Projeto Ir e Vir sem Buracos realiza manutenção nas ruas da 26 de setembro.
A Ideia nasceu após a 26 ser totalmente abandonada pelo governo e os diversos problemas terem levado as ruas ao caos total.
Cansado da situação de abandono no lugar onde mora, o jovem Evandro Bernardes de Oliveira, 32 anos, tesoureiro da AMOVIPE na região, tomou uma iniciativa para recuperar o bairro utilizando as próprias mãos.
Evandro mora na 26 de setembro com sua família e não aguentando
o descaso, criou uma força-tarefa voluntária, chamada Projeto Ir e Vir sem
Buracos, que recolhe ajuda dos demais moradores e realiza reparos nas vias da
região com cascalhamento, patrolamento e tira a poeira com caminhões pipa.
Nenhuma
benfeitoria foi feita durante o governo de Rollemberg e da administração de
Renato Santana e não há previsão de se fazer nada, mesmo depois de inúmeras
solicitações de melhoria ao governo e ao administrador de Vicente Pires. Após
fortes chuvas atingir o bairro, deixando o caos total, sem condições das
crianças irem para a escola, sem possibilidade de transitar viaturas de polícia,
ambulâncias e prejudicando sobremaneira o ir e vir das mais de 7200 famílias,
surgiu a ideia do Projeto Ir e Vir sem Buracos. "O que me motivou foi o sofrimento
de acordar e ver o sofrimento de meus filhos e filhos dos vizinhos tentando ir
para a escola e ver o sofrimento dos moradores tentando sair do bairro para ir
trabalhar", relata. O rapaz afirma que as manutenções que a Administração
teria que realizar na área, promessas de campanha do governo, nunca vieram.
Evandro começou a reparar as vias com as próprias mãos. Para
isso, ele criou um cronograma e chamou moradores do bairro para ajudá-lo
nos reparos.
O
Projeto Ir e Vir sem Buracos é constituído por doações e trabalhadores
voluntários, com vários participantes em cada ação. "São homens, mulheres,
aposentados, alguns trabalhadores de férias e outros que conciliam os horários
para poder ajudar", explica.
Os
voluntários auxiliam na mão-de-obra, com materiais, doação em dinheiro,
cascalho, máquinas e transporte. O trabalho principal do grupo é a recuperação
das vias para melhorar o ir e vir de todos, remoção do acúmulo de lixo em
alguns pontos do bairro, vistoriar para que caminhões não despejem lixo nas
ruas e também vigiar as casas uns dos outros, já que o bairro não conta com
segurança. A ideia de Evandro tem por objetivo convencer a todos a participar uma
vez que a comunidade não tem esperanças de contar com o governo.
As ações do projeto são divulgadas em redes sociais para cativar
a atenção dos moradores e conseguir mais voluntários.
O grupo também deseja colocar placas que conscientizem a
população das consequências do descarte indevido de lixo.
"A
nossa qualidade de vida depende de como nos comportamos onde nós vivemos.
Estamos ajudando da forma que podemos, voluntária e espontânea. Nós estamos
unidos na luta em prol de melhores condições", finaliza.
A Colônia Agrícola
vinte e seis de Setembro foi criada em 1996 pelo decreto 17.502, mas dois anos
depois o assentamento que contava com 134 famílias produzindo seu sustento, foi
repassado para a União.
Criaram e
assentaram as famílias em 1996 e em 1998 resolveram transformar em área de
conservação ambiental. Pasmem, mas é isso mesmo. Pela falta de planejamento
covardia e má administração do governo, o local passou de área produtiva
legalmente criada e começou a ser considerada ameaça ao Parque Nacional. Com
isso os assentados passaram a ser perseguidos pelo IBAMA e depois pela Fundação
Chico Mendes e atualmente por todos esses órgãos juntos, mais o GDF, Seops,
Agefis, Câmara Legislativa através de vários deputados. Essa também é a
desculpa do governo para não organizar a infraestrutura do bairro.
O governo quer acabar
com o bairro, mas como não consegue no uso da força, deixa o povo sem o mínimo
necessário para se viver com dignidade. Sem coleta de lixo, água potável, energia
elétrica, saúde pública, segurança, transporte coletivo e sem ruas transitáveis.
Enfim, sem nada.
Com a visão
distorcida de enxergar o bairro como uma invasão, deixam milhares de famílias
privadas do que é básico. Quando a associação de moradores AMOVIPE procura a
administração para solicitar alguma benfeitoria, o administrador até promete
fazer, mas não sai da conversa e com isso faz com que os moradores vivam abaixo
da linha de pobreza no que se refere a condições básicas de sobrevivência com
dignidade.
Os moradores também
têm que conviver com águas de cisternas contaminadas pelas fossas ao lado.
O governo
desconhece que mesmo se a área fosse uma Floresta Nacional, poderia haver
chacareiros assentados e com isso benfeitorias seriam feitas para os moradores
do local, mas desconhece também que o ICMbio fez um projeto para desafetação da
área e não tem mais interesse da FLONA no bairro que é irreversível.
Mas com pessoas
como os “Evandros”, voluntários, o bairro não ficará no abandono e não se
enganem, os moradores não são cegos ou ingênuos, eles sabem que ninguém deste
governo ou da CLDF faz nada pela 26 de Setembro que está abandonada há mais de
seis anos e isso será lembrando nas próximas eleições.
Gilberto Camargos
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