Transformada em região administrativa
em 2009, Vicente Pires sofre com problemas de infraestrutura principalmente no
período chuvoso, quando as ruas se transformam em verdadeiras corredeiras. Os
alagamentos são constantes neste período e os prejuízos aumentam a cada ano.
Não há galerias de águas pluviais para escoar toda água e o asfalto, aplicado
de maneira paliativa, não aguenta o volume e é arrancado pela correnteza.
Mas os problemas não param por aí. Com mais
de 70 mil habitantes, Vicente Pires vê crescendo o número de veículos “a olhos
vistos”. Classificada como cidade de classe média alta, onde a renda domiciliar
real supera os R$ 9 mil (PNAD 2016), não é incomum encontrar casas com três ou
quatro carros estacionados na garagem. Como resultado, o trânsito está se
tornando caótico nos horários de rush. Os cruzamentos ainda são o
grande ponto de retenção de veículos, mesmo com a construção de rotatórias em
2013.
As sete rotatórias foram construídas
durante a gestão do administrador regional Glênio José da Silva, no governo de
Agnelo Queiroz e despertou a curiosidade de moradores pelo alto valor gasto na
obra. Ao todo foram consumidos R$ 145 mil, ou R$ 20,7 mil a preço unitário.
Com 3 metros de diâmetro, elas foram
construídas com meios-fios, terra de aterro e uma camada de aproximadamente
15cm de concreto. Segundo um engenheiro que preferiu não se identificar, uma
obra como esta não ultrapassa o valor de R$ 2 mil. Veículos de grande porte têm
dificuldades para contorná-las, obrigando alguns motoristas a fazerem a
convergência pela contramão.
Lúcio Big (eu), moradores da cidade desde
2002, pediu à administração, via Lei de Acesso à Informação, cópia dos
documentos contábeis que envolvem as obras para analisar o custo, mas jamais
foi atendido. Por acreditar haver superfaturamento nos preços, ele denunciou o
caso no Ministério Público do Distrito Federal em novembro de 2014. Em março
deste ano a denúncia se transformou em Ação Civil de Improbidade Administrativa
(Número: 2016.01.1.033548-0). Além do administrador à época, foram requeridos
no processo outros cinco funcionários da administração e a construtora Bracon
Arquitetura e Urbanismo.
O ex-administrador Glênio José da Silva
não retornou nossas ligações e a construtora não foi encontrada para comentar o
caso.
Lúcio Big
Lúcio Big
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