quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

FALTA DE LIBERDADE MORAL

A vergonhosa exploração da majoritária ignorância de nossa sociedade – pelo poder público mais corrupto de nossa história – resultante da falência educacional do país, e pela imposição formativo-ideológica de mecanismos de dominação fascistas em franca expansão no ambiente das escolas e universidades, está conduzindo o país a um fosso educacional e cultural que já resulta em um cenário de crescente descrédito moral do Brasil diante do mundo desenvolvido.


Segundo Piaget “se o indivíduo é passivo intelectualmente não conseguirá ser livre moralmente”, enfatizando-se que a liberdade moral não pode significar liberdade para desvios de conduta legal e nem para a destruição da instituição familiar e seus básicos princípios formadores de uma sociedade prioritariamente honesta, digna e justa.

O destacado pensamento desse biólogo, que se dedicou sua vida à observação científica rigorosa do processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente da criança, no nosso entender, define, com absoluta clareza, o fato gerador de nossa submissão, de forma coletivamente omissa, ao domínio de corruptos e subornadores com o suporte de milhares de esclarecidos canalhas – os que têm “educação e cultura”, mas se venderam às forças da prostituição da política, da facilidade do enriquecimento ilícito, do suborno, e da corrupção.

A omissão social majoritária, diante de sistemáticos e graves desvios de conduta moral e legal dos responsáveis pela condução da administração do Estado se fundamenta, rigorosamente, em uma passividade intelectual das maiores vítimas da falência da educação e da cultura, passividade intencionalmente construída como um projeto de dominação social por burguesias e oligarquias civis moralmente degeneradas na sua construção, e que colocam, de forma sistemática, com suas desmedidas – geralmente ilícitas – ambições de crescimento patrimonial e busca do poder, o particular acima do coletivo, em uma luta desigual de poder que sempre beneficia minorias em detrimento das maiorias.

A falta de liberdade moral a que nos referimos diz respeito à ausência de liberdade e de capacidade para criticar majoritariamente os desvios de conduta moral e legal praticados pelos que detêm o poder político, social e econômico, com um pano de fundo limitador dos protestos como consequência direta do apodrecimento do Poder Judiciário que, vergonhosamente, até nos seus Tribunais Superiores, admite togados vestidos de bandidos.

A ausência de discordâncias coletivas organizadas sobre as decisões dos poderes instituídos que escravizam culturalmente milhões de candidatos à cidadania tem provocado, historicamente, um processo de apodrecimento de valores fundamentais – degeneração moral – resultando a uma submissão da vida dos menos favorecidos ao assistencialismo comprador de votos e às manipulações midiáticas que redundam nos repetidos estelionatos eleitorais, manipulações da falta de consciência crítica, que colocam no exercício profissional da política meliantes de todas as estirpes, provocando a transformação do poder público em um Covil de Bandidos.

As maiores provas do criminoso projeto de poder que resultou na fraude da Abertura Democrática dizem respeito a inversões de valores nos sórdidos padrões da revolução educacional e cultural pretendida e estimulada pelo poder público.

As massificações de acessos irresponsáveis e inconsequentes às Universidades Públicas, frutos de um assistencialismo paternalista comprador de votos, sem uma revolução no Ensino Básico, está fazendo o Brasil retroceder décadas no seu sistema educacional superior, o que já está sendo refletido em recentes pesquisas sobre a qualidade do ensino.

A revolução do Ensino Básico sem a valorização da carreira do professor, e sem os investimentos necessárioas para a modernização teconológica das escolas, está consolidando a escravidão moral das crianças à ideologia de dominação de um sórdido projeto de poder, que já tem milhares de seguidores infiltrados no sistema educacional.

Enquanto no Japão, por exemplo, o professor é o único que não pode se curvar diante do imperador, no Brasil, os políticos e seus cúmplices, assim como os canalhas esclarecidos, recomendam que os bons professores comprometidos com a qualidade de ensino e com a luta pela valorização de suas carreiras troquem de profissão, se não estiverem satisfeitos com as condições de exercício do seu trabalho.

Estamos, então, diante de duas catástrofes no nosso sistema educacional.

A primeira diz respeito à desqualificação do ensino superior como fundamento da consolidação de inteligências propulsoras de um desenvolvimento autossustentado, já absolutamente comprometido pela falta de investimentos, resultantes diretamente da irresponsabilidade do poder público, da ausência de confiança dos empresários e investidores – não corrompidos e não subornados, internos e externos – e na postura intervencionista do desgoverno petista, que sobrevive de ações pontuais, que são muito mais compradores de apoio para a permanência do PT no governo do que visando o bem do país para reverter o caos que se aproxima.

A segunda diz respeito ao fato de que mais de 80 % dos alunos do Ensino Básico se encontram matriculados em escolas públicas que, reconhecidamente, apresentam um dos piores padrões de ensino dos países acompanhados por institutos de pesquisa internacionais, situação essa que perdura há mais de três décadas mesmo com as sistemáticas e declaradas “intenções de revoluções educacionais” propostas pelo poder público – simplesmente mentiras para conquistar os benefícios de novas expectativas de que o futuro será diferente.

Consequentemente nossas Universidades Públicas estão sendo transformadas em fábricas de analfabetos funcionais enquanto os alunos do Ensino Básico, com seus professores sendo tratados de forma humilhante como mão de obra dispensável – “mudem de carreira e parem de reclamar!” –, sofrem condicionamentos ideológicos e limitações de aprendizado, criando-se, intencionalmente, um círculo vicioso de degeneração no processo educacional do país para manter o apoio de uma massa sem consciência crítica à prostitução da política, o que resulta em falta de liberdade moral, visando o sistemático sucesso dessa mesma política prostituída nos estelionatos eleitorais.

Para preservar a soberania do país, a aquisição do conhecimento não pode ser apenas uma cópia do sucesso de outros países e sim um esforço empreendedor na busca do mérito em todas as fases do processo educacional, resultando, na ponta do ensino universitário, uma competente preparação de pesquizadores científicos internacionalmente reconhecidos, que devem admitir a troca ou a transferência do resultado de suas inteligências de pesquisa, mas objetivando atender, prioritariamente, aos nossos interesses nacionais, e não fortalecer o domínio imperialista do conhecimento científico que escraviza nossa comunidade científica ao conhecimento tecnológico, "permitido de transferência", de outros países mais desenvolvidos, ou ao domínio tecnológico por empresas privadas multinacionais que visam muito menos o bem comum do que a exorbitância de seus lucros.

O que está se fazendo com a educação no país é um crime hediondo que resultará em uma gradual morte de nossa soberania e da nossa cidadania, nos imputando uma escravidão a um poder público que foi transformado em um Covil de Bandidos, e que assim permanecerá nas mãos do PT, durante décadas.

O desgoverno petista mente, e a mídia transmite promessas de “revolução educacional” e valorização da carreira do professor, que pela experiência dos últimos anos nunca são cumpridas, mas continuarão a manipular a falta de consciência crítica e a falta de liberdade moral, cenário de degradação da sociedade, vergonhosamente construído durante a Fraude da Abertura Democrática.

Somente uma sociedade absolutamente covarde e omissa pode pactuar com a construção desse modelo educacional gerador de majoritária ignorância, aceitando entregar seus filhos e suas famílias à escravidão refém de um poder público dominado por bandidos, que está transformando o país em um Paraiso de Patifes controlando por um sistema de poder dominado por uma corruptocracia fascista, que já fez do poder público um Covil de Bandidos, com exceções que não tem poder nem condições de reverter este quadro, tonando-se também refém da máfia da corrupção e do suborno que controla o Estado.



Geraldo Almendra

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