terça-feira, 22 de julho de 2014

Por medo de vaias, Dilma pretende evitar seus possíveis eleitores nas ruas

Após vexames na Copa das Confederações e Copa do Mundo, a estratégia da candidata petista será a prioridade a eventos fechados.
Após a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff e as seguidas vaias recebidas por ela em eventos públicos, o comitê da campanha de sua reeleição resolveu dar prioridade a eventos fechados, fazendo-a ironicamente se esconder justamente das camadas mais populares que ela diz representar.

Com a popularidade em baixa, Dilma participará mais de eventos fechados e de meia dúzia de comícios, mas seu primeiro compromisso de campanha será com sindicalistas, em São Paulo. Para “vender” a imagem da presidente que está “ao lado do povo”, Dilma vai vestir o figurino de candidata na plenária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no próximo dia 31, organizada sob medida para enaltecer os feitos do governo.

As vaias sofridas por Dilma foram tantas que surgiu até mesmo um “mapa das vaias“, que, embora esteja um pouco desatualizado, registra várias notícias a respeito da recepção nada calorosa à presidente em diversas cidades de todas as regiões do país. Essa hostilidade começou após os protestos ocorridos em junho de 2013. Há até mesmo vídeos nos quais a população, de suas casas, vaia o pronunciamento a respeito das manifestações.


Mas o primeiro momento constrangedor se deu durante a abertura da Copa das Confederações, quando Dilma e Joseph Blatter foram alvo de protestos durante o discurso que precedeu a partida. O presidente da Fifa chegou a pedir respeito e fair-play ao público, mas, desde então, as vaias passaram a ser cada vez mais frequentes.

Na abertura da Copa do Mundo, a presidente nem mesmo discursou, mas foi novamente hostilizada pelos presentes em vários momentos do jogo entre Brasil e Croácia.

Xingamentos contra a presidente foram ouvidos em dois momentos antes da partida: após a chegada de Dilma ao estádio e após a execução do hino nacional, já a poucos minutos do início do jogo. No segundo tempo, Dilma foi xingada mais duas vezes.

Com a consolidação do torneio, no entanto, Dilma resolveu entregar a taça à seleção campeã após a partida final no Macaranã, mas nada impediu que ela, com o semblante visivelmente constrangido e tentando livrar-se do troféu o mais rapidamente possível, fosse vaiada mais uma vez.


Mas o estrago para a campanha petista pode ser muito maior. Diferentemente dos 83% de aprovação do governo Lula, os 32% de aprovação de Dilma, somados aos 29% que hoje a reprovam, não estimulam os aliados políticos de sua enorme coligação a pedirem votos. O tempo de TV da atual presidente é enorme, mas a audiência do horário político não costuma ser relevante a partir da segunda semana de horário eleitoral, o que torna o fenômeno da transferência de voto um recurso válido até os dias de hoje. E a ausência de comícios de rua, assim como de quem a peça voto, atingirá em cheio a camada da população que mais lhe promete votos. Nunca antes na história do país, o cenário esteve tão favorável para que o PT não conseguisse se reeleger.

Nenhum comentário:

Postar um comentário