terça-feira, 30 de abril de 2013

CARTA ABERTA DOS MORADORES DE VICENTE PIRES AOS DEPUTADOS DISTRITAIS TEM AMPLA REPERCUSSÃO

O documento, assinado pelas associações de bairros de Vicente Pires, evidenciou o quanto nossa cidade está esquecida pelo atual Governo.  Várias reuniões aconteceram a partir da entrega do documento.


(*) Por Geraldo Oliveira: Proprietário do blog Vicente Pires Alerta.
Caros moradores, minha participação em movimentos sociais ainda é pequena, afinal comecei nesse meio apenas em 2010 aqui em Vicente Pires, com o movimento intitulado na época como VICENTE PIRES ALERTA. Mas, ao longo de 20 anos trabalhando na Câmara Legislativa, pude observar por lá as articulações dos diversos segmentos sociais do DF. Como regra geral, posso afirmar que eles sempre alcançaram seus objetivos, graças ao seu nível de organização e união.
Estamos vivendo atualmente um momento único que pode transformar o futuro de nossa cidade, afinal o GDF anunciou recentemente que vai regularizá-la.Ótimo! Queremos mesmo que isso aconteça, pois somente assim teremos uma cidade adaptada aos parâmetros urbanísticos legalmente aceitos. Mas, para se colocar em prática um projeto dessa envergadura, é necessário que haja transparência, envolvimento dos moradores, debates e ampla garantia de direitos.
Os desdobramentos que podem advir desse processo levaram as novas associações e a imprensa da cidade a entregarem uma Carta Aberta aos 24 deputados distritais, a fim de informá-los (ou atualizá-los) sobre os problemas que Vicente Pires enfrenta historicamente. Também objetivou incitá-los a utilizar seu poder político para ajudar a região.Todo o sentimento e apreensão que temos em relação à regularização ficaram explícitos na carta, devido à falta de transparência em relação às últimas decisões tomadas pelos órgãos do GDF, como a aprovação de projetos desatualizados e não divulgados.
O recado da carta foi muito claro: além de pedirmos transparência e maior participação popular, cobramos melhorias para a mobilidade urbana de nossa região que está um caos, tanto em relação ao trânsito interno como nos acessos pela EPTG, Estrutural e Pistão Norte. Pedimos também serviços públicos de qualidade e uma administração eficiente e identificada com os moradores.Ficou evidenciado, assim, que uma população como a nossa, de 80 mil moradores, não pode ser esquecida e marginalizada.
O documento teve desdobramentos extraordinários, ao chamar a atenção dos parlamentares para os problemas que enfrentamos, os quais sempre ficam à margem das prioridades do GDF. Por outro lado, nossa carta também fez com que as lutas segmentadas nos bairros alcançassem a dimensão do todo, que é a cidade de Vicente Pires. Como resposta a esse movimento, vários deputados distritais, preocupados com o que foi relatado, procuraram imediatamente as associações para agendarem reuniões.
O deputado Roney Nemer (PMDB) foi o primeiro a se colocar à disposição. Sua contribuição até aqui foi a realização de uma reunião na CAESB, diretamente com ele e o presidente da empresa, senhor Célio Biavati. Cobramos, na oportunidade, que a CAESB desse maior atenção para o problema do esgoto a céu aberto que escorre pela cidade. Pedimos que a obra de esgoto fosse mais ágil, sob pena de se agravarem os danos ambientais. A falta de água potável para inúmeras famílias de Vicente Pires também foi destacada.
O Deputado Joe Valle (PSB) também está sensibilizado com o nosso relato e disse que virá a Vicente Pires em breve, para dar sua contribuição. Entre suas bandeiras de luta estão a defesa do meio rural (ainda temos chácaras produtivas), o meio ambiente (obra de esgoto, esgoto a ceú aberto e degradação ambiental), a educação pública (as duas escolas de Vicente Pires precisam de reestruturação urgente) e as chamadas obras estruturantes, dirigidas à mobilidade urbana, ao trânsito seguro e à acessibilidade.
Outras duas reuniões ocorreram. Uma delas aconteceu na Secretaria de Condomínios e a outra na Vila São José, ambas com o mesmo foco da regularização. O Deputado Agaciel Maia (PTC) e a Secretária de Condomínios, Regina Amaral prestigiaram o evento da Vila São José. Esclarecimentos técnicos importantes sobre a regularização foram feitos pela Secretária, sendo que o deputado trouxe sua contribuição sob o ponto de vista político, quando sugeriu alternativas e estratégias de luta viáveis para a regularização.Em decorrência do debate, os moradores presentes decidiram acionar o Judiciário, por meio de duas ações. A primeira, objetivando garantir que todas as associações participem ativamente do processo de regularização. A segunda, para afastar da regularização os agentes públicos, entidades e pessoas suspeitas de terem cometido irregularidades e fraudes processuais em relação a esse tema.
Tivemos encontros também com o Deputado Chico Leite (PT), aqui em Vicente Pires e com a equipe técnica do gabinete dele, na Câmara Legislativa. Como resultado, o parlamentar enviou um ofício para a Secretaria de Estado da Casa Civil do DF, a fim de levar ao conhecimento do Secretário Swedenberger Barbosa a nossa Carta Aberta. Um requerimento também foi enviado à SEDHAB questionando quais procedimentos estão sendo adotados para assegurar a participação popular na regularização e solicitando que a Secretaria informe se as reivindicações da comunidade estão sendo ou não contempladas nos projetos.Foi solicitada ainda a cópia do inteiro teor do projeto urbanístico aprovado, para disponibilização pública na Internet.
A última e talvez a mais importante reunião ocorreu no último dia 29 de abril. O presidente da Câmara Legislativa, Deputado Wasny de Roure (PT), recebeu os diretores da AMOVIPE em seu gabinete, quando solicitamos a ele que a Câmara acompanhe de perto as ações do GDF sobre a regularização e promova debates sobre o tema. Foi pedido também que as comissões permanentes da Casa – em especial a de Assuntos Fundiários (CAF) e a de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC) - convoquem para esclarecimentos as entidades, as pessoas e os agentes públicos investigados, indiciados ou suspeitos de terem cometido irregularidades no processo de regularização.
Como se vê, as novas associações de moradores e a imprensa local estão determinadas a defender Vicente Pires da corrupção e da marginalização. Os recentes desdobramentos de nossa Carta Aberta nos trazem a convicção de que as transformações que tanto sonhamos para nossa cidade podem estar começando.
Um grande abraço e até o próximo mês.


(*) Geraldo Oliveira é blogueiro, servidor de carreira da Câmara Legislativa e morador de Vicente Pires.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Ação de grileiros cria nova Vicente Pires entre Brazlândia e Taguatinga

Até faixas com a oferta de lotes estão afixadas em árvores, na pista que liga Taguatinga a Ceilândia e até dentro dos espaços parcelados da colônia agrícola
As chácaras da Colônia Agrícola 26 de Setembro foram fracionadas em terrenos de vários tamanhos, onde há uma casa construída em cada: lotes usados para assentamento de famílias na década de 1990

Uma área pública usada para assentar 134 famílias na década de 1990 passa por parcelamento irregular e ameaça duas importantes unidades de conservação do Distrito Federal. As chácaras da Colônia Agrícola 26 de Setembro, entre Taguatinga e Brazlândia, têm sido negociadas, divididas em lotes e, aos poucos, se transformam em zona urbana. A ilegalidade ocorre desde que o local servia apenas como assentamento, mas se intensificou nos últimos três anos. O terreno é do tamanho de quase mil campos de futebol. Mais de 6 mil pessoas vivem ali, e a ocupação cresce tão rápido que ganhou o apelido de Vicente Pires 2. A identificação aparece em placa de igreja e na boca do povo.


Quando as famílias foram assentadas em 1996, cada chácara tinha tamanho que variava entre quatro e seis hectares. Realidade completamente diferente da vista atualmente no local. Primeiro, as propriedades foram subdivididas em frações de dois ou um hectare entre membros de uma mesma família, principalmente. Assim, as chácaras começaram a receber identificações, como 2A, 2B, 2C. Com o passar dos anos, grileiros entraram em ação no local e surgiram lotes ainda menores, com, em média, 400 metros quadrados, um processo parecido ao que ocorreu na antiga Colônia Agrícola Vicente Pires. Lá, cada área se transformou em um condomínio, onde hoje vivem quase 80 mil pessoas.


O Correio esteve na Colônia Agrícola 26 de Setembro na última terça-feira e flagrou o fracionamento ilegal das terras. A maioria dos terrenos está demarcada e tem uma casa simples construída. Os invasores usam materiais pré-moldados, que são mais baratos para o caso de ocorrerem derrubadas. Também são fáceis de serem montados, o que permite que imóveis sejam erguidos sem serem vistos pela fiscalização.


Faixas com a oferta de lotes estão afixadas em árvores, no acostamento da DF-001 (a pista que liga Taguatinga a Ceilândia) e até dentro dos espaços parcelados. A reportagem ligou para os telefones e fingiu interesse na compra de um terreno. No primeiro deles, atendeu um rapaz chamado Juliano. Ele contou que, há oito meses, comprou o lote de 400 metros quadrados no 26 de Setembro por R$ 45 mil. Na época, não sabia que o parcelamento era irregular e se arrependeu do negócio ao descobrir a verdade. “O cara disse que ia me passar tudo, ficou me enrolando, e, no fim, me deu só a cessão de direito de uso”, disse. Agora, ele tenta se livrar do problema e cobra R$ 37 mil. “Vou te falar para você não cair no mesmo golpe que eu. Como deu certo em Vicente Pires, achei que lá daria também.”



A segunda ligação foi atendida por um senhor identificado como Nilter. Com um forte sotaque goiano, ele contou que mora na chácara e está vendendo o terreno parcelado porque vai se mudar. Ele oferece dois lotes “comerciais”, por R$ 60 mil e R$ 20 mil, e quatro residenciais, por preços que variam entre R$ 18 mil e R$ 55 mil. “Os mais caros são maiores, têm 430 metros quadrados”, explicou. “Os demais têm 400 metros. A posição deles também varia. Alguns fazem esquina com a rua principal”, ressaltou. Questionado se a área era irregular, ele garantiu ter os documentos do cartório, mas, em seguida, confessou não ter a escritura, só a cessão de direito de uso. “Mas você pode construir, ninguém derruba, não. No nosso, não. Eu moro lá”, garantiu.



Liminares



O parcelamento mais visível fica às margens da DF-001, em uma área invadida destinada a um cemitério. Mas moradores denunciam que muitos lotes foram vendidos dentro das chácaras e ainda não foram demarcados por causa da fiscalização. “Moro aqui há 15 anos e não tinha nenhuma casa até uns três anos atrás. Isso aqui é terra de ninguém. Policiais, delegados, juízes e até servidores do GDF têm terrenos aqui. As chácaras estão todas vendidas”, contou uma mulher, que não quis se identificar. O Correio encontrou um homem que comprou um lote na região por R$ 25 mil há um ano, mas ainda não construiu nada nele. “Se construir agora, a fiscalização derruba. Já me oferecem R$ 40 mil no lote, mas vou esperar mais para frente. Não moro de aluguel mesmo”, afirmou.



A terra pertence à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). A vigilância é tarefa do Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo, formado por 15 órgãos do GDF e coordenado pela Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops). Por meio de nota, a Seops informou que o 26 de Setembro é uma das áreas mais fiscalizadas pelo GDF. No ano passado, a colônia agrícola apareceu na quarta posição na lista de locais mais visitados, ficando atrás somente de Ceilândia, de Águas Claras e do Gama. “Neste ano, o comitê realizou 13 operações no local e erradicou 16 construções irregulares. Aproximadamente, 1,2 mil metros lineares de cerca foram erradicados no período”, acrescenta a nota.



De acordo com a Seops, a fiscalização do GDF prioriza a identificação dos responsáveis pela venda de parcelamentos ilegais na área e a contenção da expansão do setor a partir da retirada das edificações mais recentes. “Há ali responsáveis por obras que recorreram de sanções administrativas, como as notificações, e outros que entraram com liminares na Justiça. Alguns casos demandam a atuação das equipes sociais do GDF, pois ali também existem pessoas em situação de risco socioeconômico. A retirada compulsória, nesses casos, ocorre em último caso”, conclui a Seops.



Memória

Mapa da grilagem



O Assentamento 26 de Setembro é uma das seis áreas críticas da grilagem no Distrito Federal. Em novembro do ano passado, o Correio mostrou que o local era alvo frequente de criminosos, assim como o Núcleo Rural Alexandre Gusmão e o Condomínio Sol Nascente, ambos em Ceilândia; a Ponte Alta Norte, no Gama; o Morro da Cruz, em São Sebastião; e o Altiplano Leste, no Lago Sul. O mapa da grilagem foi feito pela Delegacia Especial do Meio Ambiente com base nas últimas ocorrências registradas.



Em 25 de janeiro, a Secretaria da Ordem Pública e Social (Seops) prendeu duas pessoas no local que tentavam vender lotes capazes de render R$ 10 milhões. O terreno de 24 hectares seria parcelado em 235 lotes comerciais e residenciais de, em média, 400 metros quadrados. Contava com postes de iluminação e ruas abertas. Segundo os próprios grileiros, 11 tinham sido vendidos. Os lotes eram ofertados por valores entre R$ 38 mil e R$ 42 mil.


Fonte: Jornal Correio Braziliense

26 DE SETEMBRO - TERRA DOMINADA PELA GRILAGEM

Ministério Público recebeu denúncias sobre parcelamento ilegal na Colônia 26 de Setembro, chamada de Vicente Pires 2, há cinco anos. Expansão urbana seria contida por monitoramento recomendado pela Prourb, o que não ocorreu

Denúncias sobre o parcelamento irregular das terras da Colônia Agrícola 26 de Setembro começaram a chegar ao conhecimento das autoridades do Distrito Federal em 2008. Naquela época, a ocupação predominante no local ainda era de glebas com características e dimensões rurais, e não havia indícios consistentes de fracionamento em unidades menores que caracterizariam o parcelamento urbano. Realidade completamente diferente da encontrada hoje na área do tamanho de quase mil campos de futebol entre Taguatinga e Brazlândia. As chácaras já servem de moradia para mais de seis mil pessoas e se transformam aos poucos em um grande loteamento ilegal, conhecido como Vicente Pires 2, conforme o Correio mostrou na edição de ontem. ...

Em agosto de 2008, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recebeu uma acusação de que havia parcelamento irregular do solo e tentativas de grilagem na área, vizinha ao Parque Nacional de Brasília. Por meio de um ofício, os promotores alertaram a extinta Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa), e o órgão informou não haver indício de parcelamento irregular, mas somente uma ação pontual na área. Os técnicos da Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), então, elaboraram um parecer. O documento constatou que, há cinco anos, a colônia agrícola ainda era zona rural. Mesmo assim, novas denúncias não pararam de chegar ao MP.

Dessa forma, em setembro de 2011, o órgão emitiu uma recomendação para que a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do DF, com outros cinco órgãos do governo, monitorasse permanentemente o 26 de Setembro para coibir a expansão urbana na área rural. Deveriam vigiar a área também a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), o Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo, o Grupo de Análise de Parcelamentos (Grupar), a Agência de Fiscalização (Agefis) e o Batalhão Ambiental da Polícia Militar. O MP também instaurou um inquérito policial para investigar a atuação de grileiros na região e o encaminhou para a Delegacia Especial do Meio Ambiente (Dema).

 Os avisos não impediram a especulação imobiliária na área. As chácaras são parceladas, e lotes de 400 metros quadrados, ofertados livremente em várias faixas espalhadas pelo local. Ontem, após as denúncias do Correio, a Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops) derrubou três casas em construção na Colônia Agrícola, embargou uma obra e intimou outra para ser demolida, todas na rua principal. O secretário da pasta, José Farias, prometeu intensificar a fiscalização, impedir o crescimento da invasão e identificar os grileiros. “O brasiliense tem a cultura de invadir para depois regularizar, como aconteceu no passado, quando as invasões cresceram a tal ponto de não serem derrubadas, mas isso não vai ocorrer desta vez”, garantiu.

Uso rural

De acordo com o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), a área do 26 de Setembro é de uso rural controlado e não pode haver ocupação urbana no local. Portanto, não há projeto urbanístico elaborado para a região em análise pelo GDF nem possibilidade de regularização fundiária do setor. A terra pertence à Terracap, mas está em processo de transferência para a União. Como faz parte da Floresta Nacional de Brasília (Flona), a gestão da gleba ficará a cargo do Instituto Chico Mendes. No local, podem existir atividades agrícolas sustentáveis, desde que licenciadas pelo órgão ambiental.

A Dema também investiga a ação dos grileiros no local. O delegado-chefe da unidade, Ivan Dantas, não soube precisar quantos inquéritos estão abertos, mas garante que há “muitas” investigações em andamento, algumas delas concluídas com denúncias feitas à Justiça. “O problema é que as penas são pequenas, os criminosos saem em liberdade provisória e voltam a cometer o crime”, lamenta. “Nosso serviço de inteligência trabalha para enquadrar os grileiros em crimes de formação de quadrilha e crime ambiental, além de parcelamento irregular do solo. Assim, a pena pode aumentar para até 13 anos e podemos pedir a prisão preventiva dos acusados”, conclui o delegado. O crime de parcelamento irregular do solo tem pena de um a cinco anos de prisão.


Ação em Planaltina
A Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops), com a Delegacia Especial do Meio Ambiente (Dema), prendeu ontem 21 pessoas que tentavam invadir uma área pública na Estância 3, em Planaltina destinada ao Programa Morar Bem. A área de 12 hectares pertencente à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) é monitorada desde o último dia 13, e 57 prisões foram feitas. O Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo derrubou 400 edificações irregulares no local. No momento do flagrante, os invasores erguiam os barracos e demarcavam lotes com pedaços de madeira e barbante. Segundo a Seops, há uma tentativa de invasão em massa da área, onde a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Coodhab) vai construir 4,2 mil unidades habitacionais para os inscritos no Morar Bem.


Por Gizella Rodrigues
Fonte: Correio Braziliense - 26/04/2013


Excesso de Gim

Gim Argelo saiu pequenininho da sessão de ontem no Senado, em que foi derrubado o requerimento do pedido de urgência para votação do projeto que dificulta a criação de novos partidos, proposta patrocinada por governo e base aliada. Quem apresentou o requerimento? Gim, claro.

Renan Calheiros convocou uma reunião com os líderes hoje à tarde para tentar contabilizar o prejuízo. Internamente, a avaliação é que Gim, pupilo do momento de Renan, deu um passo maior do que a perna: cobiçando um espaço no governo, tentou mostrar serviço ao Palácio do Planalto e acabou arrastando a base para o buraco. ...

Neste momento, Renan continua reunido com seus pares no Congresso. Devem estar tentando arrumar uma justificativa para a trapalhada de Gim – para lá de desnecessária, visto que o projeto passou sem nenhuma dificuldade pela Câmara. Enquanto isso, a bancada dos marineiros comemora como nunca.

Por Lauro Jardim

Fonte: Veja.com - Radar on-line - 26/04/2013


Liberdade de expressão - Sinpro defende diretora e repudia censura dos muros

Sindicato oferece proteção jurídica à Heloísa Regina Lago, que está respondendo a uma sindicância por ter autorizado pinturas críticas no Caic Unesco


O Sindicato dos Professores do DF considera que a Secretaria de Educação está oferecendo uma lição contra a liberdade de expressão e a democracia aos estudantes ao combater as pinturas feitas nos muros do Caic Unesco, de São Sebastião. ...

“Estamos em tempos de gestão democrática. Não é aceitável que a secretaria determine o que pode ou não ser pintado no muro de uma escola”, afirma a professora Cláudia Bullos, diretora do Sinpro. O sindicato ofereceu assistência jurídica à diretora do Caic, Heloísa Regina Lago de Moraes, e agora pretende analisar se a conduta dos gestores justifica um processo por assédio moral. “A diretora foi, no mínimo, constrangida. Não podemos concordar com a prática”, afirmou Cláudia Bullos.

A polêmica sobre os muros do Caic começou ainda em outubro, quando funcionários da Regional de Ensino e da administração da cidade foram até a escola reclamar de um desenho crítico ao Congresso Nacional.

Em dezembro, quando os 102 painéis foram entregues, a pressão para que seis deles fossem apagados aumentou. “Cheguei até a receber ligação do secretário, e não apaguei porque a pintura foi autorizada pelo Conselho Escolar”, explica Heloísa Regina.

Os painéis que provocaram a discórdia retratam um pedinte em frente ao STF, um aluno reclamando da educação pública, um político falando (literalmente) abobrinhas e duas versões estilizadas do Congresso Nacional.

Em 23 de março, a Secretaria de Educação abriu sindicância para que a diretora explique o “contexto e a legalidade” das pinturas.

De acordo com a pasta, a investigação é justificada pelo parágrafo 2o do artigo 65 da Lei no 12.408/2011. O dispositivo diz que a pintura de um muro só não é crime quando autorizada pelo proprietário que, no entendimento da pasta, seria a Secretaria de Educação, e não a escola.

Por Érica Montenegro

Fonte: Jornal Metro Brasília - 26/04/2013


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Vergonha na Capital do país


Uma vergonha! No dia do aniversário da Capital Federal, último domingo 21, um dos monumentos mais visitados do DF, o Museu Nacional da República, encontrava-se fechado para visitação. Logo no aniversário da Cidade!? Centenas de pessoas fizeram fila para visitar o monumento: Não conseguiram!



Superfaturamento até para o “pão e circo”


O governador do Distrito Federal já comemora a quase concluída obra do Estádio Nacional de Brasília. No último domingo, 21, aniversário de Brasília, um diário da cidade trouxe um suplemento especial, de páginas e páginas, com o título “Nasce um gigante”, com fotos do governador Agnelo se mostrando orgulhoso pela suntuosa obra. 
O estádio em si seria sim motivo de orgulho para o brasiliense não fossem as suspeitas de superfaturamento que vêm chamando a atenção do Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Duplicidade de serviços executados e pagamentos antecipados, irregularidades que trazem prejuízos de aproximadamente R$ 72 milhões de reais ao erário são só algumas dos abusos apontados na construção do estádio.
Agnelo Queiroz nega tudo, como o fez no passado ao ser citado em um esquema de desvio de recursos públicos para ONGs vinculadas ao Ministério dos Esportes. Apesar de negar seu envolvimento, auditorias da Controladoria Geral da União comprovaram que o PCdoB, antigo partido que o então ministro da pasta, Agnelo, era filiado, transformou o programa Segundo Tempo em um duto de verbas para seus correligionários.
Apesar de todas as evidências, e com esquema de blindagem vindo do PT nacional, Agnelo saiu ileso e ainda levou o governo do DF no bolso como prêmio. 
Agora, no comando do GDF, o governo de Agnelo tem sido alvo de críticas e suspeitas de superfaturamentos em muitas de suas nada transparentes ações.

A nova arena de Brasília não é nem de longe a mais vistosa e tão pouco a mais requintada dos estádios construídos para a Copa de 2014. Com a soma vultosa de R$ 1,3 bi, valor estimado de quanto já custou a obra, daria para construir um estádio digno dos mais modernos estádios de futebol da Europa. Aliás, na arena brasiliense, não há nada que justifique essa soma. Uma arquitetura nada moderna, com pilares de concreto cinza que circundam todo o campo de futebol, provando a falta de criatividade para se trazer um projeto digno da capital federal. 
Além do circo, o pão?
As suspeitas de superfaturamento no governo Agnelo vão além das “lonas do circo”. Em compras realizadas para a merenda escolar da rede pública de ensino, o GDF chegou a pagar sobre-preço de até 118% nos itens da cesta para o lanche da meninada, segundo notas de empenho divulgadas pelo próprio governo.

As compras são justificadas e revelam a intrínseca admissão de incompetência administrativa - pura falta de habilidade em se planejar o básico. 
Em 2013 e 2014, não vai faltar diversão para o brasiliense, que pagou um alto preço por um medíocre estádio de concreto. Mas, no que depender do GDF, parece que a merenda escolar vai ficar escassa - a não ser que para o pão tenha que se pagar tão caro quanto ao circo.

Estádio do Palmeiras em construção: Orçamento de R$ 300 milhões, design e tecnologia de primeiro mundo.

Fonte: Felipe Seabra é Diretor do jornal Gazeta de Taguatinga. Jornalista


terça-feira, 23 de abril de 2013

Deu no New York Times.



Roda na mídia a notícia de que o EX presidente Defuntus Escrivinhadô, vai ter uma coluna mensal no periódico Duzestaduzunidus, o Niu Iórqui Taimes.
Segundo a notícia, o jornal fechou acordo com o ex presidente para que sejam escritos um artigo por mês.
Tem algumas coisas que me incomodam nesta notícia...,
Não é o Niu Yórqui Taimes que teve um jornalista ameaçado de ser expulso do país porque escreveu que o EX presidente era piloto de provas de alambique?
E agora o jornal "acina" uma colaboração básica com o Sebento? Estranho....muito estranho...
E acima de tudo...O Sebentão sempre pregou aos quatro ventos seu orgulho em ter nascido de mão analfabeta e que estudar era para os fracos.
Se orgulha de jamais ter lido um livro, não sabe falar o português com o mínimo de decência, e como sabemos, é um boçal a cada abertura daquela bocarra. 
Tem algo de podre nesta história, mas...no mundo de hoje tudo é possível.
Certo que algum jornaleiro, baba ovos e esquerdopata é que irá escrever os artigos em nome do Sebentão, pois, ele é incapaz de tamanha tarefa.
O que preocupa de verdade é que o Sebentão em breve poderá acabar como imortal na ABL.
E vamo que vamo que o Niu Iórqui Taimes, já não é mais o mesmo.


Será que a coluna do Sebento irá se chamar  

"The monthly allowance"?

Fonte: Blog O Mascate

sábado, 20 de abril de 2013

A JUSTIÇA BRASILEIRA E A CADEIRA DE RODAS

Recentemente a grande imprensa veiculou notícia a respeito da prisão de membros de uma quadrilha que espalhava o terror no município de Trindade, Estado de Goiás.Segundo a reportagem (1), durante oito meses a polícia monitorou os passos dos criminosos, tendo comprovado que nesse período o grupo assassinou 24 pessoas. Em declaração pública, a delegada responsável pelo inquérito afirmou possuir “provas de sobra” para condenar todos os envolvidos, tendo apresentado, inclusive, uma das várias escutas telefônicas entre membros da quadrilha – gravadas pela polícia com autorização judicial - na qual o chefe transmitia para um dos subordinados ordens para execução de desafetos. Temos que elogiar o trabalho policial, que, ao desarticular o grupo e prender os criminosos trouxe segurança para a população, porém, é preciso consignar também que a forma como a investigação foi conduzida causou certa perplexidade. O nosso ordenamento jurídico garante a qualquer réu - especialmente em processos criminais - julgamento justo e imparcial, com direito ao contraditório e a ampla defesa. Além disso, o Artigo 5º, Inciso LVII da Carta Magna estabelece que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Portanto, a presunção de inocência, é a regra legal. Sem acusação bem fundamentada e provas robustas, não haverá condenação em juízo. Ora, como o inquérito policial é elemento fundamental da peça acusatória do Ministério Público, deve ser muito claro, objetivo e acompanhado de amplo acervo de provas, de maneira a garantir a justa e adequada responsabilização penal do réu. Ocorre que produzir essas provas inquestionáveis, não é tarefa fácil. No caso específico da investigação no município de Trindade, a polícia precisou reunir provas dos diversos crimes cometidos pelo grupo (homicídios, formação de quadrilha, porte ilegal de armas, etc.) demonstrando de maneira clara e objetiva a participação de todos os membros da organização, estabelecendo em relação a cada um deles e para cada delito, questões como autoria, materialidade, tipicidade e outros, atendendo preceitos e normas vigentes. Sob tal ótica, parece razoável que, para obter “provas de sobra”, bem como para evitar qualquer injustiça e/ou arbitrariedade com os investigados, a polícia tenha demorado oito meses para concluir o inquérito contra a organização criminosa. É o preço que se pagou para garantir a inviolabilidade dos direitos constitucionais dos acusados. Entretanto, se a análise for feita levando em conta também os direitos e garantias constitucionais da sociedade, a conclusão será diametralmente oposta. De fato, não podemos perder de vista que, no curso da investigação, a polícia também deve garantir a inviolabilidade dos direitos constitucionais de todos os cidadãos - especialmente o direito a vida e o direito a segurança, nos termos do Artigo 5º, caput, da Carta Magna – quando ameaçados por indivíduos e/ou organizações criminosas. Ora, segundo as informações disponíveis, nos oito meses de monitoramento policial a quadrilha de Trindade assassinou 24 pessoas, o que nos dá uma média de um homicídio a cada dez dias. Isso nos permite concluir que se tratava de organização criminosa ativa, muito violenta e perigosa. Nesse contexto, não há como negar que para a sociedade, oito meses teria sido tempo excessivo para a polícia concluir o referido inquérito, especialmente em decorrência das suas perversas consequências para os cidadãos. Nesse particular, ressaltamos que a polícia estava gravando as conversas telefônicas entre os criminosos. Podemos supor com base no áudio disponibilizado (obviamente apenas um excerto de uma gravação mais ampla) que, tendo ciência da identidade da vítima, bem como da identidade de quem recebeu a ordem de execução, a autoridade policial monitorou ambos, acompanhando especialmente os atos criminosos preparatórios tais como a formação da equipe responsável diretamente pelo assassinato, obtenção de informações necessárias para a escolha da melhor hora e local para surpreender a vítima, bem como a seleção das armas e veículos a serem usadas no crime, e, inclusive, até o próprio ato executório. Esse acompanhamento foi feito? Acreditamos que sim, até porque, é decorrência lógica do próprio inquérito. Ora, se a polícia realmente fez “o dever de casa” e investigou tudo, como se justifica que, mesmo tendo acesso a informações detalhadas previamente ao crime, não impediu o homicídio? Diante dos sucessivos assassinatos cometidos pela quadrilha, como se explica a inércia policial durante oito meses? Seria correto afirmar que é tão difícil condenar um criminoso no Brasil, que a polícia só encerra a investigação quando possui “provas de sobra” contra ele? Ora, no caso de Trindade a diferença entre “provas suficientes” e “provas de sobra” poderia ser medida pelo número de corpos, sendo a primeira incógnita desconhecida, porém, certamente inferior a segunda, que corresponde as 24 mortes contabilizadas na investigação. É assim que as autoridades e a sociedade querem enxergar a questão da segurança pública? Caso negativo seria preciso agir, e rápido. É fato que o Estado precisa garantir os direitos constitucionais dos réus, sem sacrificar os da sociedade. Entretanto, com base em tudo o que foi exposto, será que isso efetivamente ocorreu? Os acusados presos em Trindade terão todas as garantias constitucionais de um julgamento justo, com direito a ampla defesa e ao contraditório, sendo que contra eles, o ministério público apresentará provas fartas e colhidas de maneira legal pela autoridade policial. Entretanto, e quanto às garantias constitucionais das vítimas da quadrilha? O direito a vida - também inscrito em nossa Carta Magna - lhes foi tirado, por assim dizer, diante dos olhos e ouvidos da polícia. Além disso, lhes foi negado também o direito de defesa, tendo em vista a condenação por um arremedo de tribunal composto por criminosos, sem possibilidade de recurso da decisão arbitrária e ilegal e com execução imediata a cargo de algozes impiedosos.
E, em terceiro lugar, não podemos esquecer que o nosso ordenamento jurídico veda a pena capital. Portanto, as vítimas tiveram seus direitos triplamente desrespeitados. Em resumo, qual o justo equilíbrio entre os direitos dos investigados, quando em oposição direta aos direitos dos demais cidadãos? O assunto é complexo e exige grande reflexão, porém, algumas coisas já poderiam ser feitas para minimizar problemas como os de Trindade. Sabemos que, no geral, nossos governantes investem pouco na polícia, que salvo raras exceções, padece com baixos salários, deficiência de treinamento, além de conviver com instalações e equipamentos deficientes. Essas mazelas precisam de correção efetiva e adequada. Além disso, o melhor relacionamento e intercâmbio de informações entre polícia, ministério público e judiciário, poderia dar maior agilidade as investigações, especialmente no tocante a obtenção das autorizações judiciais para interceptação telefônica e outras provas, tudo em benefício da rapidez e celeridade na conclusão dos inquéritos. Devemos lembrar, por exemplo, que com a facilidade de locomoção e comunicação atualmente disponíveis, o surgimento de grupos criminosos ficou muito facilitado, exigindo da polícia a adoção de novas formas de investigação, algumas ainda vistas com ressalvas. Como uma quadrilha atua à margem da sociedade, não pode contar com meios de solução de conflitos acessíveis ao cidadão honesto. Portanto, sua coesão depende basicamente da confiança mútua. Rompido este elo, o conjunto vai cair como um castelo de cartas. Um bom acordo com integrante de organização criminosa pode abreviar significativamente, e, inclusive, melhorar o conjunto de provas de qualquer investigação policial. Basta lembrar o julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão). O castelo de cartas da quadrilha começou a ruir quando um dos seus integrantes, o ex-deputado Roberto Jefferson, preterido nos acertos e nas decisões, resolveu denunciar o esquema. Sem o conhecimento do “modus operandi” da organização, provavelmente a polícia federal jamais teria chegado perto dos seus líderes, encastelados que estavam nas altas esferas do poder político federal.
Entretanto, se realmente queremos segurança pública de qualidade, é preciso ir além dessa remodelação da própria atividade policial.
De fato, mesmo quando a polícia consegue finalizar com sucesso o inquérito, permitindo que o ministério público ofereça a denúncia, os percalços continuam. Um dos casos emblemáticos foi o do jornalista Pimenta Neves, que em agosto de 2000, de maneira covarde assassinou a sua até então namorada, Sandra Gomide, com dois tiros pelas costas quando esta manifestou a vontade de romper o relacionamento entre ambos. Nunca existiu nenhuma dúvida quanto a autoria do crime, nem quanto ao motivo fútil e injustificado, e nem quanto ao caráter bárbaro, covarde e traiçoeiro do ato. Entretanto, usando toda a sorte de recursos legais disponíveis, durante quase onze anos o acusado conseguiu protelar o trânsito em julgado da sentença condenatória. Ele só foi efetivamente preso em maio de 2011. É inconcebível como o nosso sistema legal permitiu que isso ocorresse. Entretanto, esse mesmo sistema legal que tanto demorou a dar uma resposta efetiva para a sociedade, não tardará muito para conceder a progressão de regime, permitindo que o assassino obtenha o direito de cumprir a pena no semiaberto. Na verdade, hoje em dia poucos duvidam que as garantias concedidas aos acusados de crimes estão sendo indevidamente realçadas e isto em detrimento das garantias da sociedade brasileira, o que é perigoso. Afirmação leviana? Recentemente a cidade de São Paulo foi abalada com a notícia(2) de um assassinato cruel e absurdo, que vitimou uma mulher em rua central da cidade. O autor do delito, ex-marido da vítima, posteriormente se apresentou na delegacia, confessou o crime, foi indiciado e liberado para responder em liberdade. Curiosamente, ainda na delegacia, a polícia pesquisou os antecedentes do acusado, tendo constatado que ele já respondia por outro homicídio. Ora, não podemos negar que quando o Estado deixou de tomar medidas enérgicas por ocasião da primeira acusação de homicídio, manteve a porta aberta para este segundo assassinato. Quem garante que essa porta, novamente aberta, não tenha como resultado uma terceira vítima? Quero deixar claro que sou favorável a manutenção de garantias legais na esfera criminal, pois são conquistas árduas e que em muito contribuíram para solidificar de maneira eficaz os valores democráticos na sociedade brasileira. Entretanto, situações como as que foram acima retratadas nos obrigam a refletir melhor sobre suas características e formas de aplicação.
Não podemos negar que os problemas citados anteriormente produzem no povo brasileiro, uma sensação de verdadeira descrença no trabalho e na capacidade da polícia em manter a ordem, bem como uma descrença no sistema legal, que impediria a adequada punição dos criminosos. Esse conjunto de fatores deletérios que assola o país traz consigo o descrédito nas instituições. Existe um sentimento generalizado na sociedade indicando que nas altas esferas dos poderes da república, parcela significativa de seus integrantes procura satisfazer apenas seus próprios interesses, de certo modo esquecendo que tanto a legitimidade como a autoridade de seus cargos, em última análise, emanam do povo brasileiro. Exagero? Segundo nota de imprensa (3), no dia 8 de novembro de 2012 a esposa de um deputado federal foi assaltada em Brasília, quando chegava em sua residência. Curiosamente no dia 13 de novembro a Câmara Federal teria firmado contrato de mais de cinco milhões de reais para prover segurança privada para todos os blocos de apartamentos nos quais residem os deputados e familiares.
Ainda que os fatos não tivessem nenhuma relação direta entre si, é estranho que nenhum parlamentar tenha subido na tribuna do plenário para iniciar um debate a respeito do problema da segurança pública do país. De fato, se até uma área rica, influente e importante, situada dentro do núcleo de poder de Brasília precisou recorrer ao uso de guardas particulares, o que estaria acontecendo no restante da nação?
Uma pergunta óbvia, porém, apenas para alguém disposto a olhar além da soleira da própria porta. Um fator preocupante quando se trata desse sentimento de falência das nossas instituições republicanas, é que de certa maneira o judiciário está pagando pelas falhas do legislativo e do executivo no cumprimento de suas obrigações constitucionais. E paga um preço bem elevado! O cidadão, diante dessa violência crescente, perde o foco quanto a omissão do legislativo em melhorar o nosso ordenamento legal, bem como quanto a omissão do executivo na adoção de políticas sociais e melhoria do aparato policial, pois em última análise ele olha detidamente para o judiciário, esperando a correção do que estava errado e desejando a aplicação da justiça. Quando não é atendido, infelizmente o Poder Judiciário recebe a maior parte da indignação, perdendo prestígio e respeito aos olhos do indivíduo e, claro, da sociedade também.
Quero deixar claro que na questão da segurança pública, é evidente que o Estado está perdendo o controle da situação. Isso é péssimo para a sociedade. Entretanto, paradoxalmente sou de opinião que isso também é péssimo para os próprios criminosos. Senão, vejamos. A análise do inquérito de Trindade
indica que, quando a investigação começou os integrantes da quadrilha eram apenas suspeitos, porém, quando terminou, eles estavam sendo formalmente acusados pelos 24 homicídios, todos cometidos durante os oito meses de monitoramento policial.
Certamente o número e a gravidade dos delitos, são variáveis que terão impacto significativo no cálculo da pena dos criminosos, indicando que devem receber longas penas de prisão. Ora, não seria lícito supor que, nesse caso, por não terem mais nada a perder, tais indivíduos abandonariam quaisquer escrúpulos quanto ao cometimento de novos crimes, tornando-se assim irrecuperáveis. Por outro lado, se o país possuísse uma legislação penal mais efetiva, permitindo uma intervenção da polícia, ministério público e judiciário logo que a periculosidade da quadrilha ficasse evidente, com aplicação de sanção penal adequada ao que já fora praticado, seria esperado que pelo menos alguns dos criminosos, sentindo o peso imediato da responsabilidade pelos atos cometidos, tenderiam a se afastar da criminalidade. Nesse caso, com condenações menores devido a ação precoce dos agentes públicos, seria esperado que um bom trabalho de ressocialização surtisse efeito positivo, tornando-os receptivos e propensos ao retorno para  convívio na sociedade. Para ilustrar melhor essa questão, tomemos o caso da adolescente de quinze anos, acusada de matar um turista com um tiro no peito durante assalto.
O crime ocorreu na baixada santista, em janeiro deste ano. Ela foi detida no início de abril em Franco da Rocha, junto com dois criminosos, usando um veículo roubado. Segundo noticiado (4), antes do latrocínio ela já tinha tido cinco passagens pela polícia: duas por tráfico de drogas, uma por furto e duas por receptação de motos roubadas. Ora, tudo indica que no passado o Estado desperdiçou cinco oportunidades para realizar um trabalho de recuperação dessa adolescente. De fato, inexistindo a prática de atos de violência, antes de optar por medidas restritivas de liberdade, o Estado deveria prestar apoio na tentativa de restauração do grupo familiar em processo de desagregação, através de projetos de educação, saúde, oferecimento de cursos profissionalizantes, ações que, bem sucedidas, poderiam ter recuperado a jovem e evitado no momento atual esse assassinato bárbaro de um pai de família. Por outro lado, como o noticiário deixa transparecer que ela não possui mais quaisquer laços com a família, convivendo apenas com criminosos, esse processo de recuperação executado nos dias de hoje talvez não obtenha nenhum resultado prático. Na verdade, o mais provável é que após sair da Fundação Casa, para onde foi encaminhada pela Justiça, essa adolescente retorne para a vida de crimes, porém, nesse caso, tendo atingido a maioridade, será julgada como adulta, virando estatística do sistema prisional. A dúvida que fica é se a vida de outro pai de família terá sido ceifada quando isso acontecer.
Como se vê, na verdade o Estado espera o indivíduo atingir os últimos estágios na vida de criminalidade, para só então atuar, e o faz lançando-o na prisão. Portanto, não espanta o problema da superlotação das prisões, que é um fato, porém, é mera consequência desse modelo de segurança pública que o Estado brasileiro adotou, o qual prioriza a prisão do criminoso e não a prevenção da criminalidade.
Essa mudança de paradigma certamente teria ótimo efeito para a sociedade brasileira e até evitaria futuros vexames nacionais e internacionais.
De fato, não podemos esquecer que muito em breve o Brasil vai sediar grandes eventos, e nesse caso, soa lógica a seguinte pergunta: Do ponto de vista da segurança pública, estamos preparados?
Existem dúvidas. Reportagem da imprensa no Rio de Janeiro (5) informa que no primeiro semestre de 2012 a polícia prendeu uma quadrilha que aplicava golpes em turistas, roubando cartões de crédito e bancários das vítimas. As investigações duraram entre dois e quatro meses (a reportagem é contraditória nesse aspecto), e o número de vítimas foi elevado, sendo que algumas só se deram conta do golpe, depois que retornaram para casa, ao receberem a fatura dos cartões. O que vai acontecer, por exemplo, durante a copa do mundo, nas várias cidades escolhidas para sediar os jogos? A polícia, o ministério público e o judiciário terão condições de dar resposta rápida para os turistas e, é claro, também para a sociedade brasileira, quando vítimas da ação dessas quadrilhas? Ou pelo contrário, seremos notícia internacional, pela demora no combate ao crime e a violência?
No passado criou-se a expressão: “Que o criminoso fique certo, a justiça chegará galopando”. Na época provavelmente o cavalo era o meio mais rápido e eficiente de locomoção, e a frase indicava que o criminoso seria logo alcançado e castigado segundo as leis vigentes.
No Brasil atual, tendo em vista os fatos narrados anteriormente, com certeza a palavra “galopando”, não representa a nossa realidade. Pelo contrário, é com tristeza que afirmo que nossa justiça parece chegar numa cadeira de rodas, e que, em decorrência do estado de nossas vias públicas falta de acessibilidade nas edificações, em muitos casos, nem chega para os criminosos.
 Por: Flávio Roberto Bezerra Ferreira. 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

ADMINISTRAÇÃO DE VICENTE PIRES USADA PARA CAMPANHA POLITICA DO PT

Usam o que é público para se promoverem... Note que o dinheiro e o plano urbanístico é para obras em Vicente Pires, mas descaradamente propagam que o dinheiro veio para "turbinar Dirsomar Chaves". Outro absurdo é o aumento de valor de 419,4 milhões para 500 milhões como se 80 milhões fosse uma gorjeta.

A máquina administrativa da Administração de Vicente Pires está sendo utilizada para beneficiar os candidatos do PT, Dirsomar Chaves e Geraldo Magela, de forma escancarada. Dirsomar, como se sabe, é o segundo suplente de distrital e, até prove o contrário, será candidato nas eleições de 2014.

Todos sabem que as várias secretarias foram loteadas e estão a serviço de candidatos que exercem e/ou exerceram essas pastas. Mas, aqui em Vicente Pires, a coisa supera esse absurdo, chegando ao ápice do inacreditável, afinal o suposto futuro candidato usa de todas as formas para aparecer com o dinheiro publico.
Nota-se, em reportagem vergonhosa publicada pelo jornal Tribuna VIP, que o dinheiro a ser liberado para a cidade pelo governador veio para “turbinar” o suposto candidato Dirsomar. Na foto, pode-se ver o chefe de gabinete da Administração, que ocupa o cargo de administrador, ao lado do suposto candidato. Veja a banalidade com que tratam o dinheiro público. No título está: “Agnelo turbina Dirsomar Chaves com 500 milhões e plano urbanístico”. O dinheiro liberado não é de 500 milhões e sim de 419,4 milhões, mas, para essa gente, 80 milhões não são nada, pois anunciam o valor aumentado como se fosse uma gorjeta.

Chamo a atenção também para o uso de todos os eventos realizados na cidade, provenientes dos órgãos governamentais, os quais são direcionados para a sede da Arvips. Tudo que aparece, vem para a promoção do suposto candidato: reunião de segurança, reunião da PM, reunião de lançamentos e tudo o mais. O que se vê é um completo direcionamento do que é público para o que é assunto da ARVIPS que, em tese, deveria ser uma entidade apartidária e independente. Nota-se, claramente, que uma coisa se confunde com a outra. Em Vicente Pires, como se sabe, existem várias associações de bairros e outras entidades associativas, e não apenas um líder comunitário; são muitos os líderes existentes e a maioria trabalha pela cidade sem esperar nada em troca. Eventos de qualquer natureza que seja publico e não venha de alguma associação, deve ser feito em local publico ou neutro. Outro absurdo é a Administração anunciar todas as poucas obras que estão sendo feitas com fotos do suposto candidato, dando a entender que ele é que traz essas obras para Vicente Pires. E o que é pior, a Administração age de forma antidemocrática, pois mantém no Facebook uma página para divulgação de suas ações, mas apaga dela os comentários de quem não está fazendo elogios.
Os fatos relatados configuram o uso ilegal do serviço público a favor de determinado candidato e deve ser combatido pela Justiça Eleitoral. Enquanto isso, em vários pontos de Vicente Pires os buracos tomam conta, o administrador interino não toma providências e as obras mal feitas e sem planejamento continuam a ser realizadas apenas para beneficiar seus correligionários, que as utilizam em promoção pessoal. Afirmo que isso é utilizar a máquina administrativa para fazer campanha política, de forma escancarada!

Esse nosso governo, que se dizia “novo caminho” não chega à comunidade, é ausente e chegou agora por causa do período eleitoral antecipado.
Nada veio antes para a cidade, agora os poucos benefícios acontecem em decorrência do período eleitoral.
Se antes de ser eleito o suposto candidato já mostra sua cara, usando de todas as formas aquilo que é publico para se promover, imagine esse candidato eleito e de posse da máquina pública? Bem, já tivemos a chance de vê-lo no cargo de administrador e continuamos a vê-lo no comando de quem atualmente administra a cidade. Isso é apenas um pouquinho do que acontece.

Não preciso dizer mais nada!

VEJA AS FOTOS ABAIXO, ELAS FALAM POR SI SÓ
Informativo da Adm feito com dinheiro do contribuinte, note que Dirsomar está em todas as fotos. Esse mesmo informativo já havia saído e distribuído por Vicente Pires mês passado e novamente saiu este mês no jornal Vicente Pires, gastando duas vezes nosso dinheiro.
Todas as "poucas" obras feitas em Vicente Pires, a turma da Arvips aparece nas fotos feita pela Adm que depois divulga em suas páginas  http://www.facebook.com/photo.php?fbid=432443103505952&set=a.160142944069304.41211.100002207972972&type=1&theater
Reunião para tratar da regularização de Vicente Pires somente os funcionários do GDF que são diretores da Arvips, nenhum representante do povo imparcial. Claro que também está divulgado nas paginas da Adm. Essa é para tratar da licença ambiental http://www.facebook.com/photo.php?fbid=432126593537603&set=a.160142944069304.41211.100002207972972&type=1&theater
Reunião Projeto Urbanístico e Sistema de Águas Pluviais, sempre o grupinho do PT, ninguém de fora para garantira a lisura do processo e claro, divulgado nas paginas da ADm
Na reunião de regularização: Somente o grupinho fechado da Arvips Adm e Geraldo Magela

Todas as reuniões para tratar de assuntos de Vicente Pires, vinda dos órgãos governamentais em geral são realizadas na sede da Arvips. Nota-se que não existe presença da comunidade e nas reuniões do conselho comunitário, houve inclusive gente da Adm brigando com moradores por colocações verdadeiras que não agradou a "turma". Devido a isso a presidente do Conselho suspendeu as reuniões.
No dia internacional da Mulher a Adm fez um café caprichado e fez distribuição de flores. Local Arvips. Para todas as mulheres de Vicente Pires? NÃO, Apenas para as funcionárias da Adm, funcionárias da Arvips e funcionárias de algumas escolas PARTICULARES de Vicente Pires que tem convenio com a Arvips. Homenagem as mulheres, café da manhã e distribuição de rosas para as servidoras da RAXXX, representantes das escolas públicas e particulares, funcionárias da ARVIPS, com DINHEIRO PUBLICO.
Na festa da mulher feita em Vicente Pires, foram gastos mais de 200 mil do nosso dinheiro, um fracasso total de publico, porém existia uma faixa da Arvips/Dirsoma no palco.



PARA PIORAR, AS PÁGINAS DA ADMINISTRAÇÃO APAGA COMENTÁRIOS QUE NÃO SÃO ELOGIOS DE SUAS PUBLICAÇÕES COM DINHEIRO PUBLICO. 

Isso é apenas um pouquinho do que está acontecendo em Vicente Pires.