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Se já não
bastassem os problemas que os moradores de Vicente Pires sofrem no dia a dia
com o descaso do Governo de Brasília, que coloca as obras de infraestrutura a
passos de tartaruga para aguardar o momento eleitoral, agora outro sofrimento
está sendo cogitado para nossa população, que é a venda direta (preocupante)
dos imóveis localizados nos Trechos 2 e 4, ou seja, as ex-Colônias agrícolas
Vicente Pires e Vila São José.
Os
trechos em questão pertencem a União, porém a TERRACAP, juntamente com uma Associação
que não comprova representar ninguém, sem ouvir os moradores, quer os lotes
regularizados através do GDF. Essa Associação entregou à Companhia Imobiliária
de Brasília (TERRACAP) o Plano de Uso e Ocupação do Solo dos Trechos 2 e 4 do
Setor Habitacional Vicente Pires, o qual foi pago pelos moradores há muitos
anos.
Com essa
entrega, o GDF enviará o projeto em breve para o Conselho de Planejamento
Territorial e Urbano do DF (CONPLAN), para análise e aprovação da proposta.
A dita Associação
e a TERRACAP têm uma parceria totalmente questionável, porque existem outras
associações legalmente constituídas e com muito maior representatividade do que
essa. Sem consultar as demais
associações, lideranças e moradores, o Governo vem fazendo pactos apenas com
quem aceita falar a mesma língua que ele, cujas ações conjuntas podem
prejudicar frontalmente o interesse dos moradores, devido à falta de transparência
e participação popular nas decisões.
O absurdo
em tudo isso é que, nos documentos apresentados, existe a delimitação dos tipos
e tamanhos das ocupações permitidas, além do estabelecimento das áreas para
instalação de equipamentos públicos, como praças, hospitais, escolas e espaços
comunitários, contudo, tanto o Governo quanto a Associação nada fazem para conter
as construções totalmente fora dos padrões regularizáveis, que adentram os
espaços públicos das ruas e são vendidas como se estivessem legais.
Para que todos
saibam, a TERRACAP conduziu a regularização dos lotes localizados na Colônia
Agrícola Samambaia da mesma forma, deixando muitos moradores apavorados com
medo de perder seus imóveis, na qual vários preceitos legais não foram
observados, entre eles a Lei 13.465/2017, que flexibiliza enormemente as
condições de regularização dos imóveis da União por todo o País.
Se não bastasse
tudo isso, sobre os trechos referidos (2 e 4) existe uma ação judicial desde 30
de abril de 1959 em São Paulo, em que os herdeiros da Fazenda Brejo ou Torto
estão requerendo reparação por perdas decorrentes da desapropriação. Nesses
casos de litígio a Lei 13.465/2017 é clara, ou seja, não pode haver
regularização de áreas nessas condições ATÉ O FIM DO PROCESSO OU POR ANUÊNCIA
DO JUIZ”.
A União, ao que
parece, realmente vai entregar as áreas dos Trechos 2 e 4 de mão beijada à TERRACAP
e os moradores precisam ficar atentos e ir à luta para exercer o seu direito de
compra de seus imóveis com condições mais justas, sobretudo o preço. Para
tanto, a AMOVIPE, através de seu presidente Gilberto Camargos estará convocando
a todos para assembleias em breve, para decidirmos juntos sobre a impugnação do
Edital, tão logo ele saia.
TERRACAP AGE DE FORMA ESPÚRIA EM RELAÇÃO ÀS TERRAS DO
DF
A TERRACAP foi
criada em 1972 para administrar e vender terras COMPROVADAMENTE PÚBLICAS e com
o devido registro no Cartório de Registro de Imóveis, mas, de lá para cá, 46
anos vendendo terras da União no DF, o patrimônio imobiliário da TERRACAP nunca
diminuiu e, quando solicitada sua documentação, se negou a informar as terras
de sua propriedade no Distrito Federal.
É sabido que
pouco mais que 60% das terras que compõem o DF foram desapropriadas pelo Estado
de Goiás e que a maioria destas desapropriações foi feita em comum, ou seja,
desapropriaram apenas partes de algumas fazendas e elas estão em condomínios,
como terras particulares. Contudo, parece que o presidente da TERRACAP e seus
topógrafos e diretores detêm o segredo do milagre da multiplicação das
terras...
Percebe-se que a TERRACAP
e o GDF estão desesperados para empurrar goela abaixo dos moradores a venda
direta de tais áreas irregulares, o que é alarmante sob o ponto de vista da
legitimidade e da ética das instituições públicas, pois elas deveriam primar
sempre pela legalidade, promovendo justiça social para todos. E o mais
estarrecedor é que, mesmo sabendo de tais ilegalidades, a empresa insiste em
expropriar o cidadão, sem lhe apresentar a verdade das escrituras que detêm.
Para piorar as
coisas para os moradores, poucos que se dizem líderes, se mantêm íntegros à
causa de defender a comunidade. Nossa cidade também está cheia de defensores da
regularização questionável da TERRACAP, se passando por líderes, fazendo de
tudo para enganar os moradores, mas na verdade estão trabalhando pelos seus
interesses pessoais, com vantagens dadas pelo GDF.
É triste ver
supostos líderes tentando convencer os moradores de que a TERRACAP é a
detentora inconteste do domínio destas terras e que devemos pagar novamente por
algo que já pagamos e que nos pertence de fato e que, com a união de todos e
nos moldes da Lei 13.465/2017 ou via usucapião, nos pertencerá também de
direito com a devida escritura registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Temos que ter
cautela com estes "donos" da regularização fundiária que se dizem
defensores dos interesses dos moradores, mas que estão sempre de braços dados
com a TERRACAP e tanto defendem os interesses daquela empresa. A AMOVIPE e
Gilberto Camargos não se dobram a essas irregularidades, não se vendem por um
preço tão alto que é enganar a população e estará sempre atenta aos detalhes da
regularização e a tudo que vem sendo imposto aos moradores.
E podem ter a
certeza de que, com a saída do Rollemberg do GDF e com as medidas que serão
tomadas contra a TERRACAP, a Lei 13.465/2017 será aplicada de forma plena e
correta no DF. Ou seja, muito em breve todos terão suas escrituras, pelo preço
justo, em caso de terras públicas, e pelas vias da usucapião ou da legitimação
de posse/fundiária, em caso de terra particular. Vamos à luta!
Gilberto Camargos
– Presidente da AMOVIPE
Parabéns pela sua luta em prol de todos . Força.
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