse a reclamar.
Descaso
“Isso é um absurdo e chega a ser um descaso com os cidadãos que pagam impostos. Os carros públicos devem ser direcionados unicamente para  atividades do governo”, afirmou outro morador que não quis se identificar.
O Decreto 32.880 dispõe sobre o uso, aquisição, locação e cessão de veículos oficiais. Os carros com a logomarca do GDF são configurados como automóveis de representação, transporte institucional e veículos de serviço. A lei proíbe o uso de veículos institucionais e de serviço para transporte próprio e particular de autoridades ou servidores.


O subsecretário de logística da Secretaria de Planejamento e Orçamento do DF (Seplan), Roberto Duarte Gonçalves, explica que os veículos oficiais são de uso restrito de atividades a serviço do governo. Ao sair e retornar o motorista fica obrigado a preencher o deslocamento, o itinerário, o serviço efetuado e a descrição da quilometragem.



Trecho do Decreto 32.880:

  É proibido o uso de veículos de classificação institucional e de serviço para transporte:
I - de autoridades ou servidores a casas de diversões, supermercados, clubes, academias, estabelecimentos comerciais e de ensino;
II – em excursões, lazer, recreação ou passeios;
III – de familiares do servidor, de qualquer grau de parentesco, consanguíneo ou afim, ou de pessoas estranhas ao serviço público por qualquer itinerário;
IV – aos sábados, domingos e feriados, exceto para eventual desempenho de encargos inerentes ao exercício da função pública.


E ai Administrador, o que vai ser feito? Vai ficar por isso mesmo?

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