Administração faz
rotatórias que não são prioridade. Para piorar, uma delas provoca a destruição
de importante obra da NOVACAP, na Rua 10
(*) Por Geraldo Oliveira: do Blog Vicente Pires Alerta
O Blog Vicente Pires Alerta foi às ruas conferir as rotatórias
construídas pela Administração. Concebidas com a intenção de organizar o
trânsito caótico da cidade, que mais se parece com o da Índia, onde ninguém
sabe de quem é a preferência, essas obras têm dividido a opinião dos moradores.
Segundo o que disseram alguns, a obra até que é bem vinda, o problema foi a
qualidade da execução e o momento crítico de se fazê-las, na estação chuvosa.
“O transito até que
melhorou um pouco para os carros pequenos”, comenta Gilberto Vieira,
proprietário da Veterinária Art & Patas, situada na esquina da Rua 10 com a
5. “O problema é que esta rotatória não atende os ônibus nem os caminhões
grandes que precisam convergir”, completa.
“Foram três anos de
alegria que se foram em alguns segundos”. Comentou desolado o mecânico Silvio
Francisco Souto, proprietário da Minas Automecânica, sobre a destruição de mais
da metade da obra feita na Rua 10 pela NOVACAP (entre as Ruas 3 e 5). Segundo
Sílvio, a destruição da via foi provocada pela obra da rotatória da Rua 5 com a
10. “Essa obra malfeita provocou a destruição do nosso asfalto. Corremos risco
agora de ter de volta na nossa porta aquela erosão absurda que perdurou por
mais de dez anos”, prevê.
O dono do Bar e Restaurante
Chico Mineiro, de igual nome e também vizinho da rotatória da Rua 10 com a 5,
também se entristece. “Realmente, essa obra pode até ser necessária. Mas cortar
o nosso asfalto nesse período crítico de chuvas fortes foi de uma insensatez
absurda”, comenta Chico. “Se olharmos o local da obra é fácil identificar as
falhas: cortaram o asfalto, deixaram ele aberto por vários dias e as enxurradas
entraram por baixo, destruindo todo o resto”, completa.
Entenda
parte do histórico de problemas que poderiam já ter solução em VP, até
chegarmos à fase das rotatórias:
As avenidas de Vicente
Pires sempre foram caóticas, como sabemos, devido à falta de infraestrutura. No
início de 2011, um grande recapeamento foi feito pela então administradora
Celeste Liporoni, com apoio da NOVACAP, o que conteve bastante a destruição do
asfalto nas estações chuvosas de 2011 e 2012. Devido a esse recapeamento, passamos
aqueles dois anos com relativa tranquilidade, pois as ruas suportaram bem as
águas, por estarem mais resistentes.
Ocorre que, justamente
por não possuir o escoamento de águas pluviais, deveria ter sido feita em 2013,
NA ESTAÇÃO SECA, uma nova obra de
recapeamento, que não ocorreu. Apenas um “malfeito-tapa-buracos” é que atendeu
nossa região, e não obras estruturantes e preventivas, que pudessem atenuar as
dificuldades da estação chuvosa. E olha que o atual Governo, pasmem, tem um
programa chamado “Asfalto Novo”, que consiste em fazer o recapeamento total das
vias do DF, que não chegou até aqui.
Em 2012/2013 tivemos
então em nossas via apenas os tapa-buracos, algumas calçadas e as polêmicas
rotatórias. Nada foi feito em termos de prevenção, a não ser uma obra na Rua 8
da Vila São José, que objetivou conter a água e o esgoto que escorrem por ali
diuturnamente. Referida obra não durou uma estação chuvosa sequer, pois não
canalizaram a água por baixo da nova pavimentação. Tudo por lá está destruído
novamente.
Ao invés de rotatórias,
feitas em um período chuvoso e inoportuno, as vias deveriam ter sido cuidadas
preventivamente na seca, para não acontecer o que vem ocorrendo atualmente, ou
seja, a destruição praticamente total. A drenagem pluvial, tão esperada, foi
prometida, mas sequer foi licitada. Enquanto ela não chega, o administrador da
cidade e o Governo do Distrito Federal deveriam ter sido sábios, de forma a
realizar obras preventivas às chuvas.
A destruição da Rua 10
todo ano pelas chuvas, por exemplo, não possui um foco? Claro que sim. O
problema dessa via são a própria precariedade do asfalto, que é mais fraco que
os demais e ele se torna muito mais vulnerável devido à junção de enxurradas provenientes
da Rua 12, na altura da chácara do Boticário. Para quem não sabe, alguém teve
no passado a infeliz ideia de canalizar as enxurradas da 12 para a 10, daí o verdadeiro
“rio” que existe hoje na Rua 10. Parte desse problema, FRISE-SE, poderia já ter
sido resolvido há muito tempo, se as enxurradas da Rua 12 fossem desviadas (ao
invés da Rua 10) para o lado contrário, ou seja, para o canteiro central da Via
Estrutural (ou Cana do Reino) e de lá para o córrego.
Para o asfalto que se
destrói de forma recorrente todos os anos, nos mesmos locais, seria providencial
que todo o seu subleito fosse reforçado, em especial onde as crateras são
maiores. Essa solução foi bastante efetiva em 2010, na Rua 10 e em 2011, na Rua
8 (parte de baixo). O projeto de engenharia daquelas obras – muito competente,
diga-se de passagem - contemplou nos referidos locais farta compactação de
rochas no subleito e barreiras para quebrar a força das águas.
Em relação aos graves alagamentos
como os que ocorrem na Rua 3, nada me convence de que eles ainda existem por
pura incompetência do poder público em solucioná-los, para não dizer descaso, afinal
há mais de 12 anos eles oferecem sérios riscos para quem transita nessa via em
dias de tempestades. “Sem a licença ambiental, não há como fazer”, justifica o
GDF. Mas e as chamadas licenças emergenciais e exclusivas, que podem ser
emitidas de forma rápida em casos de risco à vida e de calamidades públicas?
Voltemos às rotatórias,
pois ao menos elas nos divertem. Foram elas a “grande” e polêmica obra em
Vicente Pires, no final de 2013. Nada de viaduto, ponte ou passarela na Via
Estrutural. Nada de obras estruturantes preventivas às chuvas. “Semáforos
talvez pudessem ter sido uma alternativa melhor”, comentaram alguns moradores.
“Esses queijinhos ficaram mesmo bonitinhos”, comenta uma criança com o pai. “Mas
por que tem uma manilha no meio deles”, pergunta, curiosa. Responde o pai: “hoje
elas servem para sinalizar aos motoristas a existência do balão, mas bem que
poderiam estar canalizando essas enxurradas... Ops! Agora tenho de esperar o
ônibus manobrar”...
Até o próximo mês e um
grande abraço!
(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor concursado
da Câmara Legislativa, morador de Vicente Pires e diretor de comunicação da Associação
de Moradores de Vicente Pires e Região - AMOVIPE.
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