quarta-feira, 2 de outubro de 2019

REGULARIZAÇÃO- Porque a falta de união em Vicente Pires?

Resultado de imagem para união


(trechos do e-mail de um funcionário Federal que se identifica como analista da União e não quer se aparecer, se referindo a regularização fundiária)

A união faz a força. A expressão adaptada do texto bíblico de Eclesiastes (4:12) “E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” se adapta de forma inusitada ao processo de regularização de terras no Distrito Federal, e mais especificamente em Vicente Pires, uma cidade consolidada com mais de 100 mil habitantes.

A luta é antiga. Muitos governadores, administradores, líderes políticos e pseudos líderes já travaram essa batalha, sem êxito. Um dos principais motivos são os interesses particulares, a vaidade, “a batalha de egos” que se apresenta anulando a visão do bem comum. “Eu e nossa equipe de analistas responsáveis por analisar as áreas da União e emitir os pareceres técnicos para a regularização, acompanhamos o dia a dia de Vicente Pires, lemos o livro O Caos Jurídico Fundiário Reinante no Distrito Federal e as matérias sobre regularização de Gilberto Camargos e podemos dizer sem medo de errar que poucos conhecem sobre a questão fundiária como você, Gilberto. Porém, não basta conhecer, tem que unir forças para alcançar as mudanças. Lutar sozinho contra os interesses de muitos poderosos que mandam na capital da Brasil e principalmente nos órgãos como SPU e Terracap não é bom e não consegue alcançar o objetivo esperado. Esses poderosos lucram muito mantendo a questão fundiária como está hoje e não vão querer alguém atrapalhando, por isso eles envolvem as ditas lideranças de todas regiões do DF”.

Qual seria a fórmula para superar essa terrível barreira?


Buscar unir interesses, mesmo que não haja concordância em todos os pontos. E no meio de todos os debates e desentendimentos há uma certeza: se todos falarem a mesma linguagem será possível mudar o destino da cidade e até mesmo da capital federal.

“Caro jornalista Gilberto Camargos, sei que você é um profundo conhecedor de regularização fundiária e tem debatido duramente a questão e sofrido críticas e retaliações. É muita inocência sua achar que conseguirá sozinho mudar as regras do jogo, tem muita gente ganhando para falar a língua de quem manda e cada dia aparece mais pessoas se passando por líderes para abocanhar sua fatia. Você está apenas perdendo tempo, pois a única forma de resolver a questão é buscar a justiça entrando com uma ação civil pública e mostrar – com documentos, o conhecimento dessa realidade.”

“Buscar a união é uma tentativa com chances reais, embora seja visível o lucro obtido com as terras da região por todas as lideranças antigas. Todos enriqueceram com terras em Vicente Pires, Cana do Reino e 26 de Setembro. Com a justificativa de auxiliar os moradores, todos auferiram lucros, negociaram até mesmo terras em outras regiões e continuam na posse das áreas lucrando com aluguel e vendas. A considerar tais atitudes é possível afirmar que o objetivo de tais “líderes” seja o interesse particular. E, mesmo assim têm dos moradores, o reconhecimento como líderes, o que torna difícil mudar essas práticas”.

“A história se repete quando se trata de novas lideranças. Uma análise de ofícios, reuniões, debates, conversas em redes sociais, referente a regularização demonstra principalmente o desconhecimento da questão. Por desconhecimento ou esperteza, repetem ações e atendem aos interesses dos poderosos. Todos estão sendo enganados: chacareiros, moradores e comerciantes”.

“E o interesse particular predomina: chacareiros querem comprar o que poderia obter legalmente sem pagar, pois quem os representa é governo;  um sempre liderou pelos seus interesses e nunca falou contra qualquer governo, esse manda, influencia e manipula as demais "lideranças" sem voz de diversos setores da região; o outro, quer a qualquer preço, agradar o poder para se beneficiar com cargos; aquele recém chegado repete o discurso do poder oferecendo desconto e vantagens, conseguindo posar de bom moço perante eles, mesmo estando careca de saber que está sendo enganado e enganando; por fim, um tenta fazer o certo, mas jamais conseguirá convencer quem busca vantagens pessoais e não tem traquejo político para conseguir convencer e mobilizar moradores. Os moradores querem resolver e regularizar sua propriedade, mas não sabem pedir e não tem esperteza suficiente para se unir e consequentemente ficam à mercê desse jogo de interesses”.

“A questão agrária é um dos temas mais polêmicos do Brasil e o Distrito Federal não foge à regra. O grande lucro, para alguns, proporcionado pela irregularidade fundiária não motiva a legalização. Ao contrário, é melhor manter como está. Há muitos interesses, poderosos que notadamente mandam no Distrito Federal e nos órgãos como Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e Terracap”.

-->
Uma análise do valor real da terra nua da União revela a falcatrua. Basta emitir um boleto de taxa da SPU referente a alguma área para se chegar ao valor real da terra nua. Mas aos cidadãos não é cobrado esse valor. É bem acima para abastecer os bolsos furados da cadeia de mandos e desmandos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário