sexta-feira, 28 de junho de 2019

BRASÍLIA A CAPITAL DO CONE E DO PUXADINHO - Tá puxado!


"Entra governo, sai governo, entra deputado, sai deputado, continua tudo a mesma coisa"




Na arquitetura e na política sem regras e sem ética do Distrito Federal, executivo, legislativo e o maior conjunto urbanístico de Brasília, ícone do modernismo no Brasil, está virando só puxadinhos por questão da falta de administração. Até a arquitetura da Câmara Legislativa sugere um “puxadinho”,

o resto é cone...







Os condomínios que compõem o Distrito Federal que são cheios de regras, e os moradores tem que respeitar para não serem multados. Mas, no restante do Distrito Federal, todos imitando o governo, fazem o que querem colocando puxadinhos para construir comércios, quintais, garagens, pomares, áreas verdes, canis e até para penduram roupas para secar nas janelas.

Essa prática nada mais é do que o exemplo dado pelos governos que não sabendo administrar, transformaram a capital do Brasil em um grande puxadinho.

Essa capital do modernismo, agora está sendo conhecida como a capital dos cones. Frutos da incompetência criativa dos governos e de seus profissionais responsáveis pelo transporte público da capital. Os engenheiros de trânsito de órgãos como Detran, DER e PRF coloriram todas as ruas com o alaranjado dos cones, fecham viadutos e colocam o fluxo em contramão para assim dar vasão ao trânsito caótico e aparentemente sem solução da capital.

No transporte público não é diferente, não conseguem imaginar, criar ou mesmo copiar o que funciona em outros países e gastam milhões para alargar as vias em alguns trechos, construir outras vias que vão receber ônibus articulados, é isso mesmo antigos ônibus articulados com um nome bonitinho de BRT. VLT e metrô? Não, isso ninguém pensa... Mantem um sistema que não funciona mais, pois existe o lobby das empresas que bancam funcionários corruptos dos órgãos do governo, como o extinto DFTrans que ficou conhecido por cobrar propina das cooperativas de micro-ônibus e vans. Aliás, esse órgão em termos de corrupção perde apenas para a extinta AGEFIS que é a mãe da manutenção dos puxadinhos.

Por falar em AGEFIS, esse órgão deveria ser o responsável por fiscalizar e manter a capital organizada. Mas ao contrário disso, são milhares de comércios que adentraram as vias impedindo a acessibilidade e a existência de estacionamentos para aumentarem suas áreas. São milhares de edifícios sem licença de construção que ultrapassaram todos os limites de arquitetura para aumentarem suas áreas, mesmo que com isso tivessem que adentrar às ruas com puxadinhos aéreos, rampas de garagens e construções nos recuos divisórios.

Mesmo com tantas suspeitas de corrupção nesse órgão, o governo apenas mudou seu nome, deixando tudo como era antes, fazendo mais um puxadinho quando manteve os antigos fiscais que conseguiram fazer do DF um caos, mas arrumaram suas vidas...

Na regularização, sonho de todos, mais um puxadinho mantido em todos os governos. O Distrito Federal tem uma área de 5.802 km². Porém, apenas parte foram desapropriados para serem usados na criação da capital do Brasil. A maioria das áreas desapropriadas estão em comum e os órgãos dos governos Federal e Distrital nunca fizeram a demarcação da área para mostrar o que é público e o que é particular.

Com isso milhares de pessoas enriqueceram ilegalmente com terras e claro, a maioria delas, pessoas dos governos que tem o privilégio do conhecimento dessas terras e usa isso como vantagens pessoal e para si e amigos.

A SPU e Terracap são suspeitas de manterem em seus quadros pessoas que enriqueceram dessa forma. Ela tem uma caixa preta de irregularidades que parece intransponível. Entra e sai governo e ninguém tem a coragem, hombridade e caráter para mudar esse quadro. É como se todos tivessem “rabo” preso...

No novo governo, houve até uma pontinha de esperança de que alguma coisa mudaria. Mas continuam os puxadinhos da regularização. No DF o governo não tocou na Terracap, mas manteve na regularização os antigos funcionários e seus ajudantes como associações e ramificações no COMPLAM que sempre mantiveram a obscuridade e falta de transparência na regularização...

No governo Federal mudou pouco, trocaram alguns atores, mas a falta de transparência continua a mesma. Ninguém fala em mostrar a realidade sobre as terras do Distrito Federal. Aliás, na SPU agora ficou mais difícil até falar com os dirigentes que se tornaram inacessíveis. Será que é para não tomarem conhecimento da verdade?

Na Câmara Legislativa não é diferente. Até trocaram alguns deputados, mas esses, ao contrário do que pregavam nas campanhas que seriam a mudança, incorporaram em sua forma de legislar, os puxadinhos do passado, indicando cargos, deixando o cargo para o qual foram eleitos para assumirem administrações, secretarias e outros. Isso sem falar que mantiveram a mesma prática do toma lá dá cá, quando lotam todos os órgãos do governo com seus indicados políticos. Diferença? Ninguém mostrou...

Saúde, educação e segurança? Tudo continua como sempre foi, nada novo ou criativo, por isso nem vou entrar em detalhes.

A paisagem do Distrito está mudando, mas para pior. A cada dia o que é público e de uso coletivo perde terreno para puxadinhos. Na área da construção o problema é a irregularidade e a falta de ação do governo que não consegue fiscalizar. E quem deveria fazer isso é corrupto, não edita normas para emitir licenças de construção e ter obras legais, pois há interesse em manter a irregularidade, enriquecer os fiscais e depois vir regularizar da forma mais difícil e ganhar popularidade.

Difícil estimar quantas moradias estão nessa situação. O que é visível, contudo, é que se espalham de forma acelerada por todo DF.

Para mudanças seria necessário que governos, deputados e senadores deixassem de lado os cones e puxadinhos e colocassem as mãos na massa, ter coragem de mudar e trazer à tona a transparência em tudo, esquecer um pouco o seu eu e lembrar do povo. Mas enquanto isso não acontece, vamos vivendo na obscuridade da forma de governar e administrar desses que chegaram ao cargo para ser a mudança que todos querem.



E vamos desviando dos cones...

Gilberto Camargos

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