Todos nós sabemos que o transporte público coletivo do
Distrito Federal não é satisfatório, especialmente o sistema operado por
ônibus. Não basta ter novos ônibus! As novas concessões das linhas também estão
patinando, as operadoras não estão conseguindo cumprir os prazos contratuais
(entrega dos ônibus, por exemplo), e ainda a máquina pública parece carecer de
quadros técnicos qualificados que permitam uma eficaz fiscalização dos serviços.
O transporte público e coletivo não é
um favor prestado à população e sim um direito que deve ser cotidianamente
cobrado pela sociedade e aperfeiçoado pelo Estado.
Como sempre o cidadão faz a sua parte,
cobra do estado e sem resposta, cansados de esperar, se revoltam e fazem
protestos e mais protestos.
E só após revolta por parte dos
usuários desse sistema. Ou seja, espera-se a situação chegar a níveis
alarmantes de precariedade, ao ponto de haver revolta da população, para se
tomar providências.
O correto é buscar soluções
definitivas no que se refere à infra-estrutura, gestão e operação. Do que
adianta colocar ônibus novos sendo que ainda vão existir gargalos na infra-estrutura,
a exemplo da Rodoviária do Plano Piloto? Do que adianta colocar ônibus novos
sendo que para acessar as paradas de ônibus ainda vão existir barreiras aos
pedestres/usuários? Esses ônibus novos vão circular nas faixas exclusivas? O
GDF sabe qual será o impacto disso? Existem outras tantas questões que ainda
precisam ser respondidas.
É
preciso planejar de forma integrada. É preciso haver vontade política para
superar os entraves.
É
importante unificar o sistema de transporte coletivo no DF, com ônibus, metrô,
veículo leve sobre pneus ou sobre trilhos. As interligações entre os grandes
modais (ônibus, metrô, VL) e o transporte alternativo de bicicletas devem ser
estimuladas, com ciclovias ligando bairros a grandes terminais de integração. O
transporte de massa é eficiente quando combina qualidade, pontualidade e preço.
A integração é a palavra-chave. Assim, a transformação desse caos atual em uma
matriz de transporte que priorize o coletivo deveria envolver a ação do Governo
do Distrito Federal, combinada com a prática cidadã, alicerçada em um programa
consistente e persistente de educação e conscientização. A implantação de um
sistema sustentável de transporte no Distrito Federal garantiria a qualidade de
vida e também refletiria positivamente na área de habitação, pois o alcance da
moradia completa passa, obrigatoriamente, por um bom sistema de transporte
coletivo, que garanta locomoção com dignidade e acesso ao direito de ir e vir
da população.
Paula Matos
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