Vicente Pires vive hoje um momento de transformação.
Quem acompanhou a realidade de anos atrás sabe: não há mais poeira tomando as ruas, não há mais lama e enxurradas, e a região atrai cada vez mais comerciantes e moradores em busca de oportunidades.
Essa mudança não aconteceu por acaso. Foi resultado da atuação de associações comunitárias e algumas lideranças locais que fazem um trabalho sério, que, morando aqui, se dedicaram a cobrar, propor e participar das soluções. A infraestrutura que temos hoje – ainda que marcada por problemas de qualidade – é fruto direto dessa mobilização popular.
Entretanto, a cidade que hoje está “boa” poderia estar maravilhosa. E não está porque, em determinado momento, a gestão local passou a ser conduzida por pessoas sem histórico de luta pela região, escolhidas por interesses políticos externos. Essa desconexão entre quem administra e quem vive a cidade trouxe consequências sérias.
Projetos urbanos planejados para transformar Vicente Pires até 2050, todos eles elaborados com participação da própria comunidade através da AMOVIPE, foram alterados ao longo do caminho por um administrador que assumiu o cargo sem nunca ter histórico de luta pela cidade. O que deveria ser uma cidade modelo foi deturpado por esse administrador que, para garantir apoio político, permitiu que calçadas acessíveis, espaços públicos preservados e infraestrutura adequada fossem ocupados por empresários que apoiaram sua campanha. Isso acabou dando lugar a improvisos: prédios com puxadinhos, rampas de garagem invadindo áreas de circulação, jardins privados em espaços coletivos e estacionamentos cada vez mais escassos.
O resultado é visível: comerciantes enfrentam dificuldades pela falta de vagas para clientes, pedestres perdem acessibilidade e o espaço urbano se torna cada vez mais caótico, enquanto quem administra tudo permite e ainda produz vídeos promocionais.
Hoje, as mudanças positivas que ainda acontecem não são fruto da administração oficial, pois quem assumiu o cargo nada mais é do que um forasteiro que comprou a função trocando apoio político de alguns empresários pela campanha do ex-administrador. Essas melhorias são resultado do trabalho de entidades como a AMOVIPE e o CONSEG, além de lideranças locais comprometidas.
A gestão atual, herdada de indicações políticas anteriores, mantém práticas questionáveis: cargos ocupados por apadrinhamentos, prioridades voltadas a interesses eleitorais e não ao bem coletivo. Obras que deveriam ser de qualidade foram mal executadas porque o então administrador preferiu beneficiar empresas, sem cobrar as garantias necessárias. Essas obras, que já apresentavam falhas graves antes mesmo de terminarem, pioraram com o tempo: buracos se multiplicaram, redes de água estouram diariamente, calçadas estão destruídas e a rede de águas pluviais continua insuficiente.
Enquanto isso, multiplicam-se os vídeos promocionais tentando vender uma imagem de progresso, quando a realidade vivida pela população aponta o contrário.
Vicente Pires já provou que tem potencial para ser muito mais que uma cidade “boa”: tem condições de ser uma cidade maravilhosa. Para isso, no entanto, é necessário colocar o interesse da comunidade em primeiro lugar e garantir que quem governa conheça, respeite e ame a região – e não apenas a utilize como palco para projetos políticos pessoais.
E se dependente dos que se dizem representantes, a cidade vai piorar, pois esses que dizem representar, compram e vendem a cidade a seu bel prazer e interesses pessoais de se manterem no poder, mas se não temos deputado, não temos administrador, temos as poucas lideranças bairristas em prol de todos.
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