quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Mansão do pecado: Ferrari, vinhos de R$ 200 mil e selfies com poderosos

Mansão do pecado: Ferrari, vinhos de 

R$ 200 mil e selfies com poderosos



Escândalo no DF mistura luxo cafona, bilhões desviados do INSS, vínculos com políticos e até advogados estrelados

Por Mino Pedrosa

 

Na mansão cinematográfica do empresário Fernando Cavalcante, a Polícia Federal encontrou de tudo — menos vergonha na cara. O homem apontado como integrante do bando que sangrou o INSS em bilhões de reais parece ter feito da ostentação um altar particular, onde a missa era rezada com Ferrari, réplicas de Fórmula 1 e vinhos que custam mais do que muitos apartamentos no Sudoeste.

A cena parecia saída de um catálogo da Forbes versão policial: motos Harley-Davidson Police, uma Ferrari escondida em shopping de Brasília, adega recheada de rótulos avaliados em R$ 7 milhões e até um capacete original de Ayrton Senna, autografado pelo próprio. Para apimentar, uma luva com assinatura de Rocky Balboa — porque todo mafioso que se preze precisa de um fetiche kitsch.

Mas o melhor da festa não estava na garagem, e sim no celular. Lá, a PF tropeçou em fotos e mensagens íntimas entre Cavalcante e figurões do PIB brasileiro, ministros do STJ e até governadores, com destaque para Ibaneis Rocha, que abraçado com o rosto colado, passando uma imagem carinhosa de amizade intensa, permitindo uma profunda intimidade.

Como todo bom malandro de manual, Fernando tentou driblar a PF na véspera da operação, retirando de cena alguns brinquedinhos milionários. O truque levantou suspeita de vazamento e agora alimenta a CPMI que promete desbaratar o bando que engoliu o dinheiro dos aposentados.

Quem também não ficou de fora foi o ex-sócio de Fernando Cavalcante, o milionário advogado Nelson Wilians, que é investigado pela PF por suspeita de lavagem de dinheiro para Maurício Camisotti, empresário apontado como beneficiário final de três entidades investigadas por fraudar filiações de aposentados para aplicar descontos. Coincidência ou não, o Metrópoles revelou que o causídico doou ao bolsonarista Rogério Marinho uma bolada na eleição passada.

E não para por aí. O rolo respinga em velhos conhecidos da cena candanga: Paulo Octávio, Leonardo Valverde e até a combalida GPS foram tragados para o centro do furacão. Nos bastidores, também aparece Milton Salvador de Almeida Júnior, parceiro de duas décadas de P.O e sócio do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o famoso “Careca do INSS” — nome que soa mais a personagem de novela mexicana do que de planilha da Receita.

Fernando Cavalcante e Leonardo Valverde

Entre garrafas de R$ 200 mil, réplicas de McLaren de 1993 e selfies comprometedoras, o caso Fernando Cavalcante tem todos os ingredientes de um escândalo “à brasileira”: luxo cafona, dinheiro sujo, autoridades íntimas demais e a certeza de que o crime, aqui, ainda desfila de Ferrari.

Por Mino Pedrosa
Fonte: Fatos Online 
https://fatosonline.com.br/mansao-do-pecado-ferrari-vinhos-de-r-200-mil-e-selfies-com-poderosos/

terça-feira, 2 de setembro de 2025

JORNAL CONVERSA INFORMAL DE SETEMBRO DE 2025










 

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Vicente Pires: uma cidade BOA que poderia estar maravilhosa se tivesse administrador e deputado representando

 


Vicente Pires vive hoje um momento de transformação. 

Quem acompanhou a realidade de anos atrás sabe: não há mais poeira tomando as ruas, não há mais lama e enxurradas, e a região atrai cada vez mais comerciantes e moradores em busca de oportunidades.


Essa mudança não aconteceu por acaso. Foi resultado da atuação de associações comunitárias e algumas lideranças locais que fazem um trabalho sério, que, morando aqui, se dedicaram a cobrar, propor e participar das soluções. A infraestrutura que temos hoje – ainda que marcada por problemas de qualidade – é fruto direto dessa mobilização popular.


Entretanto, a cidade que hoje está “boa” poderia estar maravilhosa. E não está porque, em determinado momento, a gestão local passou a ser conduzida por pessoas sem histórico de luta pela região, escolhidas por interesses políticos externos. Essa desconexão entre quem administra e quem vive a cidade trouxe consequências sérias.


Projetos urbanos planejados para transformar Vicente Pires até 2050, todos eles elaborados com participação da própria comunidade através da AMOVIPE, foram alterados ao longo do caminho por um administrador que assumiu o cargo sem nunca ter histórico de luta pela cidade. O que deveria ser uma cidade modelo foi deturpado por esse administrador que, para garantir apoio político, permitiu que calçadas acessíveis, espaços públicos preservados e infraestrutura adequada fossem ocupados por empresários que apoiaram sua campanha. Isso acabou dando lugar a improvisos: prédios com puxadinhos, rampas de garagem invadindo áreas de circulação, jardins privados em espaços coletivos e estacionamentos cada vez mais escassos.


O resultado é visível: comerciantes enfrentam dificuldades pela falta de vagas para clientes, pedestres perdem acessibilidade e o espaço urbano se torna cada vez mais caótico, enquanto quem administra tudo permite e ainda produz vídeos promocionais.


Hoje, as mudanças positivas que ainda acontecem não são fruto da administração oficial, pois quem assumiu o cargo nada mais é do que um forasteiro que comprou a função trocando apoio político de alguns empresários pela campanha do ex-administrador. Essas melhorias são resultado do trabalho de entidades como a AMOVIPE e o CONSEG, além de lideranças locais comprometidas.


A gestão atual, herdada de indicações políticas anteriores, mantém práticas questionáveis: cargos ocupados por apadrinhamentos, prioridades voltadas a interesses eleitorais e não ao bem coletivo. Obras que deveriam ser de qualidade foram mal executadas porque o então administrador preferiu beneficiar empresas, sem cobrar as garantias necessárias. Essas obras, que já apresentavam falhas graves antes mesmo de terminarem, pioraram com o tempo: buracos se multiplicaram, redes de água estouram diariamente, calçadas estão destruídas e a rede de águas pluviais continua insuficiente.


Enquanto isso, multiplicam-se os vídeos promocionais tentando vender uma imagem de progresso, quando a realidade vivida pela população aponta o contrário.


Vicente Pires já provou que tem potencial para ser muito mais que uma cidade “boa”: tem condições de ser uma cidade maravilhosa. Para isso, no entanto, é necessário colocar o interesse da comunidade em primeiro lugar e garantir que quem governa conheça, respeite e ame a região – e não apenas a utilize como palco para projetos políticos pessoais.


E se dependente dos que se dizem representantes, a cidade vai piorar, pois esses que dizem representar, compram e vendem a cidade a seu bel prazer e interesses pessoais de se manterem no poder, mas se não temos deputado, não temos administrador, temos as poucas lideranças bairristas em prol de todos.