terça-feira, 18 de março de 2014

Arruda: A ilusão do retorno

O simples anúncio da candidatura do ex-governador José Roberto Arruda é uma agressão aos brasilienses

Natural que haja quem considere que Arruda foi um governador competente e eficiente – especialmente se comparado a Agnelo Queiroz –, quem comungue com suas ideias e até quem aprove suas práticas políticas e a corrupção desvendada na operação Caixa de Pandora. Há ainda os cínicos e céticos que defendem o “rouba, mas faz”, muitas vezes colocado como antítese do “rouba e não faz”.

Independentemente de suas condições legais de se candidatar, graças à morosidade do Ministério Público e da Justiça, Arruda é réu em vários processos e as provas contra ele são irrefutáveis. Não apenas as gravações em vídeo, mas principalmente os áudios obtidos pela Polícia Federal. O esquema de corrupção montado em seu governo era notório e conhecido mesmo antes de ser denunciado por Durval Barbosa. ...

Em outra época, outros tempos, os eleitores brasilienses perdoaram Arruda pelo vergonhoso episódio do painel do Senado. Elegeram-no deputado federal e governador. Deu no que deu.

Arruda poderá ter muitos votos, mas não terá a maioria dos votos para se eleger. Ele pensa que a campanha eleitoral será, mais uma vez, uma oportunidade para se defender e voltar a enganar os eleitores. Mas sairá dela com menos votos do que teria hoje, seja lá quem forem seus aliados, ou melhor, cúmplices.

A maioria dos brasilienses não aprova o governo de Agnelo, mas não vai cometer o desatino de eleger Arruda e seus aliados. Seria passar o atestado definitivo de capital da corrupção e desmoralizar ainda mais a cidade e seus moradores. E a sociedade mudou, embora nem todos vejam isso.

E certamente há quem não rouba, mas faz.
Fonte: HĒLIO DOYLE 

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