quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Rotatórias de Vicente Pires viram ação judicial


Transformada em região administrativa em 2009, Vicente Pires sofre com problemas de infraestrutura principalmente no período chuvoso, quando as ruas se transformam em verdadeiras corredeiras. Os alagamentos são constantes neste período e os prejuízos aumentam a cada ano. Não há galerias de águas pluviais para escoar toda água e o asfalto, aplicado de maneira paliativa, não aguenta o volume e é arrancado pela correnteza.
Mas os problemas não param por aí. Com mais de 70 mil habitantes, Vicente Pires vê crescendo o número de veículos “a olhos vistos”. Classificada como cidade de classe média alta, onde a renda domiciliar real supera os R$ 9 mil (PNAD 2016), não é incomum encontrar casas com três ou quatro carros estacionados na garagem. Como resultado, o trânsito está se tornando caótico nos horários de rush. Os cruzamentos ainda são o grande ponto de retenção de veículos, mesmo com a construção de rotatórias em 2013.
As sete rotatórias foram construídas durante a gestão do administrador regional Glênio José da Silva, no governo de Agnelo Queiroz e despertou a curiosidade de moradores pelo alto valor gasto na obra. Ao todo foram consumidos R$ 145 mil, ou R$ 20,7 mil a preço unitário.


Com 3 metros de diâmetro, elas foram construídas com meios-fios, terra de aterro e uma camada de aproximadamente 15cm de concreto. Segundo um engenheiro que preferiu não se identificar, uma obra como esta não ultrapassa o valor de R$ 2 mil. Veículos de grande porte têm dificuldades para contorná-las, obrigando alguns motoristas a fazerem a convergência pela contramão.
Lúcio Big (eu), moradores da cidade desde 2002, pediu à administração, via Lei de Acesso à Informação, cópia dos documentos contábeis que envolvem as obras para analisar o custo, mas jamais foi atendido. Por acreditar haver superfaturamento nos preços, ele denunciou o caso no Ministério Público do Distrito Federal em novembro de 2014. Em março deste ano a denúncia se transformou em Ação Civil de Improbidade Administrativa (Número: 2016.01.1.033548-0). Além do administrador à época, foram requeridos no processo outros cinco funcionários da administração e a construtora Bracon Arquitetura e Urbanismo.

O ex-administrador Glênio José da Silva não retornou nossas ligações e a construtora não foi encontrada para comentar o caso.

Lúcio Big

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