quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

TEMPESTADES, INSENSATEZ E ROTATÓRIAS – “A POLÊMICA”


Administração faz rotatórias que não são prioridade. Para piorar, uma delas provoca a destruição de importante obra da NOVACAP, na Rua 10


(*) Por Geraldo Oliveira: do Blog Vicente Pires Alerta

O Blog Vicente Pires Alerta foi às ruas conferir as rotatórias construídas pela Administração. Concebidas com a intenção de organizar o trânsito caótico da cidade, que mais se parece com o da Índia, onde ninguém sabe de quem é a preferência, essas obras têm dividido a opinião dos moradores. Segundo o que disseram alguns, a obra até que é bem vinda, o problema foi a qualidade da execução e o momento crítico de se fazê-las, na estação chuvosa.
“O transito até que melhorou um pouco para os carros pequenos”, comenta Gilberto Vieira, proprietário da Veterinária Art & Patas, situada na esquina da Rua 10 com a 5. “O problema é que esta rotatória não atende os ônibus nem os caminhões grandes que precisam convergir”, completa.
“Foram três anos de alegria que se foram em alguns segundos”. Comentou desolado o mecânico Silvio Francisco Souto, proprietário da Minas Automecânica, sobre a destruição de mais da metade da obra feita na Rua 10 pela NOVACAP (entre as Ruas 3 e 5). Segundo Sílvio, a destruição da via foi provocada pela obra da rotatória da Rua 5 com a 10. “Essa obra malfeita provocou a destruição do nosso asfalto. Corremos risco agora de ter de volta na nossa porta aquela erosão absurda que perdurou por mais de dez anos”, prevê.
O dono do Bar e Restaurante Chico Mineiro, de igual nome e também vizinho da rotatória da Rua 10 com a 5, também se entristece. “Realmente, essa obra pode até ser necessária. Mas cortar o nosso asfalto nesse período crítico de chuvas fortes foi de uma insensatez absurda”, comenta Chico. “Se olharmos o local da obra é fácil identificar as falhas: cortaram o asfalto, deixaram ele aberto por vários dias e as enxurradas entraram por baixo, destruindo todo o resto”, completa.
Entenda parte do histórico de problemas que poderiam já ter solução em VP, até chegarmos à fase das rotatórias:
As avenidas de Vicente Pires sempre foram caóticas, como sabemos, devido à falta de infraestrutura. No início de 2011, um grande recapeamento foi feito pela então administradora Celeste Liporoni, com apoio da NOVACAP, o que conteve bastante a destruição do asfalto nas estações chuvosas de 2011 e 2012. Devido a esse recapeamento, passamos aqueles dois anos com relativa tranquilidade, pois as ruas suportaram bem as águas, por estarem mais resistentes.
Ocorre que, justamente por não possuir o escoamento de águas pluviais, deveria ter sido feita em 2013, NA ESTAÇÃO SECA, uma nova obra de recapeamento, que não ocorreu. Apenas um “malfeito-tapa-buracos” é que atendeu nossa região, e não obras estruturantes e preventivas, que pudessem atenuar as dificuldades da estação chuvosa. E olha que o atual Governo, pasmem, tem um programa chamado “Asfalto Novo”, que consiste em fazer o recapeamento total das vias do DF, que não chegou até aqui.
Em 2012/2013 tivemos então em nossas via apenas os tapa-buracos, algumas calçadas e as polêmicas rotatórias. Nada foi feito em termos de prevenção, a não ser uma obra na Rua 8 da Vila São José, que objetivou conter a água e o esgoto que escorrem por ali diuturnamente. Referida obra não durou uma estação chuvosa sequer, pois não canalizaram a água por baixo da nova pavimentação. Tudo por lá está destruído novamente.
Ao invés de rotatórias, feitas em um período chuvoso e inoportuno, as vias deveriam ter sido cuidadas preventivamente na seca, para não acontecer o que vem ocorrendo atualmente, ou seja, a destruição praticamente total. A drenagem pluvial, tão esperada, foi prometida, mas sequer foi licitada. Enquanto ela não chega, o administrador da cidade e o Governo do Distrito Federal deveriam ter sido sábios, de forma a realizar obras preventivas às chuvas.
A destruição da Rua 10 todo ano pelas chuvas, por exemplo, não possui um foco? Claro que sim. O problema dessa via são a própria precariedade do asfalto, que é mais fraco que os demais e ele se torna muito mais vulnerável devido à junção de enxurradas provenientes da Rua 12, na altura da chácara do Boticário. Para quem não sabe, alguém teve no passado a infeliz ideia de canalizar as enxurradas da 12 para a 10, daí o verdadeiro “rio” que existe hoje na Rua 10. Parte desse problema, FRISE-SE, poderia já ter sido resolvido há muito tempo, se as enxurradas da Rua 12 fossem desviadas (ao invés da Rua 10) para o lado contrário, ou seja, para o canteiro central da Via Estrutural (ou Cana do Reino) e de lá para o córrego.
Para o asfalto que se destrói de forma recorrente todos os anos, nos mesmos locais, seria providencial que todo o seu subleito fosse reforçado, em especial onde as crateras são maiores. Essa solução foi bastante efetiva em 2010, na Rua 10 e em 2011, na Rua 8 (parte de baixo). O projeto de engenharia daquelas obras – muito competente, diga-se de passagem - contemplou nos referidos locais farta compactação de rochas no subleito e barreiras para quebrar a força das águas.
Em relação aos graves alagamentos como os que ocorrem na Rua 3, nada me convence de que eles ainda existem por pura incompetência do poder público em solucioná-los, para não dizer descaso, afinal há mais de 12 anos eles oferecem sérios riscos para quem transita nessa via em dias de tempestades. “Sem a licença ambiental, não há como fazer”, justifica o GDF. Mas e as chamadas licenças emergenciais e exclusivas, que podem ser emitidas de forma rápida em casos de risco à vida e de calamidades públicas?
Voltemos às rotatórias, pois ao menos elas nos divertem. Foram elas a “grande” e polêmica obra em Vicente Pires, no final de 2013. Nada de viaduto, ponte ou passarela na Via Estrutural. Nada de obras estruturantes preventivas às chuvas. “Semáforos talvez pudessem ter sido uma alternativa melhor”, comentaram alguns moradores. “Esses queijinhos ficaram mesmo bonitinhos”, comenta uma criança com o pai. “Mas por que tem uma manilha no meio deles”, pergunta, curiosa. Responde o pai: “hoje elas servem para sinalizar aos motoristas a existência do balão, mas bem que poderiam estar canalizando essas enxurradas... Ops! Agora tenho de esperar o ônibus manobrar”...
Até o próximo mês e um grande abraço!

 (*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e diretor de comunicação da Associação de Moradores de Vicente Pires e Região - AMOVIPE.


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