quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Quatro estados e o Distrito Federal registram casos de síndrome relacionada ao consumo de peixes

Amazonas, Bahia, Ceará , Distrito Federal e Pará tem casos registrados da Doença de Haff


G1


              Reprodução


Pelo menos quatro estados brasileiros têm registros de casos da Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta. A doença que deixa a urina com coloração escura, provoca dores musculares, falta de e insuficiência renal, entre duas a 24 horas após consumir peixes ou crustáceos teve diagnósticos no Amazonas, na Bahia, no Ceará, no Distrito Federal e no Pará.

Segundo o Ministério da Saúde, a Doença de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, o badejo, a arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta, o lagostim e o camarão. Como ela é pouco estudada, acredita-se que esses animais possam ter se alimentado de algas com certos tipos de toxinas que, consumidas pelo ser humano, provocam os sintomas. Contudo, a toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada.

O quadro descrito nos pacientes graves é compatível com a rabdmiólise, doença que destrói as fibras que compõem os músculos do corpo. Quando associada ao consumo de peixes, a síndrome é conhecida como Doença de Haff.

O Amazonas registrou ao menos 61 casos da doença da urina preta em dez municípios do estado. Uma mulher de 51 anos morreu em Itacoatiara.

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) informou que essa é a terceira vez que ocorrem surtos de doença da urina preta no Amazonas. O primeiro foi em 2008, com 27 casos nas cidades de Manaus e Careiro. Nenhuma morte foi registrada. O segundo foi em 2015, com 74 casos registrados em Manaus, Itacoatiara, Itapiranga, Nova Olinda do Norte, Autazes e Urucurituba, também sem mortes

A Bahia identificou 13 casos da síndrome até o momento. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), as notificações foram feitas nos municípios de Alagoinhas, Salvador, Maraú, Mata de São João, Camaçari e Simões Filho. No total, cinco permanecem em investigação.

Conforme a Sesab, os 13 casos confirmados entre janeiro e setembro deste ano são de pacientes de 20 a 79 anos. A faixa etária mais acometida é entre 35 a 49 anos, com sete casos (53,8%), seguida da faixa etária de 20 a 34 anos, com cinco casos (38,5%. Entre os casos confirmados, 66% são homens.

No Ceará, a Secretaria da Saúde estado investiga a ocorrência de nove casos suspeitos. Os números correspondem os registros até o dia 21 de agosto e aguardam confirmação laboratorial da toxina presente em peixes possivelmente contaminados. Dos nove casos suspeitos, quatro são homens e cinco são mulheres, com idade média de 51 anos.

Três casos suspeitos da Doença de Haff são investigados no Pará. A maioria deles têm se concentrado na região do baixo Amazonas, que encontra-se no período de estiagem, quando há redução do volume na renovação da água nos ambientes naturais permitindo a proliferação de algas, o que pode ter propiciado a aparição da toxina.

Tratamento e prevenção

O Ministério da Saúde aponta que a hidratação é "fundamental nas horas seguintes ao aparecimento dos sintomas, uma vez que assim é possível diminuir a concentração da toxina no sangue, o que favorece sua eliminação através da urina". Em casos mais graves, pode ser preciso fazer hemodiálise.

Na maioria das vezes, o quadro costuma evoluir bem, mas há risco de morte, especialmente em pessoas com comorbidades. O indicado é procurar ajuda logo após o aparecimento dos primeiros sintomas para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.

Não há nada específico que possa ser feito para evitar a enfermidade. Não existem formas de identificar a toxina: ela não tem cheiro, gosto ou cor e não desaparece após o cozimento da carne. A indicação é reduzir o consumo de peixes ou comprá-los em locais onde se conhece o processo de transporte e guarda.

De onde veio?

De acordo com um artigo escrito em 2013 por especialistas do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, o nome da moléstia tem a ver com a sua origem.

Os primeiros relatos sobre ela são de 1924 e vêm da região litorânea Könisberg Haff, que fica próxima do Mar Báltico. Atualmente, esse local integra a cidade de Kaliningrado, que pertence à Rússia e faz fronteira com Lituânia e Polônia.

À época, os médicos que trabalhavam no local descreveram um quadro de início súbito, com "rigidez muscular, frequentemente acompanhada de urina escura".

Após a publicação dos primeiros relatos, foram registrados novos casos no local durante os nove anos seguintes. Eles ocorriam principalmente entre o verão e o outono e tinham um fator em comum: o consumo de pescados.

"Devido à ausência de febre e pelo rápido início dos sintomas após a ingestão de peixe cozido, acredita-se que a doença de Haff seja causada por uma toxina", escrevem os autores brasileiros.

De lá para cá, novos surtos foram registrados em outros países, como a antiga União Soviética, a Suécia, os Estados Unidos e a China.

No Brasil, os primeiros casos foram identificados em 2008 e 2009.

O momento de maior gravidade aconteceu em 2017, quando a Bahia contabilizou 71 pacientes com a doença, 66 deles, na capital Salvador.

Fonte: Jornal Estadão

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

JORNAL CONVERSA INFORMAL DE SETEMBRO 2021

 











sexta-feira, 3 de setembro de 2021

O povo sofre com transporte público de má qualidade no DF e clama pela atenção dos governantes

 


O que se vê são obras sendo feitas para atender à demanda de carros no DF. Não seria melhor investir em um transporte público de qualidade que atenda a todos e polua menos o meio ambiente, como os VLTs?

NO DF, as pessoas sofrem com a má qualidade no transporte público. Todos os dias, milhares de usuários, como Wendell Silva, de 24 anos, morador de Vicente Pires, passam pelo desconforto e estresse de pegarem ônibus lotados, sujos e sempre atrasados. 


“DEVIDO à falta de ônibus aqui em Vicente Pires, o tempo de espera é longo, chegando de 30 a 40 minutos e tem dia que até 1h. Para quem trabalha sentido Plano Piloto, a situação é ainda pior, pois só passa ônibus entre 6h30 até 7h e à noite de 17h30 até 19h30,  relata Wendell. 


EM 2019, uma pesquisa do Instituto Americano Expert Market mostrou que “Brasília tem um dos dez piores sistemas de transporte público do mundo”.


ÔNIBUS LOTADOS


A RECLAMAÇÃO de ônibus lotados não parte somente de Wendell. O relatório Auditoria Cívica nos Transportes – Como Anda Meu Ônibus, feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em parceria com o Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), em 2020, aponta que a lotação nos horários de pico tornou-se maior e mais grave com a pandemia, já que o distanciamento social, uma das medidas de segurança contra a covid-19, é quase impossível de ser respeitado.


NO RELATÓRIO, os respondentes avaliaram a lotação dos veículos. O maior percentual de respostas foi “péssimo” (39,29%), seguido de “regular” (25,4%). A soma das avaliações negativas “péssimo” e “ruim” representam 63,89% dos questionários. Entre os respondentes que utilizam o transporte entre 5h e 8h, a soma dos percentuais das avaliações negativas chega a quase 71,9%”, explica Rebecca Cortes Teixeira e Arthur Barcelos, do IFC. 


TARIFAS CARAS


OS USUÁRIOS também reclamam de tarifas caras que só favorecem os empresários de empresas de ônibus. Wendell afirma que “o transporte público no DF, além de ser péssimo, não supri as necessidades básicas, mesmo com passagens tão caras”. 


CADÊ O DINHEIRO?


EM 2019, o Ministério Público concluiu, em um relatório de pesquisa, do projeto Como anda meu ônibus, que “o orçamento total destinado aos programas de trabalho especificamente relacionados com a Política Pública de Transporte Coletivo do DF totalizou R$ 621.472.812,13”. Para os usuários de transporte como o Wendell, fica apenas a dúvida: “para onde vai tanto dinheiro, já que o transporte público no DF é tão ruim?”. 


BILHÕES de reais vão de presente para empresas de ônibus; outros milhões são gastos para alargar as vias em alguns trechos, construir outras vias que vão receber ônibus articulados conhecidos como BRTs e fazer viadutos gigantescos que não vão resolver em nada o caos no trânsito. VLT e metrô? Não, isso ninguém pensa... não pensam ou não querem mudar o atual sistema por um que funciona, pois se assim fizer, vão tirar o ganho fácil dos amigos empresários.


Senhor Governador, o povo não aguenta mais sofrer



POR QUE manter um sistema que não funciona? Por causa do lobby, claro. O lobby dos empresários que financia campanha política e são suspeitos de bancarem funcionários corruptos de órgãos do governo, como o extinto DFTrans que ficou conhecido por cobrar propina das cooperativas de micro-ônibus e vans.


PROPOSTAS eficientes que geraria economia de dinheiro e tempo na vida de todos não existem, transparência muito menos; enquanto isso, o povo continua na dúvida se algum dia alguma coisa mudará para melhor. 


PARA SE TER uma ideia, de acordo com dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal, o número de carros em circulação na capital ultrapassa a marca de 2,8 milhões, enquanto nos últimos 20 anos nem um metro de trilho foi construído para o metrô. Isso sem falar que já está em greve há quatro meses.


NESTE GOVERNO, nenhuma mudança com resultado foi feita para mudar esse quadro. Temos um setor de transporte dominado por operadores com mentalidade muito conservadora e não dá conta do serviço. Há várias décadas em que o transporte coletivo não está em pauta e neste governo piorou, é só enganação.


O GOVERNO alardeia doações de vultosas quantias do dinheiro público para as empresas do transporte coletivo. Mas fazer o sistema funcionar e um novo sistema com infraestruturas, um controle maior sobre a operação, a melhoria da qualidade do serviço, e muitas outras modificações positivas, isso NINGUÉM FALA OU FAZ.


CORRUPÇÃO 


SEGUNDO DADOS do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), “os sistemas de ônibus urbanos e metropolitanos são a modalidade de transporte público predominante no Brasil, operando em cerca de 85% dos municípios”. Ainda assim, o atendimento de forma eficiente e de qualidade é insuficiente. As pessoas preferem optar por veículos individuais, congestionando vias. 


O QUE parece é que transporte de qualidade não faz parte dos planos dos governantes, que só empurra a resolução dos problemas entre gestões. 


EM 2017, uma auditoria especial da Controladoria-Geral do DF denunciou um prejuízo de R$ 169,7 milhões aos cofres públicos com a construção do sistema de transporte expresso, o BRT, inicialmente orçado em R$ 587,4 milhões, mas executado com R$ 704,7 milhões. Apesar de ter custado muito dinheiro, o BRT não consegue suprir a demanda de usuários do DF.


O QUE FAZER?


NA CERIMÔNIA de lançamento do programa de microcrédito do Banco de Brasília, em janeiro do ano passado, o governador Ibaneis Rocha disse que o problema no transporte público é decorrente de outras gestões, durante os 10 anos que antecederam. 


É FÁCIL CRITICAR o transporte público porque realmente não presta. Mas onde eles estavam quando se fez a licitação ruim? Quem fez essa licitação não fui eu. Quem inventou a tarifa técnica não fui eu, critica Ibaneis Rocha. Mais de um ano se passou depois da crítica do governador e da promessa de que tinha a solução para o transporte público no DF, mas os problemas continuam.


WENDELL acredita que o governo deve “investir em uma estrutura melhor, ônibus mais novos e limpos, além de ampliar a quantidade e melhorar o fluxo de horário, para assim atenderem com o mínimo de conforto e dignidade.


VLT É A SOLUÇÃO?


O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é uma promessa para o DF, que possui um projeto de R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1,5 bilhão será financiado pelo governo e o restante pela iniciativa privada. Mas o projeto de implantação atende somente as avenidas W3 Norte e Sul ao Aeroporto de Brasília. Não seria viável atender a todo o Distrito Federal? Esse sistema é mais barato do que o metrô, não exige cercamento das vias e pode ser feito através da parceria PPP. Mas precisa ser implantado EM TODO O DF. 



Gilberto Camargos