segunda-feira, 31 de março de 2014

COLUNA PAULA MATOS - UM SISTEMA CHAMADO DE TRANSPORTE PÚBLICO E COLETIVO




Todos nós sabemos que o transporte público coletivo do Distrito Federal não é satisfatório, especialmente o sistema operado por ônibus. Não basta ter novos ônibus! As novas concessões das linhas também estão patinando, as operadoras não estão conseguindo cumprir os prazos contratuais (entrega dos ônibus, por exemplo), e ainda a máquina pública parece carecer de quadros técnicos qualificados que permitam uma eficaz fiscalização dos serviços.
O transporte público e coletivo não é um favor prestado à população e sim um direito que deve ser cotidianamente cobrado pela sociedade e aperfeiçoado pelo Estado.
Como sempre o cidadão faz a sua parte, cobra do estado e sem resposta, cansados de esperar, se revoltam e fazem protestos e mais protestos.
E só após revolta por parte dos usuários desse sistema. Ou seja, espera-se a situação chegar a níveis alarmantes de precariedade, ao ponto de haver revolta da população, para se tomar providências.
O correto é buscar soluções definitivas no que se refere à infra-estrutura, gestão e operação. Do que adianta colocar ônibus novos sendo que ainda vão existir gargalos na infra-estrutura, a exemplo da Rodoviária do Plano Piloto? Do que adianta colocar ônibus novos sendo que para acessar as paradas de ônibus ainda vão existir barreiras aos pedestres/usuários? Esses ônibus novos vão circular nas faixas exclusivas? O GDF sabe qual será o impacto disso? Existem outras tantas questões que ainda precisam ser respondidas.
É preciso planejar de forma integrada. É preciso haver vontade política para superar os entraves.

É importante unificar o sistema de transporte coletivo no DF, com ônibus, metrô, veículo leve sobre pneus ou sobre trilhos. As interligações entre os grandes modais (ônibus, metrô, VL) e o transporte alternativo de bicicletas devem ser estimuladas, com ciclovias ligando bairros a grandes terminais de integração. O transporte de massa é eficiente quando combina qualidade, pontualidade e preço. A integração é a palavra-chave. Assim, a transformação desse caos atual em uma matriz de transporte que priorize o coletivo deveria envolver a ação do Governo do Distrito Federal, combinada com a prática cidadã, alicerçada em um programa consistente e persistente de educação e conscientização. A implantação de um sistema sustentável de transporte no Distrito Federal garantiria a qualidade de vida e também refletiria positivamente na área de habitação, pois o alcance da moradia completa passa, obrigatoriamente, por um bom sistema de transporte coletivo, que garanta locomoção com dignidade e acesso ao direito de ir e vir da população.

Paula Matos

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