segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Obras sem qualidade mancham governo Ibaneis

 


Há empreendimentos em todo o DF com problemas de concepção e execução, porém em Vicente Pires a coisa está escancarada, a olhos vistos, com erros de projetos e fiscalização ineficiente.  


A interdição e a condenação das obras e das empresas que prestam serviços em Vicente Pires já deveriam ter ocorrido desde o início das obras, porém, por algum motivo não explicado, as mesmas empresas que vêm fazendo obras sem nenhuma qualidade continuam atuando e mantendo a execução de obras mal feitas. 


Onde está a fiscalização? 


A pavimentação asfáltica está afundando e criando crateras, apresentam rachaduras e soltam com o primeiro banho de água. Já as calçadas foram muito mal feitas, sem compactação adequada do solo, estão com rachaduras e fora do lugar ideal. Devido à base mal preparada, apresentam problemas em menos de 10 dias. Lamentavelmente, estas e outras aberrações de projetos são apenas alguns dos problemas que os moradores de Vicente Pires terão que conviver nos próximos anos.   

Episódios noticiados por este jornal e pelos moradores da cidade através das redes sociais não são suficientes para que o governo mude a forma de agir e tome providências. Sim, porque essas obras possuem 5 anos de garantia, mas não se vê a fiscalização obrigar as empresas a corrigirem os defeitos. A verdade é que Fiscalização mesmo, não existe, os que vieram da NOVACAP apenas ocupam o cargo. O que existe são servidores da administração atuando em todos os lotes, contudo, nada é feito para mudar o quadro de descaso com a cidade e com o dinheiro público aplicado. Ao contrário disso, Ibaneis mantém fiscalizando as mesmas empresas, os mesmos fiscais e, para piorar, as obras que apresentam problemas e deveriam ter a garantia acionada, são recuperadas pela Novacap, através da Administração Regional.  

“Para inglês ver”  

Não foram poucas as obras em garantia refeitas pela Novacap e Administração. Em todas as ruas há reparos realizados com o dinheiro de nossos recursos, beneficiando as empresas. 



Faz parte desse amplo pacote de omissão e de generalizado desleixo com a qualidade de obras públicas em Vicente Pires, a equipe da Administração, que deveria estar ao lado do povo, resolvendo os problemas apontados diariamente. Ao contrário disso, em vez de estar preocupada com os altos recursos públicos aplicados, a dita fiscalização local se limita a fazer vídeos que enganam a todos, mostrando obras “de qualidade e uma cidade perfeita”, que a nossa população nunca teve. Há, em todo o DF, outros exemplos de empreendimentos que, mesmo tendo supostamente passado pelo crivo técnico, apresentam problemas de toda ordem ─ de concepção, execução ou de funcionamento. Citamos como exemplos escolas recentemente construídas, UPAS e Ruas, entre outros, todos mostrando que o governo Ibaneis é igual a obras caras e sem qualidade. 

Tudo é política e jogo de interesses 

Pontos comuns aos processos de contratação e acompanhamento de obras ajudam a entender o porquê do descompromisso com o dinheiro público, a segurança e o bem-estar dos beneficiários dos empreendimentos. Um deles, talvez o mais comum na cadeia dos descasos, é ditado pelo calendário eleitoral: apressa-se a contratação e execução de projetos de olho em dividendos nos palanques. No caso de Vicente Pires, a Caixa Econômica Federal, o grande agente público desse financiamento parece não analisar os projetos e não acompanhar as obras, se mostrando conivente. Há, ainda, fatores que precisam ser considerados para obras mal feitas como as atuais, que são o aumento do preço desde a licitação, que são suplementados para aumentar a margem de lucros de empreiteiras contratadas. Mais um motivo para haver rígida fiscalização dos canteiros pelo poder público. 

Com a chegada do ano eleitoral constatamos o aumento dos defeitos nas construções, em consequência de erros de projetos e execução, que têm resultado na insatisfação dos moradores, justamente por acreditarem que não teriam os problemas antigos em obras novas. Esses vícios desvalorizam a cidade, pois quase tudo já construído exige o refazimento do serviço, como troca da pavimentação e de calçadas. Estacionamentos também não existem, então, a abra geral de pavimentação, calçadas e meios fios terá que ser alterada para construí-los em futuro próximo, porque sem eles os carros já estacionam ao longo das vias ou sobre as calçadas.  

Prédios comerciais seguem o “exemplo” 


O problema da falta de qualidade pode ser visto também nos edifícios comerciais, em qualquer parte da cidade. Há construtoras que, visando o lucro a qualquer preço, têm se aproveitado da falta de fiscalização ou, por algum motivo, da conivência, para construir de maneira inaceitável. A todo momento nos deparamos com defeitos como rampas e puxadinhos invadindo o espaço público, que inviabilizam o uso normal das calçadas ou das ruas.   

Aí fica a pergunta: mesmo com tudo isso visível, onde foram parar o TCDF e o Ministério Público, que ficam calados durante todo esse governo de um governador que é advogado influente e ex-presidente da OAB?  Será que isso influência para que o governo atue livre de cobrança naquilo que deveria ser sua obrigação?   

Quanto à Câmara Legislativa, essa é a rainha das omissões. Nenhum deputado exerce o seu chamado poder de fiscalizar, seja com requerimentos de informações aos órgãos responsáveis, diligências às empresas ou vindo pessoalmente a Vicente Pires, constatar in loco tantas irregularidades e mal aplicação de recursos.  Lamentavelmente, resta aos moradores e contribuintes ter que que conviver com os defeitos da gestão Ibaneis.

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