segunda-feira, 25 de junho de 2012

“Precisa-se de Matéria Prima para construir um País”

A crença geral anterior era que no cenário Nacional, Collor não servia porque era bandido, Itamar não servia,o bandido Fernando Henrique que vendeu o país não servia, Lula não servia porque mentia o tempo todo, Dilma não serve. No cenário Distrital o desonesto Roriz,a enganação Maria Abadia e Cristovão não servia, bem como o rei da mentira que é Arruda e a farsa que é a criação de Arruda, o desgovernador Rogério Rosso, bem como o pior governador do Brasil que é Agnulo Queiroz não serve. 

Bem você está reclamando de que? Do Lula? Do Serra? Da Dilma? Do Arrruda? Do Sarney? Do Collor? Do Renan? Do Palocci? Do Delubio? Da Roseana Sarney? Do Agnulo Queiroz? Dos imprestáveis distritais de Brasília que nunca serviram para nada a não ser seus interesses próprios? Do Jucá? Do Kassab? Dos mais 300 picaretas do Congresso?

Agora dizemos que Dilma e Agnulo não serve. Concordo plenamente que todos os citados não servem e jamais deveriam estar no poder, são realmente pessoas desonestas e todos deveriam estar na cadeia.

Mas os que vierem depois de Dilma e Agnulo também não servirão para nada...

Porém tenho certeza de que o problema não está no safado corrupto que foi Roriz, ou na farsa que foi Arruda e Rosso e principalmente no mentiroso e imprestavel Agnulo. O problema está em nós.

Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país, de um Estado.

Porque pertenço a um país onde a “ESPERTEZA“ é a moeda que sempre é valorizada.

Moramos em um país onde ficar rico da noite para o dia é virtude mais apreciada que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país e um Estado onde lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país e ao estado onde as “EMPRESAS PRIVADAS” são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos...E para eles mesmos.

Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu “puxar” a tevê a cabo do vizinho, roubar água da Caesb, energia da Ceb ou onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos imposto, saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas, estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas, suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração, troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura, pão e leite, cesta básica, ou pela garantia de um cargo porque não tem capacidade ou coragem para estudar e passar em um concurso, fala no celular enquanto dirige, trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento, roubando o lugar na fila de quem anda certo, pára em filas duplas, triplas em frente às escolas, viola a lei do silêncio, dirige após consumir bebida alcoólica, fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas, espalha mesas, churrasqueira nas calçadas, pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho, registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos imposto, compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto, muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas, quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20, comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes, estaciona em vagas exclusivas para deficientes, adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado, compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata, substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca, diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem, emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA, freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho, comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha, falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado, quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem, quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve...

Pertenço a um país e a um estado onde a falta de pontualidade é um hábito.

Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano.

Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

Onde nossos congressistas e distritais trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar o que não tem, encher o saco do que tem pouco e beneficiar só a alguns.

Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser “comprados”, sem fazer nenhum exame.

Vivo em um estado onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um deficiente fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.

Como “Matéria Prima” de um estado e país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres de que nosso Estado e País precisam.

Esses defeitos, essa “ESPERTEZA BRASILEIRA” congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Lula, Roriz, Abadia, Cristovão, Arruda ou Rosso, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS, MESMO SABENDO QUE SÃO DESONESTOS, porque não estamos pensando na desonestidades deles, mas em nossos interesses.

Entristeço-me.

Porque, ainda que Lula e Rosso renunciassem hoje mesmo, o próximo governante que os sucedesse teria que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor. Mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Não serviu Cristovão, nem serviu Roriz, não serviu Abadia, e nem serve Arruda e Rosso, nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa.

E enquanto essa “outra coisa” não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados...

Igualmente sacaneados!

É muito gostoso ser brasileiro e morar em Brasília.

Mas quando essa brasilidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.

Nós temos que mudar! Um novo governante com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada...

Está muito claro...

Somos nós os que temos que mudar.

“Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através de nossos exemplos...”

Agora, depois desta matéria, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

É O QUE EU SEMPRE DIGO.

“O GOVERNO SOMOS NÓS, OS POLÍTICOS, NEM TANTO ASSIM.” (PAULO BUSKO) “MEDITE!!!”

E eu acrescento: o que nos falta é EDUCAÇÃO!

Gilberto Camargos

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