(*) Por Geraldo Oliveira, do blog
Vicente Pires Alerta
É chegado o momento
de nossa população se definir: ou se submete passivamente ao Plano de Urbanismo
desatualizado que estão aplicando na cidade ou REAGE, provocando uma ampla discussão com audiências públicas. Isso
porque os proprietários de áreas recém-edificadas, áreas em processo de
ocupação, áreas sensíveis e áreas não edificadas, como lotes e chácaras,
precisam ter paz e definição de suas situações.
Essa chamada à ATITUDE, que conclamo os meus nobres
vizinhos a fazerem parte, diz respeito em especial aos impactos que muitos
ainda sofrerão, advindos de futuras demolições e obras de infraestrutura
programadas, que é outro viés que nos preocupa, pois muitos dos projetos de
obras precisam ser rediscutidos e atualizados para o interesse dos moradores e
não contra. Que o digam os moradores do Setor Jóquei e Colônia Samambaia, onde
tais obras têm provocado muitos transtornos.
Em relação às demolições,
é bom que se diga que derrubar imóveis recém-construídos e tantos outros anteriormente
edificados e ameaçados não é uma atitude coerente do Estado distrital, pois ele
falhou de forma crassa ao não fiscalizar, quando as ocupações começaram. Ressalta-se
que, ao longo de toda a ocupação desordenada do solo no DF, em especial em
Vicente Pires, primeiro se permitiram as ocupações, mediante o “fechar de
olhos” por parte da fiscalização. Depois, numa contradição sem tamanho, esse
mesmo Estado ataca os cidadãos, com reações tardias e desproporcionais.
Ao invés dessa
sanha demolitória que vem ocorrendo, o Estado distrital deveria se aproximar
mais da população e tentar viabilizar a paz, em contraponto ao terror atual por
que passam tantas famílias. Como seria bom se o nosso Governador observasse o
aspecto social da moradia e da propriedade ao invés o da opressão, pois as
políticas públicas devem considerar prioritariamente o cidadão e o ser humano,
assim reza a cartilha dos governos que marcam positivamente a história.
Para quem não sabe,
no último dia 10 de junho, novamente a AGEFIS desbancou para Vicente Pires e
veio com seu aparato derrubar os imóveis restantes da chácara 200. Estive lá e
me assustei com a desproporção de força existente entre o Estado e os frágeis e
assustados moradores que se concentraram em frente ao condomínio, com medo de
se repetir o terror vivido em agosto de 2015. Para alívio momentâneo de todos,
os imóveis foram salvos por uma liminar federal, que existia há vários meses.
Foi de se estranhar,
no entanto, o motivo pelo qual a AGEFIS mobilizou tantos recursos humanos e de máquinas
para a dita operação, já que era pública e notória a existência da liminar,
sendo que, logicamente, deveria ser de pleno conhecimento do referido órgão tal
fato. Até os leigos sabem que, quando se tem um instrumento jurídico desse
porte, é claro que o juiz oficia para conhecimento a quem de direito, ou seja,
aos proprietários e ao órgão de fiscalização.
Então, diante da
existência de tal liminar, fica a pergunta: por quê de forma absolutamente
estranha e arbitrária tal força descomunal fora deslocada para a chácara 200
naquele dia 10 de junho, havendo uma liminar contrária? Seria para puramente
intimidar e coagir os poucos proprietários de imóveis que restaram ou realmente
os gestores desses órgãos não iriam respeitar a decisão judicial? O fato é que
com a reação de todos que foram para a chácara, com cópias da liminar nas mãos,
a AGEFIS recuou.
Depois dessa
operação fracassada, a liminar que salvara as casas remanescentes caiu 15 dias
após. Hoje, os proprietários dos imóveis remanescentes estão novamente vivendo
dias de terror e se apegam à ajuda de alguns deputados distritais, que fizeram
uma proposta de acordo ao Governador. Fala-se que foi feita uma tentativa de um
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, para que o terror cesse. Por outro lado,
o advogado da chácara, Dr. Goes, luta incansavelmente para reestabelecer a
liminar por meio de um Agravo, além é claro de a AMOVIPE, nossa associação de
moradores, também atuar de forma incansável.
Então, meus amigos,
fiquem alertas, pois por trás das chamadas boas intenções de regularizar o
território do DF, podem se esconder interesses que desconhecemos. Os moradores
da 200, até hoje, se perguntam o porquê de terem sido eles os escolhidos para “pagar”
por toda a ocupação desordenada de Vicente Pires. Diante de tal questionamento,
constata-se que não há segurança jurídica para ninguém e que qualquer um de nós
poderia, a qualquer dia, receber a AGEFIS batendo à nossa porta.
A ameaça de
desconstituição ou retirada de imóveis, na verdade é latente para boa parte dos
imóveis, pois existe um plano urbanístico desatualizado, em que obras
estruturantes serão feitas a qualquer custo, cujos projetos imporão
desapropriações, demolições e retiradas de edificações em áreas sensíveis. Chácaras
inteiras poderão ser apropriadas pelo Estado também. É hora de acordarmos e provocarmos
uma discussão em que os prejuízos e impactos das ações estatais sejam os
menores possíveis, pois, do contrário, o Estado opressor avançará.
(*) Geraldo
Oliveira é blogueiro em Vicente Pires, Diretor de comunicação da AMOVIPE e
servidor de carreira da Câmara Legislativa.
E vc pode estar cometendo um crime de subversão.
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