Precisamos trabalhar para que seja viável a convivência
humana com o meio-ambiente de nossa cidade, mantendo o cinturão verde!
O maior canteiro de obras do governo federal em execução no
Distrito Federal com dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento PAC se
encontra em Vicente Pires, são obras de drenagem pluvial, pavimentação e
construção de pontes e viadutos.
As licitações dessas obras foram realizadas em dezembro de
2014, deveriam ter sido iniciadas em 2015, porém ficaram “curiosamente” paradas
até ano eleitoral , resultando em licença de instalação e licença ambiental de
instalação vencidas em 21/08/18 (IBRAM n. 42/2014).
Tal licença vencida é relativa ao Trecho 1 (Setor
Habitacional Jóquei Clube). As demais estão perto de vencer também, como o Trecho
3, Colônia Agrícola Samambaia, vencendo em 2019 e Trechos 2 e 4, Setor
Habitacional Vicente Pires e Vila São José vencendo em 2020. Porém, devido ao
fato de que nossa cidade possui um solo ambientalmente sensível e muitos
lençóis freáticos, as licenças vigentes também correm o risco de ser cassadas. Contudo, já que a obra é essencial e deve ser
realizada, vamos defender que a Secretaria de Obras apresente um estudo de
mitigação e compensação ambiental para os possíveis danos ambientais.
PROJETOS ORIGINAIS:
O canteiro de obras era um projeto grandioso. Previa a
construção de 3 viadutos na Via Estrutural, 2 pontes ligando o Setor Jóquei a
Vicente Pires, 2 pontes ligando Colônia Agrícola Samambaia a Vicente Pires,
drenagens pluviais em todas as ruas, incluindo as ruas internas dos
condomínios, bacias de contenção, dissipadores, túneis, obras de pavimentação,
calçadas com acessibilidade e estacionamento em todas as ruas, duplicação das
principais vias e um objetivo nobre: Transformar Vicente Pires para os 120 mil
moradores no melhor lugar do Distrito Federal. O projeto passou longe dos
cortes no orçamento da União, que manteve a verba de 508 milhões obtida no
governo de Dilma Rousseff em 2014 (suficiente para custear os projetos
originais), porém a péssima gestão do governador Rodrigo Rollemberg colocou
tudo a perder quando iniciou as obras com 3 anos de atraso.
DEBATE PARA RECUPERAR DANOS AMBIENTAIS:
Em reunião com representantes do ICMBIO, Comissão de Assuntos
Fundiários da Câmara Legislativa – CAF, AMOVIPE, integrantes de
associações de Arniqueiras e Vicente Pires e Adjacências, para resolver o
problema da Licença Ambiental vencida, o ICMBIO apontou possíveis
irregularidades cometidas pela Terracap, CAESB e outros órgãos do GDF,
registrando que tais órgãos passaram por cima das normas, descumprindo o
EIA-RIMA, teriam feito as bacias em cima de nascentes e destruíram áreas de
APP, além de adentrarem em chácaras cotadas para compor o cinturão verde do DF.
Diante de tais desrespeitos ao meio-ambiente, o ICMBIO não deve
aceitar a renovar a licença até que tudo seja sanado, principalmente a criação
do Conselho Ambiental de Vicente Pires e Arniqueiras, no sentido de preservar o
restante das áreas verdes em proveito de toda a população. Como ambientalista
que sou, também entrarei nessa luta para que de fato se recupere as áreas
degradadas e se cumpram as mitigações ambientais, mas sempre defendendo também
que as obras não sejam interrompidas, pois a população não pode também
continuar sofrendo com os problemas de falta de infraestrutura.
O profissional do ICMBio ressaltou que, com a Licença de
Instalação vencida, se abre brecha para rediscussão nos fóruns ambientais das
licenças vigentes. Fez ainda referência à licença prévia IBRAM 14/2013 e relatou
que as recomendações do Parecer Técnico IBRAM n. 14/2018 não são garantias de
que serão respeitadas. Nesse aspecto, vamos ajudar na interlocução com o órgão
ambiental, exigindo que o Poder Público cumpra com ambas as obrigações: se
adeque às exigências ambientais e não prejudique os chacareiros e o andamento
das obras.
Outro ponto que está em desacordo é o parcelamento das
chácaras inteiras, uma delas pela própria TERRACAP, que transformou a Chácara
17 do Setor Jockey em condomínio, ocorrido após a emissão da licença de
instalação, em prejuízo para o meio ambiente, pois a manutenção das áreas
verdes torna possível o Corredor Ecológico.
As incongruências da Terracap e Rollemberg não param por aí,
pois querem punir o conjunto de chacareiros reconhecidos como heróis da
resistência à especulação imobiliária, os únicos que protegeram o que sobrou de
verde. Usam o argumento de que irão utilizar parte delas para aparelhagem
pública, porém a verdade pode ser vista na referida chácara, retomada 100% pela Terracap, com o argumento de
que seria para equipamento. A área, absurdamente, foi transformada em Condomínio
formal, contrariando inclusive parecer exarado no processo MPF sob nº
1.16.000.000886-2004-16, PDOT, leis ambientais, audiências públicas e acima de
tudo o bom senso. Já que está retomada, porque não se instala lá um hospital ou
Uma UPA, tão necessários para Vicente Pires e comunidades vizinhas?
O ICMBIO informa que, para emissão de nova licença, deverá haver
tratamento diferenciado para chacareiros e demais habitantes que preservaram o
verde, bem como incentivos tributários ajustados para tal, no sentido de manter
assim a qualidade de vida tão sonhada por todos. Aliás, a tendência mundial
aponta para a perfeita harmonia entre o rural e o urbano, protegendo assim o
futuro das próximas gerações, pois quanto menos chácaras, menos verde e mais
impermeabilização de solo e, consequentemente menos qualidade de vida para
todos os habitantes do Vicente Pires e adjacências.
A falta de informação e participação dos moradores,
síndicos, chacareiros e associações nas decisões e encaminhamentos é
outro grande problema criado pelo GDF, ninguém é informado do que está
acontecendo e administradores que ocuparam e ocupam o cargo durante a execução
das obras, usam as obras para promoção pessoal e política do governador.
O
estudo feito pela Terracap, que trata de Arniqueiras e Vicente Pires, tem como
anexo o programa de recuperação de áreas degradadas apresentado ao ICMBIO,
ressaltando a necessidade de preservar o verde que restou, porém até tal
manifestação não vem sendo cumprida pelos órgãos governamentais.
“É preciso estudar a situação com urgência. Os habitantes
precisam se unir e trabalhar juntos para preservar o verde em Vicente Pires”.
Declarou Dr. Mauricio (ICMBio).
“Cada região administrativa deve ter uma Comissão do Meio
Ambiente e Vicente Pires e Arniqueiras ainda não possuem, recomendo convocar
uma reunião com associações e condomínios que possuem fundos com APP”. Afirma
Dr. Mauricio (ICMBio).
“O Plano de Ocupação Específico de Vicente Pires e
Arniqueiras não existe e é uma necessidade para que se preservem as áreas
verdes” em benefício de todos os habitantes”. Afirma Dr. Mauricio (ICMBio).
Uma
andorinha só não faz verão, mas faz barulho! Vamos juntos ou individualmente
promover articulações junto aos órgãos do meio ambiente, abrir ação no
Ministério Público urbano, ambiental e Federal, assim como no Ministério
do Meio Ambiente e IBRAM, para esclarecimentos sobre a situação do meio
ambiente em Vicente Pires e Arniqueiras, durante o processo de regularização.
Há na cidade propostas para se intervir com ação jurídica
para anular as demais licenças ambientais, visto que não foi contemplada a questão
social (socioambiental) daqueles
que mantiveram as áreas verdes como meio de sobrevivência própria e da
diversidade ambiental. “Embora o documento do IBRAM tenha direcionado o foco
para as APPs, entendo que a renovação do licenciamento ambiental vá além das
áreas de proteção. O ICMBio pode manifestar-se pela manutenção das áreas verdes
remanescentes, ainda que elas estejam fora de APP”, afirmou o técnico do ICMBio, Dr. Maurício.
A situação está ficando ruim para a comunidade que mora na
região, não somente para os chacareiros, mas para os condomínios também. Cadê a educação ambiental, o corredor
ecológico, a arborização prometida no projeto apresentado ao ICMBIO?
Diante dos fatos narrados, o Ministério público poderá ser acionado pelo
ICMBIO e demais interessados, pois o que sobrou de nascentes e áreas verdes necessita
ser preservado para garantia de qualidade de vida de todos os seus habitantes.
Eu,
Gilberto Camargos, tenho visto pelo País e pelo mundo lindos exemplos de
convivência harmônica de populações com o meio ambiente. Trabalharemos
incansavelmente para defender os direitos de quem precisa morar, de forma que
tal harmonia também contemple aqueles que contribuem para que a qualidade de
vida seja possível nos centros urbanos, através da preservação do verde.
Conversando
com os chacareiros locais, percebi o quanto eles são sensatos e estão dispostos
a contribuir com nossa cidade. O problema é que o atual governo não dialoga com
eles, assim como não dialoga com quem de fato pode contribuir para resolver os
conflitos que se apresentam.
Gilberto
Camargos.
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