A decisão suspende os contratos administrativos da bacia 1, que engloba Brasília, Sobradinho, Planaltina, Cruzeiro, Sobradinho II, Lago Norte, Sudoeste/Octogonal, Varjão e Fercal, além da bacia 4, com Taguatinga, Ceilândia, Guará, Águas Claras e Park Way.
Mas o governo fala em recorrer da decisão para proteger os interesses das empresas que controlam o sistema de transporte urbano no DF e que cobra pelo péssimo serviço a passagem mais cara do Brasil, na avaliação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa.
O Ministério Público do DF, há dois anos, também havia pedido à justiça que anulasse a licitação, seguido pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal que também fez o mesmo ao sentir o cheiro de maracutaias e descobrir indícios de fraudes no processo licitatório do transporte público.
“A sociedade esperava que o governador pudesse cumprir a sentença judicial e providenciasse um novo modelo de licitação do transporte público que seja lícita e transparente. Infelizmente o governador Rollemberg está inclinado, e ninguém sabe por que, a não cumprir a decisão do juiz do Lizandro Gomes Filho”, disse ao Radar nesta quinta-feira (18) o deputado distrital Bispo Renato Andrade. Ele é o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa que apura o lamaçal que envolve o sistema de Transportes Público do Distrito Federal.
“O nosso desejo é de que o governador não recorresse da decisão judicial para que o Poder Legislativo possa, por meio de sua CPI, investigar o caso com profundidade e oferecer a nossa população um transporte público de boa qualidade, com preços de passagens mais baixo e sem ter que pagar uma altíssima tarifa técnica que beira quase um bilhão de reais por ano, uma das mais altas do Brasil”, disse.
O deputado avalia que a tendência é esse valor aumentar para dois bilhões de reais até o final de 2016 com o desembolso da tarifa técnica se a licitação fraudulenta não for anulada. “Para um governo que vive se queixando pelos cantos com a falta de recursos isso não é nada bom nem para o erário e nem para população que paga seus impostos”, ressaltou.
Andrade elogiou a decisão proferida pelo juiz Lizandro Gomes Filho que deu um prazo de 180 dias para que uma nova licitação seja feita e disse ainda que a decisão judicial é o resultado do vem sendo investigado pela CPI dos Transportes da Câmara Legislativa.
Ontem, ele e os seus colegas, membros CPI do Transporte, estiveram com o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal e com o delegado Alexandre Linhares, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decap). O objetivo foi o de afinar com eles uma linha de investigação sinérgica sobre o caso.
Andrade afirmou que a CPI vai analisar se ainda pretende ouvir ou não outros depoentes envolvidos na licitação fraudulenta. No entanto, adiantou que vai convidar o Secretário de Mobilidade Urbana, Marcos Dantas para explicar por que insiste pagar uma dívida de 12 milhões de reais às empresas de ônibus que operam o sistema no DF. A dívida, já reconhecida pelo governo, mesmo contra a recomendação da CPI, é relativa ao PNE (Portadores de Necessidade Especiais) e PLE (Passe Livre Estudantil).
“O débito cobrado pelas empresas ocorreu entre o dia 21 de dezembro a 31 de dezembro de 2014, quando neste período todo mundo sabe que os estudantes estão em féria escolar. Como pagar essa conta? Algo de errado tem aí”, suspeita o deputado. O parlamentar conclui: “Mesmo com as recomendações dos órgãos de controle como Tribunal de Contas, Ministério Público, Poder Judiciário e Câmara Legislativa, o governador Rodrigo Rollemberg acha que pode fazer aquilo que é o certo apenas para ele e dane-se a população”.
Fonte: Radar Condomínios
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